Análises

LBX: Little Battlers eXperience

LBX: Little Battlers eXperience é um verdadeiro jogo Level 5, uma tentativa de criar um império de jogos, desenhos animados e merchandising para captar a atenção das crianças e a carteira dos pais. Por outras palavras, tenta ser um novo Pokémon. Os LBX são pequenos robôs controlados por telemóvel que podem ser armados até aos dentes e personalizados para participarem em batalhas que eram consideradas demasiado perigosas até ter sido criado um material que permitiu a criação de arenas indestrutíveis. Aparentemente pequenos mechas com metralhadoras, mísseis, espadas e armas laser deixam de ser perigosos a partir do momento em que os podemos pôr numa caixa sem topo, desde que as paredes sejam de cartão indestrutível.

Claro, há um sem fim de peças- processadores, memórias, braços, pernas, cabeças, lanças, machados, etc.- para coleccionarmos e personalizarmos os nossos LBX; sim, já vi formas mais subtis de vender merchandising, mas a verdade é que a personalização dos robôs é o que torna o jogo interessante. Saber que peças equipar para tirar proveito das fraquezas e forças, ataques e defesas dos inimigos é confuso a início- o jogo deixa muitas pormenores por explicar- mas com algumas horas começa-se a perceber o suficiente da coisa para passar grande parte do tempo obcecado com a afinação das máquinas.

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As batalhas geralmente iniciam-se quando falamos com um adversário e aceitamos um desafio, apesar de também haver batalhas aleatórias, e aí passamos para a arena onde temos que destruir os adversários de acordo com algumas regras que acabam por ser inconsequentes para efeitos de jogabilidade. É um sistema de combate extremamente simples: saltamos, defendemo-nos e desviamo-nos, com um botão de ataque não há grandes combinações, mas também temos ataques especiais e itens. É sempre preciso ter olho na bateria e não deixar o LBX sobreaquecer, podemos ter dois conjuntos de armas equipados e controlar os robôs dos companheiros de equipa (quando os há), o que ajuda a dar alguma variedade ao combate, mas não a suficiente. Grande parte das vezes, as lutas pouco mais são que acelerar até ao inimigo, bater no Y até que ele caia, esperar que ele se levante e repetir a dose até o combate acabar.

Entre batalhas andamos de um lado para o outro, da escola para casa, da loja de LBX para casa, de torneios para casa e por aí diante. Claro que pelo meio podemos lutar ou fazer missões secundárias e não há falta de personagens com quem falar, mas andar para trás e para a frente a seguir setas e a passar por diálogos algo longos e vídeos frequentes quando as batalhas são curtíssimas torna-se aborrecido.

Da história não se pode esperar muito, adultos põem crianças a arriscar a sua vida para salvar o mundo, há rivais, vilões que se tornam amigos, três estarolas tipo Team Rocket e uma data de clichés e dramas pelo meio que se podem esperar de um anime para crianças. Não vai ganhar prémio de escrita, mas entretém se se souber o que esperar.

Para lá das 40 horas do modo de história, é fácil chegar às centenas com missões alternativas e milhares de peças. No entanto, o multiplayer fica-se pelo local, falta um modo online que tornaria as imensas possibilidades de personalização e a busca do LBX perfeito infinitamente mais interessantes.
LBX é sem dúvida um jogo apontado a crianças, mas há algo de apelativo em lutar com pequenas máquinas de destruição e as imensas possibilidades de personalização dão alguma profundidade a um jogo que em todos os outros aspectos é bastante simples.

Infelizmente o ritmo a que o jogo avança é extremamente entediante e as batalhas costumam ser tão curtas e simples que não há grande sentimento de recompensa por passar horas a coleccionar e escolher peças. No entanto, se queres mesmo montar robôs e pô-los à porrada ou se és fãs dos mundos “anime de sábado de manhã” da Level 5, LBX: Little Battlers eXperience não é uma má escolha.

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