Metro Redux

Versão testada: PS4

Jogos com histórias que decorrem em mundos pós-apocalípticos não são algo de novo, e a série Metro mantém muitos dos elementos característicos do género. No entanto, a série também tem elementos únicos que a ajuda a diferenciar-se dos restantes jogos.

Metro é uma história de sobrevivência onde os habitantes de Moscovo transformaram os túneis em cidades e abrigos improvisados na tentativa de escapar ao inverno nuclear que destruiu a Terra. Sobreviver a um holocausto não é fácil e como tal, é necessário haver uma entreajuda entre todos os sobreviventes. São as pessoas que fazem parte destas comunidades que dão uma distinta cultura ao jogo.

Mas por muito mau que as coisas estejam, há sempre alguém se tente aproveitar da situação e este é um dos casos. Ao longo da sua jornada, Artyom, o protagonista da série, vai ter encontros indesejados com grupos de bandidos e ladrões. Como se não bastasse, Artyom tem também de lidar com uma nova ameaça que coloca definitivamente o futuro da humanidade em risco.

Ambos os títulos Metro conseguem conciliar secções onde stealth é essencial, com zonas onde é necessário disparar para tudo o que se mexe. A juntar a isto estão secções com uma forte sensação de claustrofobia causada por andar muito tempo no escuro em túneis e corredores subterrâneos, onde até aqui, se vê o rasto do holocausto nuclear.

Isto tudo se mantém inalterado em Redux, mas a 4A Games não se limitou apenas a melhorar os gráficos. A produtora implementou dois modos de jogo que permitem que cada um dos títulos seja jogado com um estilo diferente. O modo Survival é um estilo de jogo onde obriga o jogador a planear melhor a sua abordagem às situações de combate devido à menor quantidade de recursos. O modo Spartan dá um foco maior aos tiroteios, oferecendo ao jogador uma maior quantidade de munições e de opções de ataque.

Os fãs que quiserem uma experiência mais imersiva e um desafio ainda maior, podem optar pelo modo Ranger. Este modo consiste nas limitações de recursos imposta pelo modo Survival juntamente com a ausência do HUD.

Graças ao hardware das novas consolas, juntamente com a nova versão do motor de jogo proprietário da 4A Games, Metro 2033 sofreu uma grande melhoria gráfica, correndo a 60 frames por segundo em 1080p na PS4 e 912p na Xbox One. As novas texturas, o novo sistema de iluminação e modelos melhorados das personagens, tornam o ambiente ainda mais único. Metro 2033 também conta algumas funcionalidades vistas posteriormente em Metro: Last Light como por exemplo os menus radiais de equipamento.

Apesar de manter a mesma performance, Metro: Last Light não sofreu o mesmo nível de tratamento de Metro: 2033, mas verdade seja dita, também não precisava. Ainda assim, a versão PS4 e Xbox One apresenta uma melhoria considerável comparativamente ao jogo na PS3 e Xbox 360. De salientar que Metro Last Light Redux inclui todo do conteúdo adicional lançando anteriormente.

A IA dos inimigos foi melhorada em ambos os títulos, tornando a experiência de jogo muito mais consistente. No entanto, certos problemas se mantém inalterados. Metro Last Light Redux, tal como na versão original, tem o mau hábito de colocar o jogador contra quantidades enormes de monstros em áreas abertas. Estas secções acabam por estragar um pouco o equilíbrio entre combate e stealth.

Algo que não me deixou indiferente foi o voice acting, que não é aquilo que os jogos merecem. E mesmo tendo jogado as versões originais, a estranha pronuncia das personagens é algo que chama à atenção pelos piores motivos.

Metro 2033 e Metro Last Light já eram dois jogos carregados de atmosfera e estas versões remasterizadas realçam ainda mais os efeitos do holocausto nuclear. Metro Redux é uma excelente forma de atrair jogadores que não tiveram a oportunidade de experimentar as versões originais. Aqueles que já jogarem ambos os títulos Metro, têm aqui uma oportunidade de redescobrir os segredos e perigos que se escondem nas ruínas de Moscovo, através dos modos Spartan, Suvival e Ranger.