Análises

Rock of Ages

Quem tem bom gosto possivelmente se lembra dum pequeno e estranho jogo lançado em 2009, Zeno Clash. Embora fosse interessante, se o despíssemos da sua direcção artística ele era bastante banal. Mas foi precisamente essa direcção muito inspirada nas pinturas do renascentista Hieronymus Bosch e no ilustrador John Blanche que vendeu e deu alguma fama ao jogo e ao estúdio.


 Pois bem, dois anos mais tarde e agora sobre a alçada da ATLUS, os chilenos da ACE Team voltam a entrar em mundos surrealistas com este Rock of Ages. A tarefa mais complicada sempre que se fala de Rock of Ages é explicar no que consiste… pois bem… é complicado. Vou ser o mais breve e sucinto possível, Rock of Ages é um jogo de tower defense onde o objectivo é destruir o portão do adversário com um pedregulho gigante a deslizar rampa abaixo… sim eu sei, é estranho… Vou já dizer que adoro a ideia central do jogo, é um tower defense super básico e acessível para quem não gosta muito deste género (tipo eu) porque o mais importante são mesmo os reflexos do jogador ao controlar a pedra, o resto acaba por ser mais secundário.

O grande factor de desequilibro durante as partidas é o tempo, quem for mais rápido normalmente vence, e é aí que a vertente de tower defense ganha algum protagonismo, porque é colocando torres, catapultas, bombas e até animais no meio do percurso que ajuda a retardar o avanço do adversário. A IA é francamente pobre e em pouco mais de 2 horas terminei a campanha quase sem derrotas. Jogar contra humanos online é bem mais desafiante, mas actualmente o número de jogadores ainda é francamente reduzido (será que está a vender bem? Duvido) o que aliado a um multiplayer carregado de lag e crashes torna a experiência multiplayer longe do desejado. Não duvido que isto vá ao lugar com patches no futuro, até porque a ACE Team é bastante eficiente no suporte dos seus jogos.

Mas o grande cartão de visita é mais uma vez a direcção artística, desta vez muito inspirada nos Monty Python, com muito humor físico e visuais muito originais. Os adeptos de História vão adorar os pequenos piscares de olho a figuras históricas com que nos cruzamos em jogo, aliás o tema central de Rock of Ages é mesmo a História, a campanha é uma viagem desde a Grécia clássica até à época napoleónica. No entanto tenho que admitir que achei estranho que a figura histórica que enfrentamos na cidade do Porto (sim, o Porto é uma das cidades presentes no jogo) seja o rei Carlos III. Hum? O quê? Ah é espanhol… pois.


Mas a verdade é que tudo isto acaba por ser curto, estou mesmo a ver o pessoal da ACE Team no meio das suas (imagino que sejam habituais) sessões carregada de LSD a imaginarem tudo isto, ideia brilhante atrás de ideia brilhante, mas chegada a manhã seguinte já sóbrios ficaram a olhar uns para os outros sem grandes ideias do que fazer com este pote de ouro.

Mas não me interpretem mal, por 8€ este é um óptimo jogo tendo em conta a curta premissa. E por 8€ conseguem um ingresso para a mente retorcida destes loucos chilenos e isso é fantástico! E sem precisar de tomar substâncias estranhas bem mais caras.

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