Análises

Sonic Generations

Sempre que surge um novo jogo do Sonic, lembro-me dos tempos da Mega Drive em que os jogos do Sonic eram divertidos, bem estruturados e incluíam algumas inovações, tornando cada novo jogo numa experiência diferente mas sem comprometer a sua essência. Contudo, a passagem para 3D não foi a melhor e isso foi sendo cada vez mais notório pois o Sonic não conseguiu adaptar-se tão bem como o Mario.

Sonic Generations é talvez o primeiro grande passo para tentar revitalizar a série e meter Sonic no caminho certo, mas não deixa de ser curioso que tenham usado elementos do passado para atingir esse objectivo.

A história começa com a aparição de um misterioso inimigo que estraga a festa de anos de Sonic e rapta os seus amigos, levando-os através de portais do tempo. Sonic tem então de tentar salvar os seus amigos e acabar com a ameaça. Eventualmente, acaba por encontrar a sua versão do passado e juntos, têm de percorrer uma espécie de “limbo” e completar as nove zonas, que são inspiradas em jogos anteriores. Como não poderia deixar de ser, os clássicos Green Hill e Chemical Plant marcam presença, mas também há algumas surpresas como por exemplo Planet Wisp de Sonic Colors.

Cada zona está dividida em dois actos, sendo o primeiro acto jogado com o Sonic clássico em cenários 2D e o segundo acto com o Sonic actual em cenários 3D. De três em três zonas, há uma luta contra um boss. Para isso, são precisas três chaves que são desbloqueadas ao serem feitos desafios. Estes desafios são variados e, tanto podem ser corridas contra o tempo, corridas contra outra personagem ou caças ao tesouro.

Cada acto completado, dá um número de pontos que podem ser usados para comprar “skills”. Elas variam desde permitir o Sonic correr mais rápido, comprar vidas ou começar um acto com alguns anéis. Para além disto, também existem estrelas vermelhas espalhadas pelos actos, que ao serem apanhadas dão acesso a artwork. Aliado à online leaderboards, é um bom incentivo para repetir os actos/zonas várias vezes.

Em relação à jogabilidade, é um misto de sentimentos. Os actos em 2D representam bem o auge de Sonic. Cenários bem construídos e estruturados mas com múltiplos caminhos à escolha e sequências de plataformas bastante divertidas, sem falar nos gráficos bastante agradáveis e coloridos. Contudo, ainda há uma certa lentidão de resposta nos controlos (embora não tanto como em Sonic 4 Episode 1), fazendo com que se falhe o caminho pretendido ou que se acabe no fundo de um buraco mesmo tendo carregado no botão no tempo certo.

Quanto aos actos em 3D estão bastante melhores quando comparados com os jogos anteriores. Para isso contribui o facto de estes actos serem na verdade híbridos pois parte é feita em 3D e outra parte em 2D mas com os controlos dos actos em 3D. Ainda assim, não é o suficiente. Velocidade, plataformas e imprecisão são elementos que não combinam. Embora não seja tão frequente como em jogos anteriores e o tempo de resposta esteja melhor, aconteceu-me várias vezes o Sonic ficar preso no cenário ou o “lock on” não fixar correctamente resultando em perda de anéis, vidas e também na saída do cenário.

Este é o grande ponto fraco de jogo e isso é bastante notório pois o jogo permite a comparação entre a fórmula clássica e a fórmula actual. Isto mostra que a fórmula actual ainda precisa de polimento para ao menos conseguir captar a diversão de outros tempos. Além disso, os gráficos nestes actos poderiam estar um pouco mais detalhados mas verdade seja dita, o objectivo não é admirar a paisagem, mas sim correr pelos cenários o mais rápido possivel. Mas nem tudo é mau e existem alguns momentos bem conseguidos nos actos em 3D como por exemplo a perseguição de um camião em City Escape.

A nível sonoro, Sonic Generations apresenta alguns bons remixes de musicas clássicas e o voice acting está melhor conseguido, ou por outras palavras, as vozes não são tão irritantes como noutros jogos.

Nos últimos anos, os fãs do ouriço azul tiveram a sua quota parte de jogos medíocres mas finalmente a Sega aprendeu com os erros e conseguiu apresentar um bom jogo. Ainda é preciso algum trabalho, principalmente nos actos em 3D, mas ao menos já existe uma boa base para que os futuros jogos sejam pelo menos tão bons como este. Sonic ainda não está na sua melhor forma, mas ao menos está vivo e pronto para as curvas.

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