Análises

The Elder Scrolls Online: Tamriel Unlimited

Versão analisada: Xbox One

The Elder Scrolls Online: Tamriel Unlimited é a adaptação para as consolas de nova geração do jogo ESO lançado em 2014 para PC e MAC. O jogo pode ser considerado Free-to-Play, visto não existirem taxas de subscrição obrigatórias, contudo podemos obter um plano “plus”, recebendo assim, boosts de 10% experiência e de ouro. Também recebemos mensalmente 1500 crowns para gastar na loja do jogo que falarei posteriormente. A subscrição mensal tem um valor de 12.99 euros.

Um dos pontos fortes da série The Elder Scrolls seguramente é a imersão e longevidade do jogo. TES oferece uma grande liberdade ao jogador, desde perder-se ao fazer a história ao explorar o um mundo fantástico, explorar cavernas, florestas, templos e túmulos, lutar com os seres mais estranhos existentes e não existentes, tudo isto demonstra o potencial do novo título da serie, The Elder Scrolls Online. O género de jogo MMORPG não é novo, e este novo título vai buscar pedaços às fórmulas que já funcionam em outros MMO.

Em ESO existem três facções: Aldmeri Dominion em que constam os Khajit, Altmer e Bosmer, a Daggerfall Covenant onde estão presentes os Orcs, Redguards e Bretons e por fim Ebonheart Pact, constituída por Dunmer, Argorians e Nords. Todas as facções estão em guerra para conquistar o trono de Tamriel. Como é comum neste tipo de jogos, a raça escolhida determina a zona onde começamos a nossa aventura.

Vamos então ao jogo em si. Quando entramos no jogo, começamos a criar a nossa personagem. A personalização é bastante abrangente, sendo possível escolher vários detalhes. Género, raça, classe, altura, quantidade de massa muscular, cor de pele e cabelo, forma do cabelo, forma das orelhas entre muitos outros aspectos. Posso-vos confidenciar que perdi entre 30 a 40 minutos a criar a minha personagem, estudando todos os pontos de personalização possíveis. Abaixo, imagem de demonstração do poder de personalização de ESO, sendo possível escolher o tipo de feição da cara. Desde um ar heroico a angelical.

Thu_Jul_2_19-52-42_UTC+0100_2015Vamos explorar o mundo fantástico de ESO.

Todo o mundo respira The Elder Scrolls. ESO traz-nos a sensação de que estamos a jogar Skyrim. Várias referências e particularidades estão fortemente presentes neste título. Os fãs da série seguramente que vão sentir-se em casa. No início, podemos achar a exploração de Tamriel meio confusa, mesmo dispondo de um mapa e de uma bússola. O mapa por si só, é confuso, já a bússola, é plana/horizontal, levando-nos a questionar por vezes se estamos no sítio certo. Desta forma, certas entradas ou NPC’s, tornam-se difíceis de encontrar. O mundo, ao fim de algum tempo, pode parecer algo que repetitivo. É notória a utilização de texturas idênticas. Mesmo assim, damos por nós a deambular pelo mapa, descobrindo novas e mais áreas de Tamriel. Enquanto estamos a fazer alguma quest, ou simplesmente passeando pelo mundo fora, é possível encontrar vários jogadores, quer a combater, quer a evoluir. Em ESO, não temos a sensação que estamos sozinhos.

Para os amantes de lore, temos à disposição vários elementos para vos ajudar a saber mais sobre este mundo. É possível encontrar livros, conversar com outras personagens entre outras opções. Todo o mapa está repleto de lore.

Este novo título da série, veio também trazer uma nova profundidade à saga. O facto de ser MMO, permite elevar TES para outro nível, demonstrando um enorme potencial com muitas possibilidades. Como referi, o facto de ser MMO, significa que não estamos sozinhos com NPCs, mas que partilhamos o mundo com outros jogadores. É possível interagir com outras pessoas, ajuda-las, ou ataca-las, criar amigos e inimigos, tudo isto torna ESO num jogo bastante dinâmico. Além das interações via texto a que estamos habituados, em ESO a interação “mãe” é baseada em chat de voz de área e de grupo. Contudo, muitas vezes é incomodativo, pois, passamos por jogadores que estão simplesmente aos berros no microfone, ou ouvimos a música de fundo, destoando assim a nossa experiência, que, no meu caso, vi-me obrigado a desligar o mesmo. Já em PVP ou Dungeons/Raids ganha nota positiva pois torna muito mais fácil a comunicação entre membros.

ESO tem um (bom) sistema de justiça implementado.

Todas as acções criminosas serão punidas caso sejam apanhados. Guardas estão em alerta para apanhar criminosos. É possível roubar os items dos cidadãos, como baús, armários, caixas, bem como roubar as carteiras (pickpocket). Todos os cidadãos têm um inventário. Para roubar, temos de passar o mais despercebido possível, pois, se formos apanhados, sofremos as consequências.

Para fazer pickpocket, basta nos agacharmos, entrando assim em stealth mode e aproximarmo-nos pelas costas do NPC até que seja demonstrada a percentagem de sucesso do roubo. Tratando-se de um sistema de percentagem, é necessário ter a noção que o crime pode falhar correndo assim o risco de sermos apanhados no acto.

Também podemos atacar alguns NPC. Quando o mesmo morre, podemos fazer loot para tentar obter algo de valor. Caso sejam vistos a matar um NPC, outros NPC irão reagir.

Sistema de Bounty

Caso sejamos vistos por um NPC a praticar um crime o nível de bounty do nosso personagem, irá subir. A única forma de não recebermos bounty é usar o modo stealth ou não praticar crimes. Quanto maior o nível de bounty, mais cuidadosos precisamos de ser. Existem 3 niveis de bounty mediante a gravidade ou quantidade de crimes: Disreputable, Notorious e Fugitive .

Caso o guarda nos apanhe quando o bounty é baixo, temos duas hipóteses, ou pagamos, ou fugimos/lutamos. Se decidirem pagar, os itens roubados são retirados do inventário e somos obrigados a pagar uma coima dependendo do nível de bounty. Caso não tenham ouro para pagar a coima (como me aconteceu), já estão a ver no que vai dar. Caso escolham lutar, o mais provável é serem mortos pelo guarda, e perderem na mesma os itens roubados.

O sistema de Bounty permite também ao jogador seguir um de dois caminhos. Outlaw ou Enforcer. Caso queiram ser uns fora da lei, roubar e matar outros jogadores ou NPCs, sejam Outlaws. Caso queiram proteger os cidadãos, manter a ordem e apanhar criminosos, juntem-se aos Enforcers.

Para se juntarem aos Enforcers basta encontrar uma torre dos Enforcers e falar com um NPC. Quando nos declaramos como um Enforcer, recebemos uma tabard especial e será possível ver os crimes e nível de bounty dos outros jogadores. Para parar um criminoso, podemos ataca-lo em combate pvp (possível em Cyrodiil). Caso o Enforcer ganhe o combate, pode fazer loot aos itens roubados e deve-se dirigir a uma torre para entregar os mesmos, recebendo assim uma recompensa. No entanto, um Outlaw pode renascer e tentar obter os itens antes que o Enforcer chegue à torre. Após o crime com sucesso, o Outlaw deve-se dirigir ao refúgio para vender os artigos roubados. O refúgio é uma zona segura onde os criminosos não podem ser atacados.

Comunidade

Em relação à comunidade, pareceu-me bastante acessível, existindo um sentimento de ajuda dos outros. Apesar dos problemas relatados acima devido ao chat, gritaria e música de fundo, grande parte dos jogadores demonstram-se disponiveis para ajudar. De frisar que a ideia que passa é que a comunidade de ESO é mais madura que a da maioria dos MMOs, possivelmente devido ao tipo de jogo/lore que envolve. A utilização de chat de voz sem dúvida ajuda na comunicação com outros jogadores.

Qualidade de imagem

A versão para consolas de ESO tem recebido duras críticas em relação à sua qualidade face à plataforma de lançamento, o PC. A qualidade gráfica, como era de esperar, está aquém da versão PC. É notória a utilização de texturas “quadradas” e o AA não está no seu melhor. Contudo, mesmo assim, não deixa de ser um vislumbre, olhar para o mundo. Esta diferença, é algo que nem ligamos devido à imersão do jogo e ao divertimento que o mesmo nos trás. A intenção de trazer o jogo para o mundo das consolas também não era uma versão “remasterizada”, tendo o jogo apenas um ano.

Sun_Jul_5_18-37-22_UTC+0100_2015Comandos

A utilização do comando era algo que podia chocar com a maior parte dos jogadores visto que geralmente os MMORPG são na sua maioria, feitos para serem jogados com rato e teclado. No entanto em ESO a adaptação é bastante fácil. A barra de habilidades é minimalista e o mapeamento dos botões está bastante bom, não sendo de todo, difícil de controlar o personagem. Os gatilhos servem para defender e atacar, enquanto aos restantes, são-lhes atribuídos habilidades. Em relação ao D-pad, o mesmo serve para mudar o equipamento ou câmara por exemplo.

Loja

Como referido acima, o jogo tem uma loja, denominada de “Crown Store”, onde podemos adquirir starter packs, fatos, pets, mounts, poções entre outros itens de jogo como o upgrade para imperial edition, desbloqueando assim, a raça extra – Imperial. Os starter packs são bundles de pets, mount  e algumas poções. Podemos comprar pets como cães, gatos, minions e raposas. Também podemos comprar mounts, caso não gostem de andar a pé ou simplesmente não gostem da mount que têm. Têm à vossa disposição vários cavalos ou até mesmo Guars. Focada maioritariamente em itens cosméticos, a aquisição de itens na crown store não representa qualquer desvantagem para os que não têm subscrição.

The Elder Scrolls Online é sem dúvida uma boa adição à saga, que conseguiu juntar alguns dos melhores aspectos da saga TES e do estilo MMO, resultando assim num jogo bastante sólido para as consolas de nova geração.

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