Análises

Transformers Dark of the Moon

Não é desconhecido para ninguém que esteja minimamente a par das novidades de videojogos e que leia assiduamente análises que os jogos baseados em filmes regra geral não são considerados como épicos, inesquecíveis e até agora nenhum conseguiu um lugar na lista de jogos a obter uma versão GOTY ou mesmo considerado”clássicos”

O jogo chegou há algum tempo e ainda questionei-me se faria sentido escrever esta análise, primeiro porque o filme é de Junho e não recebeu grandes criticas assim como o jogo mas mesmo assim, passado todo este tempo, e sem ligar ao que os “profissionais do ramo” têm a dizer meti mãos ao comando e o DVD na drive, independentemente da avaliação, pois se cumprisse o seu objectivo básico que é entreter e divertir, então os responsáveis pelo jogo poderiam finalmente descansar sabendo que houve pelo menos uma análise positiva ao mesmo.

Criado pela mesma produtora responsável pelo que é considerado uma das melhores adaptações para as consolas de nova geração e PC da saga dos transformers, High Moon Studios as expectativas eram enormes pois o motor de jogo já estava criado, a maior parte dos modelos já estavam em principio criados do jogo anterior bastava agora adaptar ao script do filme, criar backgrounds e animar os robôs pois a história essa não tinham com que se preocupar.

A verdade é que é ai que recai a maior parte dos problemas dos jogos baseados em filmes, além da janela de tempo bastante curta, a alteração constante de script que faz com que sejam feitas alterações há ultima hora no jogo acabando por deixar algo por polir ou bugs por corrigir e seria uma boa desculpa para a qualidade geral do jogo ser mediana, contudo o problema é que Dark of the Moon, o jogo, não se baseia na história do filme, passando-se antes dos acontecimentos do mesmo quando Megatron tem como objectivo final libertar Shockwave e o dos Autobots de impedir os Decepticons de alcançarem o seu objectivo.

É aqui que surge a primeira incongruência, se o motor de jogo utilizado não foi criado de raiz e se a história ao contrário dos restantes jogos baseados em filmes não se enquadra no script do filme não se percebe como este transformers é tão diferente do seu antecessor e isso nota-se bastante tanto na jogabilidade como na qualidade dos cenários como nas cutscenes.

Transformers Dark of the Moon como indiquei anteriormente passa-se antes dos eventos presentes no filme, onde o objectivo de Megatron é libertar um dos seus maiores aliados, ShockWave e o dos Autobots durante quase todo o jogo tentar perceber o objectivo dos Decepticons e ir impedindo os seus avanços rumo ao objectivo final.

O jogo é composto na totalidade por 7 cenários onde em cada um deles controlamos um Transformer diferente tanto Autobot como Decepticon, sendo que cada Transformer dispôe de uma habilidade especial especifica e a respectiva arma.

Ao contrário do predecessor neste não conseguimos trocar de arma nem apanhar as armas largadas pelos nossos inimigos tornando-se ligeiramente mais restritivo nas escolhas dadas ao jogador.

Os cenários na sua grande maioria tirando uma ou outra paisagem são monotonos e vazios de conteudo tornando a experiência algo dificil de suportar se adicionarmos as partes em que ficamos “presos” em certas partes de forma a eliminar wave atrás de wave de inimigos, que parece ter sido a solução encontrada para aumentar a longevidade do jogo e do tempo que se passa em cada cenário.

Depois vem a questão da jogabilidade, se por um lado a nivel de ataques à distância recorrendo às armas ou aos especiais (granadas, canhão, entre outros) estão fielmente retratados e estão bem conseguidos o caso muda de figura caso nos aproximemos para tentar lutar recorrendo a ataques fisicos sendo que não consegui compreender se era bug ou mesmo limitação do jogo contudo para conseguir acertar no adversário tinha que premir a tecla 2/3 vezes ou mais pois o sistema não parecia apenas ter um ataque genérico repetido em todos os robôs fazendo com que ao alternar entre um Transformer “pequeno” como o Bumblebee para um IronHide ou Optimus Prime acaba-se por falhar a maior parte dos golpes, por fim temos também acesso ao modo de veiculo e “stealth” sendo que neste último o Transfomers torna-se num autêntico tanque de guerra a nível de característica, conseguindo dar mais dano e desviar-se facilmente dos ataques dos inimigos além de que devido à mobilidade adicional é fácil de recuperar vida, algo que é possível se não estivermos a ser atingidos durante alguns segundos tornando as duas outras formas (robô e veiculo) pouco utilizadas a não ser para completar os achievments/trophies e não fazendo sentido utilizar “stealth” quando este modo é tudo menos furtivo.

Os problemas de textura que assombram os cenários e os modelos dos robôs não ajudam à festa e alguma lentidão em algumas batalhas tanto durante o cenário (nas waves) como no boss final de cada nivel tornam dificil conseguir arranjar um motivo plausível para poder recomendar este jogo.

A banda sonora não fica atrás sendo que somos brindados com a música (genérico) do filme, e alguns efeitos sonoros, o resto caso existe é completamente imperceptivel de tal modo que não me recordo de mais nada, algo que é mau sinal para qualquer detalhe de um jogo/filme que terá como objectivo final não só as vendas mas tornar-se um marco no mundo dos videojogos contudo não parece ser o caso quanto nos referimos a jogos baseados em filmes.

Caso sejam fãs do filme, dos Transformers ou queiram achievments faceis de obter e consigam arranjar o jogo a menos de 20€ força, é rápido de passar e a experiência não será recordada por muito tempo, caso estejam a procura de algo mais então avancem por conta e risco uma vez que cada um tem gostos diferentes a nivel de jogos e na maioria das vezes nem sequer ligo às análises na altura da escolha, neste caso infelizmente tenho que dar o braço a torcer e concordar que o jogo é de facto mais um numa longa listagem de jogos mediocres que sofrem por estarem associados a um filme.

 

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