Análises

Mario & Luigi: Dream Team Bros

Mario & Luigi: Dream Team Bros continua o legado da série de proporcionar um RPG Japonês que foge dos combates parados e pouco envolventes e do melodrama adolescente, em vez disso foca-se em elementos de acção e plataformas tornando o combate e a exploração mais interactivos e conta uma história leve carregada de sentido de humor.

As mecânicas principais continuam a girar à volta do controlo simultâneo dos irmãos Mario e Luigi cada um com as suas acções mapeadas para um botão diferente. Ao saltar temos que saltar com os dois, ao atacar temos que usar o botão correspondente ao irmão que estamos a usar e temos habilidades onde podemos dar bom uso ao trabalho de equipa. Por exemplo, o Luigi pode martelar o Mario para ele ir pra debaixo da terra ou se estiver numa superfície dure, para ficar esborrachado, podendo chegar a sítios novos.

image_52390_thumb_wide610Dentro das batalhas (que são por turnos, mas não aleatórias) é importante termos bom timing, carregar no botão certo no momento certo durante a investida permite-nos infligir mais dano e até atacar uma segunda vez. Na defesa é importante não só o timing certo para nos esquivarmos dos ataques inimigos, mas também saber ler os inimigos e perceber os padrões de ataque, cada inimigo tem vários ataques diferentes e é preciso estar com atenção para perceber quais eles vão usar e para que lado vão atacar. Além do típico salto e do martelo também temos à nossa disposição ataques especiais que obtemos ao apanhar peças de puzzle espalhadas pelos cenários, ataques esses onde temos que coordenar os dois irmãos para, por exemplo, chutar alternadamente uma carapaça para destruir um grupo de inimigos.

A grande novidade neste jogo é que podemos entrar nos sonhos do Luigi, passando dos cenários com vista isométrica para psicadélicos níveis 2D onde o poder dos sonhos e imaginação conferem poderes ao Luigi. No ecrã táctil podemos interagir com a cara do Luigi enquanto dorme, podendo fazer-lhe cócegas no nariz para ele espirrar criando uma rajada forte de vento dentro do sonho, ou quando dentro dos sonhos ele se transforma numa árvore podemos puxar-lhe os bigodes o que se traduz em puxar as folhas da árvore onde o Mario se pode agarrar para se lançar num salto enorme. À medida que avançamos vamos desbloqueando habilidades cada vez mais malucas e imaginativas, mas não é só fora das batalhas que as coisas mudam, dentro dos sonhos o Mario combate sozinho mas com a ajuda dos poderes do Luigi que lhe conferem mais ataque e habilidades novas como um exército de Luigis a caírem em cima dos inimigos depois de saltarmos ou vários martelos a aparecerem e criarem ondas de choque. Os ataques especiais também tiram partido da imaginação do Luigi, assim como de funcionalidades da 3DS como o giroscópio, como no primeiro ataque que apanhamos onde temos que inclinar a consola para apanhar Luigis enquanto enrolamos uma bola gigante cheia deles (estilo Katamari Damacy) para depois chutar contra os nossos inimigos.

Mario-Luigi-Dream-Team bowserO sistema de combate é mais completo e interactivo do que nunca, não só pelos ataques novos, timing necessário e crachás com habilidades especiais, mas também por tirar uso da tridimensionalidade havendo alturas onde nos podemos movimentar para escapar e fugir a ataques ou posicionarmo-nos melhor para fazer um contra-ataque mais efectivo.

O estilo gráfico é diferente do usado até agora, abandonando os sprites usados nos cenários para usar polígonos chegando a bons resultados especialmente com o 3D ligado, apesar de nem sempre tão bons como nos jogos anteriores. Já no mundo dos sonhos, voltamos ao 2D e especialmente devido ao tema, os níveis são artisticamente bem mais interessantes com cores e designs originais psicadélicos. Mas se esta escolha para os cenários deixa algumas saudades do estilo 2D limpo com contornos grossos, já o uso de sprites para as personagens está brilhante, replicando a arte oficial das personagens e assemelhando-se a polígonos graças ao uso inteligente de cores, criando um estilo gráfico único que funde o 2D e o 3D e tira partido do 3D estereoscópico da consola. Tal como nos anteriores jogos, nomeadamente no último, as animações estão detalhadíssimas, carregando imensa personalidade e humor nas várias personagens e inimigos.

A compositora veterana Yoko Shimomura criou o que é provavelmente a melhor banda sonora da série, com temas absolutamente fantásticos que conseguem ir do ligeiro ao épico sem esforço e sem perda de qualidade.

257196-h1O jogo não só é enorme, demorando facilmente 40 horas só para acabar a história com mais umas quantas para fazer tudo o resto, como introduz coisas novas a toda a hora, aparecendo mecânicas e puzzles novos com regularidade. Infelizmente o início não é dos melhores, sendo as primeiras horas carregadas de diálogo e tutoriais muitas vezes desnecessários o que pode ser entediante para quem sabe o que está a fazer. O diálogo é geralmente excelente e tem imensa piada, mas por vezes falta-lhe algum brilho e peca por excesso, especialmente nas horas iniciais.

Mario & Luigi: Dream Team Bros não é tão bom como o Bowser’s Inside Story, especialmente pelas primeiras horas e diálogo não tão consistentemente brilhante, mas não deixa de ser um óptimo RPG, cheio de humor, personalidade e boas ideias, excelente para quem gosta do género, mas está farto dos clichés que lhe são inerentes.

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