Análises

Castlevania: Lords of Shadow 2 – Revelations DLC

” E se…”. Esta é a melhor expressão com que podemos caracterizar a série Lords of Shadow. É certo que os vários elementos comuns a outras séries são inspiração para este jogo, no entanto, o resultado final foi longe daquilo que se esperava e a sequela foi prova disso.

Contar pequenos pormenores de uma história da qual já sabemos o final não é de todo o mais fácil. Há que sobretudo mostrar factos que contribuíram para o desenlace, de preferência algo desconhecido. A premissa do nosso regresso ao castelo, desta vez controlando Alucard, é simples, mostrar o papel do descendente do príncipe das trevas, no período em que este se encontrava num sono profundo, imediatamente antes do começo de Lords of Shadow 2.

Ao longo das pouco mais de três horas que demora para terminar o conteúdo ficamos sem dúvida a saber o contributo que Alucard teve em Lords of Shadow 2, a questão é que já o sabíamos e este pequeno excerto não acrescenta nada de novo à história. Mais uma sensação de déjà vu, como aliás já tínhamos visto na aventura principal.

Revelations DLC segundaA jogabilidade permanece idêntica à campanha de Drácula, demasiado idêntica talvez. Existe uma combinação de combate, muito pouco exploração e resolver quebra-cabeças, sendo este último onde passamos mais tempo, um pouco estranho dada a natureza do género onde se insere o jogo. O salto continua impreciso, sem peso, o que torna algum do platforming inconsistente e não natural.

Temos apenas uma arma, espada, à nossa disposição, que pode transformar-se um mais duas, mediante o uso dos gatilhos. Infelizmente a transformação é apenas visual, pois todo o moveset é igual, apenas se diferenciando uma com cor azul para regenerar vida e outra com cor laranja para quebrar escudos, à semelhança da aventura de Drácula. Não existe, portanto, uma variedade a encontrar aqui, isto para além de todos os problemas que o sistema de combate tem, que aqui se mantêm, coisas como a câmera estar muito afastada ou muito perto, ser difícil obter hitstun, não termos dicas visuais de quando os inimigos vão atacar (com exceção dos que não podemos bloquear), enfim a lista é semelhante ao que tínhamos e nada foi resolvido. O combate funciona, mas voltamos ao eterno “e se…”
A resolução de puzzles é a parte que toma mais o nosso tempo. Existem alguns que fazem bom uso das nossas novas habilidades, revelando-se uma das melhores componentes.

É de bom grado que a parte moderna da campanha não está aqui presente, ainda para mais secções que não encaixam de todo num jogo destes. Era de longe uma das partes menos conseguidas e não há outra coisa aqui a não ser salas dos castelo. Apesar de algum conteúdo reciclado vamos visitar áreas novas, e a arte e visuais continuam a brilhar, sendo um dos seus melhores aspetos, ainda que tenhamos de dar pancada em inimigos desinspirados desprovidos de qualquer carisma. É uma pena que o resto das componentes do jogo não consigam acompanhar.

Uma vez terminados o DLC podemos continuar a explorar o castelo, para descobrir os restantes upgrades/arte que nos falharam, ou então continuar para uma nova dificuldade em NG+. Não é possível usar Alucard na campanha principal ou Drácula no DLC.

Não foi aproveitada esta oportunidade para melhorar aspetos menos conseguidos. A narrativa não nos conta nada de relevante e que já não soubéssemos. O combate continua, apesar de trazer alguma satisfação, com os mesmos problemas que o tornam mais frustrante e penoso para quem quer algo mais.

Apesar do baixo preço é difícil recomendar este conteúdo, pois este é o tipo de bónus que seria apropriado ter como um pequeno extra depois de acabarmos a nossa campanha com Drácula, para ter uma experiência do que seria jogar com um dos personagens preferidos dos fãs. Infelizmente, ou felizmente dependendo da perspectiva, o que havia de mau continua mau, e que há de bom assim ficou. Ainda assim, se gostaram da aventura principal, e apesar de curto, será um conteúdo a considerar.

E se, tivessem melhorado o combate? E se, mexessem na camera para a melhor posicionar? E se, tivéssemos um moveset melhor e mais diferenciado? A resposta a estas perguntas ficará para uma próxima oportunidade, se a houver.

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