Análises

Bayonetta

Versão testada. Wii U

Anda como uma modelo, luta como uma super-heroína e domina anjos como uma dominatrix; as suas pernas impossivelmente longas acentuam a elegância e agilidade com que ela destrói inimigos numa dança sensual, brutal e sangrenta.
Bayonetta é tão confiante e irreverente como Hideki Kamiya, o lendário director por detrás de clássicos como Devil May Cry, Resident Evil 2, Viewtiful Joe e The Wonderful 101, um portfólio invejável e que fala por si. Em 2009, com o lançamento de Bayonetta para a Xbox 360 e PlayStation 3, o criador e a Platinum Games cimentaram-se como os reis dos jogos de acção.

bayonetta-wii-u-screenshot-1Os nossos inimigos são as forças de Deus, anjos muito diferentes dos típicos bebés alados: cães monstruosos, dragões com duas cabeças, gigantes mecânicos e todo o tipo de criações bizarras com toques arte religiosa.
Não é por serem anjos que são simpáticos, é preciso saber ler os sinais para evitarmos dano: uma pista sonora ou o brilho de uma arma avisam-nos, desviarmo-nos no último momento activa o Witch Time, pondo tudo em câmera lenta temporariamente para podermos encadear uma série de ataques num vistoso combo.

Cada combinação de armas (uma nas mãos, outra nos pés, equipada nos saltos das botas) tem ataques específicos e há muitas habilidades, poderes e acessórios para comprar. Masterizar o jogo não é fácil, mas quando dermos conta, está-nos no sangue.
Importante para quem quer fazer boas pontuações é o Dodge Offset, uma técnica em que podemo-nos esquivar enquanto mantemos o botão de ataque premido para depois podermos continuar a atacar sem perder o combo. É complicado de aprender, mas a partir do momento em que começa a entrar na cabeça, tem-se um vislumbre do quão incrivelmente bem conseguido é o sistema de combate de Bayonetta.

O jogo entra a pés juntos com uma batalha em cima de escombros que caem pelo céu enquanto o narrador nos conta como as bruxas da Lua foram derrotadas pelos anjos de Deus. De batalha em batalha o jogo vai aumentando de escala, com cenários e lutas maiores que a vida, num crescendo de violência maravilhosamente orquestrada.
Apesar de o jogo não se levar demasiado a sério, sempre a fazer umas piadas e referências a jogos Sega (a editora de Bayonetta) e Clover, a frequência e duração dos vídeos vai longe demais e quebra a adrenalina e ritmo do jogo, mesmo sendo possível passar à frente.

Também fracamente concebidos foram os Quick Time Events (QTEs), alturas em que temos de carregar demasiado rápido e quase sem aviso num botão indicado no ecrã, ao falharmos morremos, o que chega para dar cabo da nossa pontuação. Espalhadas pelo jogo há algumas secções diferentes onde andamos de mota ou em cima de um míssil, uma homenagem aos clássicos dos salões de jogos Hang On e Space Harrier. São ideias com o coração no sítio certo e não são longas, mas a concretização deixa um pouco a desejar.

bayonetta-0Estes problemas são minúsculos face a tudo o que o jogo faz tão, tão bem e a versão Wii U apresenta-se como a definitiva do jogo: os loadings são bem bem mais curtos, acrescentou-se V-Sync para acabar com os problemas de screen tearing, a resolução continua a 720p e o framerate está semelhante ao da versão 360, ou seja aponta para os 60, mas tem quebras com alguma regularidade que em princípio apenas afectarão os mais sensíveis a estas coisas.
Além destas melhorias e da possibilidade de jogar com o Gamepad sem a TV, também há controlos alternativos com o ecrã táctil, um esforço louvável, mas que não é o método de controlo recomendado como é óbvio.
A grande novidade são os fatos de Peach, Daisy, Samus e Link, que além da mudança estética trazem uma série de pormenores que ficam como surpresa; todas estas fatiotas sexy estão disponíveis desde o início e podem ser mudadas antes de cada missão, são extras engraçados e desculpa-se o clipping presente nalguns vídeos.

Uma vez passado o modo Normal, desbloqueia-se o Hard e há quem diga que é aqui que começa o jogo, com as nossas habilidades intactas e com cerca de 15 horas em cima, está na hora de nos pormos à prova. É essencial usar o Witch Time, o Dodge Offset e todas as técnicas e combos que aprendemos para derrotar os inimigos, agora alterados, descobrir todos os segredos, desbloquear tudo e completar todos os desafios.
Não foi difícil que chegue? Está na hora de tentar a dificuldade Non-Stop Infinite Climax… e fazer tudo em Pure Platinum, a pontuação mais alta! É um jogo bastante difícil, mas para quem tem dificuldades em Normal, há dois modos mais fáceis e até um modo automático em que os controlos e combos são extremamente simplificados. Com estes modos e até os controlos de ecrã táctil, o jogo acolhe os menos experientes, mas não os mais novos, afinal de contas conta com muita violência e asneiras (em Inglês ou Japonês).

iWWyaC3Wnq4ZeMesmo que não fosse ridiculamente barato e praticamente oferecido com certas edições da sequela, Bayonetta continua a ser um dos melhores, se não o melhor jogo de acção alguma vez feito. Uma obra-prima agora ainda melhor, não há como resistir.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 9.5

9.5

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