Análises

Bayonetta 2

Quer seja na Terra, Paraíso, ou Inferno, ninguém se compara à Bayonetta e no mundo dos jogos de acção, ninguém se compara à Platinum Games.
As poucas pessoas que compraram o primeiro Bayonetta ficaram desejosas de mais, mas a Sega não se mostrou interessada em financiar um segundo jogo e a Platinum nunca fez uma sequela, por isso não havia muita esperança num regresso. Inesperadamente, a Nintendo estava a ouvir e decidiu financiar o jogo, brindando a Wii U com um segundo exclusivo do estúdio a seguir ao The Wonderful 101.

Com Yusuke Hashimoto ao leme e Hideki Kamiya “apenas” como supervisor, podem haver dúvidas se a primeira sequela de sempre do estúdio consegue fazer juz ao nome do primeiro jogo, mas Bayonetta 2 vai deixar envergonhados os não crentes.

Bayonetta-2-battleCada batalha é uma chacina que nas mãos certas se transforma num ballet sangrento, encadear as dezenas de ataques diferentes num combo gigantesco é parte arte e parte ciência; um grupo de inimigos não é só uma ameaça, é uma oportunidade de mostrarmos o que valemos para chegar ao fim do combate com uma medalha Pure Platinum.
As mecânicas do primeiro jogo estão intactas: podemos trocar instantaneamente de armas, equipar acessórios com variadíssimos efeitos, activar o Witch Time (câmera lenta) desviando-nos no último instante e se tivermos magia suficiente, podemos destruir um inimigo de uma só vez com um sádico ataque de tortura ou optar por activar o novo Umbran Climax, temporariamente aumentando as nossas capacidades para desferirmos novos e poderosíssimos golpes.

O jogo faz ainda melhor o que o primeiro fazia tão bem, as batalhas são épicas e gigantescas, capazes de pôr qualquer blockbuster a um canto, ou dito em bom Português, Bayonetta 2 é sempre a abrir. A equipa não ignorou o que estava de errado no primeiro: as secções on-rails que aparecem aqui e ali são extremamente bem feitas, já não há Quick Time Events rápidos demais a surgirem do nada e a levarem a mortes injustas e não somos constantemente interrompidos por vídeos enormes e personagens irritantes.
A acção é doseada com alguma exploração, mas não demasiada, apenas a suficiente para limpar o palato, apanhar alguns itens, fazer umas compras e conhecer o mundo do jogo, que nos brinda com óptimas vistas e cenários que mostram uma direcção artística mais bem conseguida que a do primeiro.

iN4U0M2icfL2oAlém do design, o motor gráfico apresenta melhorias técnicas como é natural, há mais detalhe, melhores efeitos, modelos e animações, os cenários são maiores e há mais a acontecer no ecrã, o terreno a destruir-se à nossa volta é tão ou mais impressionante como em The Wonderful 101.
O jogo corre em 720p e felizmente não há screen-tearing, mas também não há anti-aliasing e o framerate nem sempre está fixo nos 60 fps, como é usual nos jogos da Platinum. São quebras pouco acentuadas que podem incomodar quem tem mais olho para a coisa, mas que terão pouco ou nenhum impacto para os restantes.

Quem jogou o primeiro sabe que chegar ao fim da história é apenas o início, o brilhante sistema de combate implora a sua masterização, obter Pure Platinum em todos os níveis e dificuldades é a própria recompensa, mas fazer todas as proezas e desbloquear todas as armas,técnicas, acessórios, personagens, modelos 3D, imagens e músicas são um óptimo incentivo a passar muito tempo com o jogo.

wiiubayonetta2scrn01e3Não contente com isso, a Platinum inclui um modo online surpreendentemente bom, onde cooperamos com outro jogador em batalhas que desbloqueamos durante a história, o jogador com a melhor pontuação ganha mais dinheiro e pode escolher a próxima batalha, assim como a dificuldade, quanto mais alta, mais se aposta, mas mais se ganha.
Este modo está extremamente bem feito, até a jogar com jogadores Japoneses nunca tive lag, nem dificuldades em encontrar com quem jogar, podemos fazer um jogo rápido, enviar e receber convites e treinar contra o computador enquanto esperamos, tudo feito de uma forma intuitiva e indolor.
Esta mistura de cooperação e competição é incrivelmente viciante e é ainda mais uma razão para dominar o sistema de combate.

A Platinum Games conseguiu o impensável e fez um jogo ainda melhor que o original, carregado de humor, sexualidade, acção e set-pieces maiores do que a vida, Bayonetta 2 é o expoente máximo do seu género, um jogo de acção absolutamente brilhante que não vai ser fácil de ultrapassar.

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