Resident Evil Revelations 2

Versão testada: PS4

Com o lançamento do último episódio e da versão física completa de Resident Evil Revelations 2, dá para ver aquilo que a Capcom tentou fazer com este título; tentar apelar aos fãs da série, ao mesmo tempo que usava elementos implementados nos recentes títulos da série e misturava-os com elementos clássicos.

Apesar de ser um projeto com um orçamento menor que os principais títulos da série, Resident Evil Revelations 2 pega em duas personagens bem conhecidas dos fãs e entrega uma verdadeira experiência Resident Evil.

O jogador tem à sua disposição duas campanhas à semelhança daquilo que se viu em Resident Evil 2. A primeira campanha tem como protagonistas Claire Redfield e Moira Burton. A segunda campanha tem como protagonistas Barry Burton e Natalia.

Tudo começa quando Claire e Moira são raptadas e aprisionadas numa ilha remota. Depois de as suas celas terem sido abertas misteriosamente, Claire e Moira vão à procura de respostas sobre o que se está a passar e de uma forma de escapar da ilha. Barry, depois de saber do rapto da sua filha e de lhe descobrir o rasto, vai à ilha tentar salvar Moira. Logo no inicio encontra ma misteriosa rapariga chamada Natalia que o vai ajudar a percorrer a perigosa ilha.

Cada uma das campanhas ao longo dos quatro episódios tem os picos de intensidade e tensão, e no geral o ritmo de progressão é bastante bom. No entanto, algumas situações apresentadas não são tão interessantes e acabam por quebrar em demasia essa tensão. Quanto a batalhas de bosses, Resident Evil Revelations 2 não conta com muitas mas as que tem são variadas e memoráveis.

Sem entrar em grandes detalhes para não estragar a surpresa a ninguém, o jogo tem dois finais diferentes. Um dos finais pode-se considerar o “final mau” e o outro pode-se considerar no “final bom”. O “final bom” é o desejado pois para além de introduzir algumas surpresas, adiciona também uma segunda parte à luta final de boss. A escolha do desfecho é feita através de uma importante decisão no terceiro episódio. Se não viram o final que queriam ou se querem ver o outro lado da moeda, têm obrigatoriamente de voltar ao episódio 3.

A nível de jogabilidade, Clarei e Barry são as personagens mais ativas enquanto que Moira e Natalia são mais de suporte. Com isto não significa que não tenham a sua importância nas várias situações. Sempre que necessário, o jogador tem a possibilidade de alternar livremente entre personagens. Pelo menos por enquanto, existe apenas a opção de um modo cooperativo local, mas a experiência cooperativa está bem conseguida.

Algo implementado com sucesso no primeiro Resident Evil Revelations e que regressa agora em força é o Raid Mode. Este modo mais “arcade” dá ao jogador o desafio de completar pequenos mapas matando todos os inimigos, por vezes tendo também um tempo limite. À medida que se vão completando missões, vão desbloqueando novas mais difíceis que incluem inimigos com maior nível e com habilidades especiais. Como recompensa em completar com sucesso missões, ganhasse dinheiro que pode ser gasto em melhor equipamento, e experiência necessária para evoluir a personagem e as suas habilidades.

De origem, este modo inclui duas personagens desbloqueadas (quatro no caso da versão física) e à medida que vão completando os episódios e certos requisitos no Raid Mode, vão sendo desbloqueadas mais personagens, algumas delas são caras bem conhecidas da série. No final deste mês, o jogo vai receber uma atualização que vai adicionar um modo cooperativo online, mas por agora, o Raid Mode tem apenas um modo cooperativo local.

Onde se faz mais sentir o menor orçamento do projeto é mesmo no departamento gráfico. O jogo tem algumas quebras notórias de frame rate, e os modelos das personagens assim como o detalhe dos cenários não tem a qualidade desejada.

É inegável o facto de que a Capcom conseguiu criar um bom spin-off da série Resident Evil, cujo formato episódico até que funciona bem. Resident Evil Revelations 2 apresenta uma campanha com uma boa atmosfera e alguns momentos de tensão marcantes, e um Raid Mode melhor e mais viciante que nunca. Apesar de apresentar alguns problemas técnicos e uma ou outra situação na campanha não tão bem planeada, a qualidade do título não sai muito manchada e torna-se por mérito próprio numa experiência obrigatória para os fãs da série Resident Evil.