Análises

Everybody’s Gone to the Rapture

Versão testada: PS4

Atualização (18:16 do dia 11/08/2015): A produtora esclareceu que existe uma opção para andar mais rápido. Mas como foi adicionada em cima da hora, não houve tempo para atualizar a informação no menu de jogo. Para andar mais rápido basta pressionar o botão R2 durante alguns segundos. No entanto, a crítica à velocidade do movimento mantém-se porque a função de “sprint” não é muito diferente do movimento normal.

Original (11:46 do dia 11/08/2015): Habitualmente, os jogos com um cenário pós-apocalíptico tendem a ser depressivos, cheios de caos e destruição, mas Everybody’s Gone to the Rapture tem uma abordagem completamente diferente. Na verdade, esta pode ser a abordagem mais calma e relaxante de um cenário pós-apocalíptico que algumas vez vi num videojogo.

Em Everybody’s Gone to the Rapture somos incentivados a explorar uma misteriosa cidade deserta, mas em vez de zombies, monstros ou outro tipo de criaturas do género, apenas existem memórias. Em vez de matar e lutar pela sobrevivência, simplesmente temos de andar pela cidade e descobrir o que se passou. Pode não parecer muito divertido, mas é extremamente cativante.

Review_Screenshot_6_1438952871O objetivo é explorar Yaughton e descobrir o que aconteceu à sua população. Durante a exploração vamos encontrar pequenas esferas de luz. Quando nos aproximamos, estas esferas de luz podem fugir e nós tanto podemos segui-las como podemos continuar a explorar a cidade como bem entendermos. Outras vezes as esferas de luz assumem a silhueta de pessoas e começam a dar flashbacks. Estas manifestações espalhadas pela cidade dão pistas sobre o que aconteceu, mas também servem para mostrar a relação que os habitantes tinham uns com os outros.

Parte dessa capacidade em “agarrar” o jogador vem do design da própria cidade. A produtora fez um excelente trabalho a criar Yaughton, pois parece uma cidade inglesa que poderia muito bem existir na realidade. A atenção ao detalhe é sem dúvida elevado ao longo de todo o jogo. No geral, é feito um bom uso do CryEngine3, embora existam algumas texturas que, quando inspecionadas mais de perto, não são tão detalhadas. Mas dada a escala da cidade, diria que estas pequenas imperfeições conseguem passar despercebidas.

Review_Screenshot_2_1438952860A jogabilidade é bastante básica. Usa-se o stick esquerdo para andar, o stick direito para controlar a câmara, e o X para interagir com uns quantos objetos. É devido a este tipo de jogabilidade básica que por vezes este género de jogos são apelidados de “walking simulators”. Mas este termo algo depreciativo passa completamente ao lado, já que a diversão não vem da jogabilidade mas sim do desvendar do mistério. E que poderoso mistério que é.

Muito do impacto emocional é dado através do áudio. O diálogo de todas as personagens é feito na perfeição e com o tom certo. Mas o que eleva o design do áudio é a banda sonora, que consegue encaixar e dar ênfase ao que vai acontecendo.

Nas cerca de seis horas que demorei a completar o jogo, apenas encontrei duas coisas a criticar. A primeira, é referente à lentidão do movimento da personagem, pois não existe uma forma de andar mais depressa. Dado que todo o jogo gira à volta da necessidade de andar pela cidade, a lentidão do movimento pode por vezes tornar-se frustrante. O outro aspeto menos positivo tem a ver com a existência de poucos auto saves e com a frequência a que estão separados. De referir que não existe uma opção de gravar manualmente, e por isso, têm de ter atenção na altura de fechar o jogo.

Everybody’s Gone to the Rapture não é um título para todos, mas não há nada de errado nisto. Este é um jogo dedicado a uma audiência mais especifica que gosta de uma experiência concentrada na história e nas personagens, e que adora de desvendar mistérios. Aqueles que decidirem aceitar esta aventura, vão encontrar um jogo que merece toda a atenção.

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