Análises

Gravity Rush Remastered

Versão testada: PS4

Gravity Rush chegou à PS Vita em 2012 e agora decidiu também desafiar a gravidade na consola de nova geração da Sony. Quatro anos depois do seu lançamento original,  a versão remasterizada chegou à Playstation 4 com uma resolução de 1080p a 60 frames.

Mas o aumento da resolução nativa e de frames, não foram as únicas melhorias que Bluepoint Games nos trouxe. A versão PS4 conta também com melhores texturas, melhorias a nível de iluminação e melhorias no detalhe geral que elevam o estilo artístico cel-shade a outro patamar. O aspecto do jogo continua soberbo e tão deslumbrante como na consola portátil. Os tons do jogo, acastanhados, são bastante agradáveis, trazendo-nos a sensação de anime. Existem vários pormenores que me relembram o estilo inigualável de Hayao Miyazaki. Relativamente à banda sonora, tem um estilo bastante característico, estando em perfeita sintonia com o tema e arte do jogo.

CutScene09Gravity Rush conta-nos a historia de Kat e o seu companheiro gato, o Dusty. A história é contada não só enquanto jogamos com Kat, mas também ao estilo dos livros aos quadradinhos. Estas cutcenes aos quadradinhos fazem jus ao aumento de resolução, considerando-as assim soberbas quando vistas na televisão. Além disto, nesta edição remasterizada, podemos contar com todos os DLC lançados anteriormente, sendo que aumentam consideravelmente a longevidade do jogo.

A nossa aventura começa quando surgimos numa cidade no céu sem qualquer memória de quem somos, o que somos e onde estamos. Hekseville, de seu nome, a cidade está a enfrentar distúrbios gravitacionais e aparenta estar a ser invadida por monstros denominados de Nevi. Kat, capaz de controlar a gravidade devido ao seu companheiro, o Dusty, vê-se imediatamente no centro de confusão e quase que forçada a salvar a cidade.
O controlo da gravidade dá-nos uma grande liberdade de movimentos, fazendo com que tenhamos até a sensação de voar. É possível correr pelas paredes do prédios, ficarmos pendurados ao estilo de um morcego ou até transportarmos objectos e pessoas. Voar cidade fora é simplesmente fenomenal. O seu gameplay único faz com que seja uma experiência bastante agradável. As mecânicas pouco mudaram em comparação com a versão original. O R1 controla a gravidade e utilizamos o analógico direito para controlar a direção. É possível também utilizar o sensor de movimentos do comando, mas, sinceramente, temos maior controlo de Kat se simplesmente utilizarmos o analógico, demonstrando assim, que o jogo não precisa de giroscópio.

2A nível de combate, não está no patamar de outros jogos do tipo, mas também não fica muito atrás, sendo bastante sólido e eficaz. Ao combater no ar, nota-se que Kat tem “peso” ao embater contra os adversários, embora por vezes ao atacar os Nevi voadores, torna-se difícil controlar mudanças drásticas de direcção, sendo necessário repetir o ataque. Relativamente à camera a mesma necessitava de ser melhorada, tendo tem conta que permanecem os problemas presentes na versão PS Vita. Acertar na posição correcta da camera por vezes é difícil, especialmente quando estamos a combater no ar.

À semelhança de outros títulos de acção, aqui também é possível evoluir a nossa personagem. Ao consumir cristais, podemos aumentar as habilidades de combate de Kat, a barra da vida, a barra da gravidade ou evoluir os nossos poderes especiais. Além desta personalização, também podemos trocar a roupa à nossa personagem, sendo os fatos desbloqueados por missões primárias ou secundarias.

Em Gravity Rush, o mundo é aberto, sendo possível aceder a qualquer zona. Além de termos as missões primárias, podemos nos divertir a fazer as dezenas de missões secundárias disponíveis ou podemos também andar pelo mapa a apanhar os cristais espalhados pela cidade para evoluirmos a nossa personagem. Também é possível interagir com alguns NPC que encontramos pela cidade, mas os diálogos deixam um pouco desejar sendo de certa forma, vazios.

Tendo jogado o jogo em Português, fiquei agradado pela qualidade e humor presente nos diálogos, mas Gravity Rush, tem os seus altos e baixos. Ora estou bastante agradado conforme vou jogando, ora chego a estar aborrecido e por vezes chateado com os controlos, nomeadamente em situações de combate. Mas poder jogar um dos melhores títulos da PS Vita num ecrã maior, é sem dúvida uma boa experiência.
É verdade que nem todos os remasters lançados até agora foram bons, mas será Gravity Rush diferente? A resposta é um grande sim. Tendo em conta que o jogo na consola portátil da Sony já era deslumbrante, esta versão remastered está sem dúvida num patamar acima, onde os suaves 60 frames fazem toda a diferença no tipo de jogo que é Gravity Rush. Na PS Vita, eram conhecidos os problemas de performance do jogo, mas agora, a suavidade é notória, facilitando o combate ou deslocações por Hekseville, tornando o jogo numa ainda melhor experiência. A essência deste título permanece viva. É um jogo cheio de criatividade sendo que realmente merece estar no pódio dos jogos do género.

Quem não teve oportunidade de o jogar, tem agora à sua disposição esta versão (per)feita para a TV, que servirá sem dúvida para que possam testar o palato para o género e para vos aguçar o apetite, pois não se esqueçam que a sequela está prestes a sair do forno.

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