Análises

Tales of Zestiria

O lançamento de Tales Of Zestiria marca o 20º aniversário da série “Tales Of”, uma série que no Ocidente pode não ser assim tão popular entre os fãs de JRPGs, mas que no Japão anda lado a lado com Final Fantasy e Dragon Quest. Portanto, o que nos reserva esta nova entrada?

A história de Tales Of Zestiria começa com Sorey e o seu bom amigo Mikleo a explorar umas ruínas, quando a meio da exploração salvam uma rapariga chamada Alisha. Após uns dias em Elysia a recuperar forças, Alisha parte sozinha rumo a casa. Mas tudo se complica quando Sorey e Mikleo são atacados por uma estranha figura chamada Lunarre; um assassino que andava atrás de Alisha. Receando pela sua segurança, os dois amigos partem à sua procura, embarcando assim numa grande aventura, e aproveitando a oportunidade para descobrir se as histórias sobre o mítico Shepard eram ou não reais.

À primeira vista, parece ser a típica história do herói a salvar o mundo, o que até é o caso. Mas ao contrário dos anteriores títulos da série, a história de Zestiria também algum cariz político à mistura, dando assim um “sabor” diferente aos acontecimentos gerais.
No entanto, a história a certa altura dá uma estranha reviravolta quando uma personagem que antes parecia ser bastante importante, desaparece e dá lugar a outra que, até então, não tinha grande relevo. É como se a história tivesse sido planeada para oferecer dois rumos diferentes, mas mais tarde, os planos de produção tivessem levado a alterações profundas. A história é interessante, assim como as personagens, mas nota-se alguma falta de coesão no enredo.

Ao longo da aventura, Sorey vai descobrindo todo o potencial de ser Shepard, e como tal, ser dos poucos humanos com a capacidade de ver e falar com os Seraphim, assim como de purificar os hellions. A principal habilidade ao seu dispor chama-se Armatization, ou seja, o poder de Sorey em fundir-se com os seus amigos Seraphim para duplicar o ataque e energia, e ganhar novos ataques.

Armatization acaba por ser algo bastante importante no sistema de combate em tempo de real de Tales of Zestiria. Cada Seraphim que Sorey conhece pelo caminho, controla um elemento diferente (Água, Fogo, Terra, e Vento) e consegue fundir-se com Sorey, caso a situação assim o exija. Geralmente, isto é algo usado em situações mais complicadas como muitos inimigos ao mesmo tempo na arena, ou em lutas de bosses.
Para além do Armatization, Tales Of Zestiria tem mais sistemas incorporados nas batalhas, tais como Martial, Hidden e Seraphic arts. Ao inicio, tudo isto pode ser demasiado para encaixar, mas com algum tempo e treino, tudo se torna natural.

tales of zestiria review 2Como seria de esperar, as estatísticas das personagens são aumentadas com novas armas e equipamento. No entanto, há mais um aspeto a ter em consideração. Cada item tem habilidades adicionais que podem complementar as já existentes, dando assim ainda mais benefícios. Por exemplo, se tiverem a sorte de apanhar um item que encaixe perfeitamente no resto do vosso equipamento, todas as estatísticas dessa personagem poderão ser aumentadas. É verdade que isto significa mais idas ao inventário e mais tempo perdido em menus, mas por outro lado, há sempre a possibilidade que cada item, mesmo que tenha um nome repetido, possa ser melhor que o equipado.

O grande aspeto negativo das batalhas acaba por ser a camara de jogo, já que por demasiadas vezes atrapalha-se com o cenário, impedindo o jogador de ver claramente o que se passa. Mas isto é apenas consequência de um problema ainda maior. As dungeons em Tales Of Zestiria, na sua grande maioria, são grutas e ruínas subterrâneas, passando por uma ocasional montanha ou floresta. Em vez da diversidade vista noutros títulos da série, aqui, as dungeons são demasiado pequenas e pouco variadas, e mesmo as áreas maiores, são desinteressantes.

Graficamente, o jogo fica algo a desejar. Embora as personagens tenham um bom nível de detalhe e um estilo anime bem cuidado, os cenários e os mapas têm um aspeto datado. O facto de se tratar de um port, explica o porquê de não ser nada de especial visualmente. Não é que seja um jogo feio, mas poderia ter sido feito algo mais para tornar este jogo mais belo na PS4 e no PC.

tales of zestiria review 3Uma coisa que muitos irão gostar de saber, é o facto de Tales Of Zestiria oferecer a possibilidade de escolha entre as vozes inglesas e japonesas. Surpreendentemente, as vozes inglesas são de boa qualidade, mas é uma pena que a sincronização labial não tenha sido retrabalhada para as acomodar. Fundamentalmente, são as vozes japonesas que melhor se enquadram nas personagens e no mundo, e que melhor retratam o estilo do jogo.

Tales Of Zestiria pode não ser o melhor título da série, e muito menos irá revolucionar o género, mas no final de contas, estamos perante um JRPG bastante agradável, que nos apresenta um sistema de luta divertido e personagens cativantes. Muito provavelmente, ainda não será desta que a série Tales Of se torna tão popular no Ocidente como outras séries de JRPG, mas os fãs deste género de jogos, têm aqui uma boa opção à sua escolha.

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