Análises

République

Versão testada: PS4

République é um jogo single player que se foca numa aventura claustrofóbica de vigilância permanente num edifício localizado num desconhecido Estado Totalitário, onde existem laboratórios nos quais se desenvolvem estranhas experiências científicas e onde somos impelidos a ajudar, de um modo remoto, Hope, a jovem protagonista, a escapar deste local.

Lançado originalmente na plataforma móvel iOS e posteriormente remasterizado para PC, République é agora editado para a PlayStation 4, com a agregação dos 5 episódios disponíveis que completam esta história.

Sendo um jogo produzido pela Camoflaj, uma equipa construída por elementos que trabalharam na série Metal Gear Solid, não é de estranhar que, ao nível das mecânicas utilizadas na jogabilidade, a ação furtiva será uma base primordial da movimentação da protagonista, onde através do controlo que é dado ao jogador do sistema de vigilância Metamorphisis, através de um simples sistema de hack, nos tornamos parte integrante do jogo e dos acontecimentos vivenciados. Diria que, em certos momentos, esta componente de ação furtiva e hacking fazem lembrar um cruzamento simplificado da movimentação do protagonista de Assassins Creed e do uso remoto das câmaras de Watch Dogs.

Em termos de apresentação gráfica e análise da jogabilidade, mesmo que a passagem para o PC ou a consola tenha dado a possibilidade de controlarmos diretamente Hope, ao longo do jogo torna-se notório as limitações impostas pela origem nas plataformas móveis, no percurso que se faz pelos cenários pouco memoráveis, na medida em que a interação com os objetos ou com as câmaras é efetuada através da pausa na ação, para que entremos no “Omni View”, um sistema que permite controlar remotamente o sistema de vigilância, efetuar scans dos objetos para uma melhor apreensão da história, num sistema simplificado no uso dos botões adequados do comando.

Republique PS4 screenshotUm dos aspetos mais interessantes que me surpreenderam em Republique é a excelência das vozes dos diferentes personagens, as quais são muito competentes e muito imersivas, com o uso adequado dos tons e emotividade necessária para dar envolvência à interação.

Apesar da premissa interessante que emerge do tema inerente a République, senti alguma desconexão com a história, talvez motivada pelo ritmo lento do jogo e pela falta de maior variedade na jogabilidade presente ao longo do mesmo. Apesar das ideias interessantes que sobressaem com mais frequência no campo da literatura do que no campo dos videojogos, com um tema tão contemporâneo como a vigilância omnipresente da tecnologia ou a problemática das sociedades políticas totalitárias, République apresenta um produto final pouco coeso, com uma jogabilidade pouco satisfatória e onde os aspetos positivos não conseguem contornar estas limitações.

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