Análises

Shadow of the Beast

Shadow of the Beast, o clássico de 1989 está de regresso e em exclusivo para a Sony Playstation 4, e promete trazer de volta a sensação que deu a muitos de nós anteriormente.
Shadow of the Beast foi publicado pela Psygnosis e cativou uma geração de jogadores pelo seu ambiente negro, arte e banda sonora, tornando-se assim num dos ícones da Commodore Amiga. Será o título da Heavy Spectrum Entertainment Labs, um remake à altura do icónico jogo de 89?

Este título conta-nos a história de Aarbron, que foi raptado em criança, e corrompido por magia, sendo transformado num servo e monstro guerreiro. Mas, após empalar um humano, as memórias regressam ao nosso personagem, e aqui começa a nossa história. Combatemos com Aarbron pelo mundo de Karamoon que, sedento de sangue, irá destruir a treva a tentar impedir a sua vingança contra o mago tirano Maletoh.

SOTB_PS4_Final_01_1462868539Para conseguir atingir o seu objetivo, Aarbron tem à sua disposição as suas  melhores amigas, as suas garras. O core do combate do jogo é regido por ondas de inimigos que vão surgindo de ambos os lados. Existem variados tipos de inimigos que requerem diferentes tipos de aproximações. Se pretenderem ter uma aproximação demasiado agressiva, muito provavelmente não conseguirão passar dos primeiros níveis caso não dominem de todo os timings das habilidades de Aarbron. O bloqueio e contra-ataque são as nossas melhores ferramentas, que aliados ao timing perfeito, tornam-se na melhor arma contra os nossos inimigos. Relembro que este jogo puxa pelo gore e aspecto sangrento, sendo que, iremos desmembrar, mutilar e decapitar todos os que nos apareçam à frente.
Conforme combatemos, obtemos sangue que funciona como stamina e moeda de troca para ataques especiais. Alguns desses ataques servem para recuperar vida, que pressionando uma combinação de teclas, damos inicio a um ataque em slow-motion para absorver energia de uma forma grotesca.

Além dos combates ditos normais, existe também algumas boss fights que apelam não só ao timing do pressionar da tecla para a acção, mas também um pouco de estratégia. Não é nenhum action timed event, mas será necessário em alguns casos cronometrar muito bem as nossas acções, sejam elas atacar no momento certo, ou avançar para a plataforma correcta. Apesar de apelarem um pouco à estratégia e timings, não são difíceis de passar, e chego a considerar os combates quase do tipo tentativa e erro, mesmo não obtendo grandes momentos de frustração para passar os bosses.

Conforme avançamos no jogo, obtemos pontuação. Consoante a pontuação obtemos moeda de troca para adquirir níveis avançados das habilidades, adquirir mais valor de vida ou talismãs. Os talismãs são objectos com habilidades especiais como ao cair de sitios altos, não morrermos instantaneamente. Além disto, podemos desbloquear muitas outras coisas, mas dou destaque ao jogo de 1989. Sim, podemos adquirir o icónico jogo de 1989 e joga-lo ao som da sua maravilhosa banda sonora

A campanha, dividida em capítulos, é relativamente apelativa apesar de ao inicio nos sentirmos um bocado perdidos, especialmente em relação à história caso desconheçamos o ícone de 89. Além disso a campanha não é propriamente grande. No entanto existe a possibilidade de repetir os capítulos e alterar a dificuldade, o que nos falhou anteriormente, poderá ser corrigido devido à oportunidade voltar e tentar de novo em busca de melhores pontuações e tempos. A existência de classificações gerais, puxa-nos a elevar a nossa estratégia de combate e precisão ao limite. Conforme referi, em SotB temos de planear os nossos movimentos e ataques especiais quase que milimetricamente para obter pontuações perfeitas e assim, ficar por cima dos nossos amigos na classificação.

Ao estilo do seu antecessor, mantém-se fiel permanecendo um side-scroller repleto de acção, muito gore e um ambiente extremamente negro.
A caracterização dos níveis e o ambiente que transmite, é simplesmente espectacular. Todo o jogo transpira violência e ódio. Todo o jogo respira malevolência e raiva. Esta sensação enraivecida dos níveis, é algo que nunca foi descorado conforme vamos avançando na campanha. A caracterização dos níveis é sem dúvida um grande plus. O estilo e arte negros, juntamente com a elevada quantidade de gore, mesmo que por vezes mascarada pelo jogo de sombras, tornam o design gráfico do jogo, simplesmente fenomenal.

SOTB_PS4_Beta_04_1462868537Relativamente à banda sonora, encaixa na perfeição do jogo, mantendo de certa forma a magia do mesmo. Porém, tanto o ambiente como a banda sonora, não têm o impacto que tiveram anteriormente, muito provavelmente devido ao que estamos habituados de ver e ouvir hoje em dia, além de que, são tempos completamente diferentes. A existência videojogos com ambientes gráficos e bandas sonoras decentes já não é um nenhum fenómeno hoje em dia.

Shadow of the Beast é um remake com cabeça tronco e membros, trazendo de volta o ambiente extremamente negro, violência e muito gore presente no título de 1989. Shadow of the Beast retorna em grande para adoçar o palato aos fãs do icónico jogo de 1989, mas deixa também um sabor amargo porque simplesmente queremos mais. Considero que será um jogo mais para agradar ao grupo de nostálgicos que foram e permanecem fãs do primeiro titulo, do que algo para, mais uma vez, criar um marco na história. É caso para dizer, faltou um chan ao jogo para eleva-lo a efectuar esse tal marco.

Botão Voltar ao Topo