Análises

Total War: Warhammer

Versão testada: PC

Total War é uma série de jogos de estratégia desenvolvidos pela Creative Assemble que se destacou de outros jogos do género devido à sua criatividade, grafismo e dinâmica, conseguindo assim, angariar uma legião de fãs, permitindo a continuidade da série.
Além disso, quebrou a barreira do numero de tropas que podemos controlar, chegando a atingir números nunca antes possíveis, algo que era bastante limitado nos outros jogos do género, cerca de 200 unidades. Maioritariamente de cariz histórico, apesar de ser um videojogo, consegue-nos transmitir alguns dos acontecimentos das épocas passadas. Total War representava de certa forma grandes batalhas, algumas das maiores guerras  da história, ou pelo menos, uma aproximação realista das mesmas. Porém, já contando com uma variedade de lançamentos deste calibre histórico, creio que a Creative sentiu a necessidade alterar o rumo da série.

A Creative juntou então o mundo fantasia de Warhammer e Total War, deixando de ser um jogo tipicamente histórico e passa a ser um jogo mais alargado, abrangendo assim mais áreas, nomeadamente a fantasia, e adicionando não só um estilo e arte característicos, como também um maior leque de tropas. Deixamos de controlar apenas soldados, digamos reais, para controlar um leque de outros elementos, como hordas de vampiros e seres do submundo, batalhões de Orcs ou anões.

Além da variedade de unidades que Warhammer veio adicionar à saga, Total War Warhammer trouxe também o enorme leque de ataques novos, seja composto pelas tropas melee que quebram a barreira do humano nos restantes TW, bem como as magias dos magos por exemplo. Podia estar a descrever eternamente o quão grande são as possibilidades em Total War agora, mas deixo para os curiosos verem com os seus próprios olhos. Contudo, e por estranho que pareça, acho que esta junção de mundos, seja talvez a melhor jogada para o IP, tendo assim a oportunidade de se alargar para novos horizontes e agradar a outro público alvo. O IP Total War tenta elevar a fasquia juntando o mundo de Warhammer no seu ambiente estratega que estamos habituados, tentando formar assim um casamento perfeito.

Em Total War Warhammer existem 5 facções que podemos comandar, sendo que a quinta estará disponível via DLC, ou, quem adquiriu o jogo na primeira semana, obteve esse DLC gratuitamente. Cada fação dispõe de unidades específicas, respectivos heróis pontos fortes e fraquezas.

– O Empire, talvez a mais equilibrada entre as restantes, oferece-nos uma diversidade de unidades, sendo mais fácil a adaptação para diversos cenários que nos deparemos. Desde unidades com espadas, arcos e cavalaria, a feiticeiros, assassinos ou tanques a vapor.

– Os Greenskins (Orcs) conseguem manter um exercito de proporções elevadas a custo reduzido. O seu ponto forte, batalhas de curta distância, tornam-nos numa ameaça capaz para qualquer tipo de combate corpo-a-corpo. O seu leque de unidades também é bastante interessante, com cavaleiros de lobo por exemplo. Não tendo no entanto unidades voadoras. Estas tropas carecem de combate constante , caso contrario poderá dar aso a revoltas internas, onde começam a lutar entre si.

– Os Dwarfs, pequenos mas grandes, são uma tropa poderosa e estão equipados com grande tecnologia, desde canhões a helicópteros, são no entanto uma unidade que consome um grande quantidade de recursos.

– Os Vampire Counts (undead) são extremamente poderosos com um leque de unidades digamos do submundo, como zombies, esqueletos ou lobisomens, bem como são propensos a magias verdadeiramente devastadoras no seu intuito.

– Os Warriors of Chaos contam com unidades que mais parecem saídas das profundezas do inferno. Criaturas com mutações, montadas e canhões do inferno, tornam os Warriors of Chaos numa facção verdadeiramente temível e uma das mais devastadoras. A utilização de bestas ou guerreiros que já perderam a sua humanidade, desligados das necessidades básicas que tornam um ser, humano, têm apenas uma coisa em mente, destruição acima de tudo.

Cada facção tem os seus heróis, com skills (poderes) especiais e algumas bem poderosas. O herói por si, consegue moralizar o batalhão inteiro e quiçá até sozinho conseguirá ultrapassar situações de aperto e mudar o rumo da batalha. Uma boa utilização dos poderes do herói, garantirá a vitória.

Total War Warhammer review screen 1Como é sabido, Total War é um IP de estratégia. Talvez o que consegue demonstrar de melhor forma como eram as guerras “antigas”. Grandes batalhões a defrontarem-se juntando a estratégia de topo, tentando criar todo o tipo de oportunidades para vencer o inimigo. Em Total War temos a liberdade de decidir como atacar os nossos inimigos, podemos iludi-los com meia dúzia de tropas centralmente e posteriormente flanquear sendo assim mais eficaz. É um jogo que tem presente pequenos combates bem como em grande escala com centenas ou milhares de unidades.

O jogo propriamente dito está divido em dois modos. O comum campo de batalha de proporções épicas onde controlamos directamente os batalhões de guerreiros, sendo possível colocarmos o chapéu de estratega para tentar derrotar as implacáveis tropas inimigas. Aqui dispomos também de um herói que tem skills especiais com os mais diversos efeitos. Vencer em desvantagem numérica.

Depois temos um controlo de mapa ao estilo de Civilization onde podemos expandir a nossa facção. Aqui podemos construir edifícios, treinar e movimentar tropas, atacar, entre muitas outras opções.

Um aspecto curioso é que se não quiserem estar a controlar directamente as tropas no campo de batalha, podem simular a mesma, permitindo assim progredir mais rapidamente na campanha, mas vencer em desvantagem numérica, creio que apenas será possível na vista de batalha, pois é onde podemos formar estratégias para ganhar, por isso deve-se apenas usar quando estamos seguros que as nossas tropas conseguem vencer o inimigo. Nas batalhas perdemos soldados que gastando moeda (ganha nas vitórias por exemplo) podemos usar para recrutar soldados novamente.

Ponto interessante é quando por exemplo conquistamos uma vila ou cidade, podemos escolher o que fazer com as tropas sobreviventes. Podemos acolher os inimigos nos nossos batalhões, demonstrando o nosso lado “bom”, porém este lado pode fazer com que percamos pontos de liderança, algo que ganhamos por  exemplo se executarmos os sobreviventes.

Total War Warhammer review screen 2O controlo das unidades não se trata apenas do seu movimento e controlo de vida. Tem-se também de tomar atenção à moral. Como a moeda tem duas faces, para o bem e para o mal, as batalhas são ganhas não só aniquilando os exércitos inimigos, bem como, desmoralizando os mesmos. Mas o mesmo também pode acontecer as nossas tropas, logo, há-que ter atenção.

A nível de grafismo, Total War manteve-se firme e fiel ao que estamos habituados. Boa qualidade gráfica que aliada ao design das unidades do mundo de Warhammer, tornam este título num IP sem igual, contando com pormenores deliciosos de qualidade e animação. Vislumbrar o efeito da chuva nos campos de batalha, alagando todo o terreno ou mesmo a iluminação a incidir sobre as tropas enquanto defrontam hordas de inimigos, são características bem trabalhadas que provam que o jogo tem efectivamente um bom detalhe.

Em relação à câmara, pode ser uma dor de cabeça. Conseguir um alinhamento correcto que nos agrade, pode por vezes ser uma tarefa difícil, bem como a habituação ao tipo de controlo que nos é permitido. Não que seja de alguma forma limitado, mas o controlo por defeito não é o melhor. Podemos controlar a câmara apenas com o teclado como uma combinação deste com rato. Mesmo assim, o melhor alinhamento para conforto, pode ser difícil de encontrar.
A nível sonoro, é o esperado. Destacam-se os barulhos de batalha estilo medieval dentro de Warhammer. Não identifiquei nada a apontar neste aspecto.  No entanto e em relação à banda sonora, noto que deveria ser mais imersiva, proporcionando assim um melhor ambiente.

Em suma, Total War: Warhammer junta num casamento quase que perfeito, as colossais batalhas em tempo real conhecidas do seu legado e o mundo fantástico de Warhammer, permitindo assim que a saga alcance outro nível. Este será o primeiro de muitos outros títulos com ambiente, digamos, menos realista que a Creative nos irá apresentar; pelo menos assim o espero pois este foi sem dúvida uma surpresa bastante agradável e uma grande lufada de ar fresco para o IP.

 

Nota editorial: Foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela editora/distribuidora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 8

8

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