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Antevisão The Legend of Zelda: Breath of the Wild

Tal como foi difícil escolher o que fazer quando comecei a jogar a demo de The Legend of Zelda: Breath of the Wild para a Wii U, também é difícil saber por onde começar aqui. As horas que passei com o jogo reforçaram a minha convicção de que este é a materialização do mundo e aventura que a minha imaginação pintava entre os pixéis de The Legend of Zelda e de muitas maneiras, todas as suas sequelas.


Com um sistema de física surpreendentemente robusto e uma enorme atenção ao detalhe, o jogo tem mais do que só uma grande área para explorar livremente, tem um mundo com o qual podemos interagir e experimentar. A liberdade de irmos para onde quisermos ganha outro apelo quando também o podemos fazer “como quisermos”, é surpreendente o número de reacções que as nossas acções podem ter, sempre de uma maneira lógica e natural dentro daquele mundo fictício.
Agora sim, uma caixa de areia.

screenshot_5-768Um rio gelado não te deixa chegar aonde queres, por mais roupa quente que ponhas ou poções escaldantes que tomes? Podes trepar quase tudo, se calhar consegues escalar por um caminho à volta. Não tens stamina suficiente porque não te precaveste apanhando e cozinhando cogumelos verdes para um bom estufado que te dê energia extra? Manda umas árvores abaixo com um machado ou espada e tenta criar uma ponte, ajudando os troncos a ficar na posição certa com umas rajadas de vento da Korok Leaf.
Nem sabes o que isso é? Umas flechas bem colocadas podem-te ajudar a rodar os troncos à medida que descem o rio.
Espera, o quê? Afinal não tens lâminas nenhumas para cortar árvores? Usa bombas.
Não? Podes sempre usar a Magnesis Rune, uma habilidade que nos deixa controlar objectos magnéticos, pegar naquela porta de metal que viste abandonada uns metros atrás e fazer uma ponte.
Podia ficar nisto o dia todo, a liberdade de acções é estonteante e é surpreendente ver que até quem já jogou dezenas de horas da demo continua a descobrir coisas novas.

Enquanto que em grande parte, senão mesmo em todos os jogos open world deste género, a exploração do mundo pouco mais é que seguir setas, andar e lutar, aqui o mundo tem que ser conquistado e nós temos que nos preparar e adaptar. Lógica sempre foi uma parte importante de Zelda, agora também o é, mas de uma maneira muito mais natural, complexa e variada.

botw screen 2Claro que há masmorras com puzzles mais perto dos clássicos, até agora apenas foram mostradas quatro Shrines, pequenas dungeons espalhadas pelo mundo que basicamente servem para apanharmos habilidades e aprender a usá-las. Como o jogo final vai ter mais de 100 destas mini-masmorras, a dificuldade, complexidade e tamanho vai obviamente aumentar.
Na demo pude experimentar as habilidades de criar bombas redondas ou cúbicas, parar certos objectos no tempo, criar pilares de gelo na água e o íman mencionado atrás. Todas estas habilidades permitem o jogador explorar e combater de maneiras completamente diferentes, isto para não falar na quantidade de armas que se podem apanhar, desde ramos e braços de esqueleto a machados de duas mãos ou um Fire Rod, o clássico ceptro que atira bolas de fogo.

O jogo está lindíssimo, o shading, a iluminação, as animações, é tudo de deixar a boca aberta e fez-me sentir dentro de um filme do estúdio Ghibli. Nem tudo são rosas claro, jogar em TVs de fraca qualidade e demasiado perto expôs a falta de anti-aliasing, mas ao passar para uma TV boa a uma distância normal estas falhas foram mitigadas ao ponto de nem as notar, se bem que os jaggies continuam lá.
O framerate costuma andar pelos 30 fps, mas com algumas quedas aqui e ali em momentos com mais acção e efeitos no ecrã. O que incomoda mais é o pop-up, conseguimos ver os contornos gerais de tudo à distância, mas muitos pormenores apenas aparecem no ecrã à medida que nos aproximamos, o que quebra a imersão.
Vamos ver como o jogo final se porta e que melhorias a versão NX vai trazer, mas é um feito impressionante no hardware da Wii U.

3The Legend of Zelda: Breath of the Wild parece fazer exactamente o que prometia, reinventar a série, repensar as suas convenções e manter-se fiel ao que faz um Zelda…. um Zelda! Mais do que só pegar em bocados de outros jogos open world e juntá-los, Breath of the Wild estrutura tudo à volta da jogabilidade e interactividade e deixa todos os outros jogos do género a comer pó. Agora tenho que me consciencializar de que isto era só uma demonstração de um jogo que não sai antes de Março de 2017.
A espera tem sido longa e vai continuar, mas se a demo é uma boa indicação, vai valer a pena.

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