Análises

Mark McMorris Infinite Air

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Insiro-me no grupo de jogadores casuais neste género de jogos, com memórias quase apagadas de outras gerações onde as letras SSX ainda tinham algum significado. Mark McMorris Infinite Air infelizmente não vai deixar o seu caminho marcado no snowboard virtual.

Mark McMorris tenta misturar a simulação com o factor divertimento, mas falha no resultado final. Começa logo desde os primeiros segundos de jogo, através de um extenso tutorial, a bombardear o jogador com informações de truques e técnicas avançadas do controlo da prancha. É também nesses primeiros segundos de jogo que me apercebo de como o falha em cativar o jogador a continuar a jogar.
A curva de aprendizagem é enorme e bastante íngreme, vai intimidar de imediato um jogador casual que procure apenas divertir-se com este jogo.

O controlo da personagem não é extremamente difícil, acaba por ter pormenores intuitivos como por exemplo o modo como cada gatilho do comando corresponde a uma mão da personagem, mas ao mesmo tempo há certas combinações que não são fáceis de executar. A pouca tolerância ao erro que o jogo proporciona faz com que seja frustrante conseguir um combo de várias manobras em sequência.
Para termos acesso a todo o conteúdo da campanha é necessário completar determinados desafios em todas as corridas que fazemos, o que aliado ao sistema de controlo torna toda a experiência ainda mais avassaladora.

No departamento técnico Mark McMorris não impressiona em nenhum dos seus componentes. A nível visual não há nada que impressione, os gráficos cumprem o seu papel mas alerta-se já para a presença de alguns problemas de pop-in que se tornam mais evidentes quando vamos a descer a montanha a maior velocidade.
Os efeitos sonoros estão muito bem implementados e são de grande qualidade, aliados á boa sensação de velocidade do jogo são capazes de transmitir verdadeiras sensações de adrenalina quando realizamos uma sequencia a grande velocidade.
A banda sonora é que deixa um pouco a desejar não conseguindo adequar-se inteiramente áquilo que se pretende do jogo.


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O melhor que Mark McMorris tem para oferecer está nas mãos da comunidade. O jogador pode explorar circuitos criados aleatoriamente ou circuitos criados por outros jogadores. Naturalmente isso significa que cada um de nós pode aceder a um editor presente no jogo e criar diversos tipos de circuito, com rampas, declives e várias outras ferramentas que proporcionam descidas divertidas, rápidas ou exigentes, para a prática do snowboard virtual.
Esta adição é essencial na longevidade do jogo e é sem dúvida o ponto mais forte que ele tem para oferecer.

Sobreviver á enorme curva de aprendizagem que Mark McMorris Infinite Air tem durante a primeira hora de contacto com ele será crucial para saberem se o jogo vos vai divertir ou não. Algures no seu desenvolvimento a equipa perdeu o balanço entre a simulação e o estilo arcade, cabendo aos jogadores tentarem adaptar-se a ele.
Se procuram algo que jogam facilmente e começam de imediato a executar diversos truques com uns toques no comando, fujam! Se pelo contrário têm gosto em aprender as mecânicas do jogo e estão dispostos a investir tempo nessa aprendizagem, então este jogo terá muito para vos oferecer.

Nota editorial: Foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela editora/distribuidora para efeitos de análise.
Versão testada: PS4

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