Análises

Watch Dogs 2

Versão testada: Xbox One

Watch Dogs, o primeiro, foi um título de certa forma infame. Infame porque foi um jogo que prometia, mas na sua entrega ficou aquém das espectativas dos jogadores. Desde a não esperada redução na qualidade gráfica, a algumas mecânicas do próprio jogo como a condução, ferraram este IP de uma forma acentuada, tendo sido alvo de muitas criticas. Cepticismo permaneceu durante o lançamento do numero 2, tornando-o num jogo dificilmente convincente para os jogadores.
Veremos, no entanto o que realmente nos trás a sequela, se mantém o presságio de maldizer ou se a Ubisoft lançou um título melhorado, demonstrando assim o que é suposto ser um bom Watch Dogs.

Tentando não dar spoilers em relação à historia de Watch Dogs 2, posso dizer que é notória a evolução face ao primeiro título. O numero dois conta com uma história não tão sem sal, tornando-se muito mais cativante que a do seu antecessor. A equipa DeadSec está de volta e foi renovada, contando com um conjunto de novas personagens. Um grupo de “hipsters” que tentam fazer o que consideram correcto. Desta vez, é possível sentir uma empatia com as mesmas. A ligação com o jogador está lá. É caso para dizer, gosto desta DeadSec. E isto já é um bom principio e uma valente melhoria.

Em relação a mecânicas, temos ao nosso dispor diversos tipos de hacks. O nosso melhor amigo continua a ser o telemóvel, e com ele temos alguma diversidade e algumas novidades. Continuamos a poder criar o caos pela cidade fora, mas relativamente a missões, o stealth é o foco. Contudo, pode por vezes não corresponder da melhor forma, proporcionando assim uma abordagem mais barulhenta, digamos. Considero existir alguns problemas de campo de visão dos inimigos, maioritariamente no seu limite, mas também a nível de audição. Temos a necessidade de criar distrações sonoras (fazer algo entrar em curto-circuito), fazendo com que o inimigo se aproxime, posteriormente rebentando com o objecto, imobilizando o alvo.
Há possibilidade de fazer diversos upgrades, com os pontos que recebemos, desde reloads mais rápidos das armas a maior “carga” do telemóvel, permitindo assim maior numero de hacks. Estes pontos são ganhos a fazer missões quer primárias, quer secundárias. Obviamente umas recompensam mais que outras.

A condução foi um dos tendões de aquiles do primeiro Watch Dogs. Apesar de existir uma evolução face ao primeiro, sinto que a melhoria podia ser maior. Competitivamente falando, ainda não chega à qualidade de condução de outros títulos do género. Tenho a sensação que o comando (volante) não é responsivo de forma imediata, e o jogo também nos transmite uma falsa sensação de velocidade. Parece que a velocidade não existe. As travagens também podiam ser mais realistas. Se estamos a andar a alta velocidade, travar e imobilizar o veículo deveria ser semelhante à realidade, isto é, a travagem não ser quase imediata. Podemos ir a 200km/h (numero exemplificativo) lembramo-nos que temos que virar imediatamente e é só pressionar o travão. O carro para quase que instantaneamente.
São pequenos pormenores que poderiam tornar a condução melhor, pois está presente e é incentivada, visto que até temos no telemóvel uma aplicação para que nos entreguem os carros, logo, devia ter existido um maior foco na melhoria desta experiência. O foco existiu, mas devia ter dado um salto ainda maior. Exemplos (bons) há, é só olhar para o vizinho do lado.

watch-dogs-2-review-2Relativamente a “acção/combate”, como referi, podemos optar por ser super stealthy ou mais intrusivo. O que chamo de 8 a 80. Os drones elevam o patamar da imaginação, sendo possível pensar em diversas tácticas e abordagens. Todas elas são interessantes e diferentes. No meu caso, raramente usei armas de fogo. Temos ao nosso dispor um taser, que corresponde, na minha opinião, da melhor forma para aquilo que o jogo deve ser e para aquilo que o novo grupo DeadSec deve ser. Um grupo de vigilantes. Percebo que ao colocar armas de fogo no jogo traga maior acção e ajude contra inimigos mais difíceis, mas no meu caso, salvo em algumas excepções, fiz as missões sem as utilizar. Quiçá um Watch Dogs sem armas letais, fosse também interessante para as massas, apelando assim a uma maior imaginação.

Toda a experiência que tive foi bastante fluida. Graficamente semelhante ao anterior, e apesar de não ter tido a oportunidade de analisar de perto as versões PC e PS4, pelo menos a versão Xbox One portou-se muito bem. Notei algum “dentado” nos limites das personagens e em algumas texturas, porém creio ser devido à plataforma. No entanto não destoa nem quebra a imersão, pois desta vez, estamos a prestar mais atenção à história e aos acontecimentos que nem olhamos com “olhos de lince” para os aspectos técnicos.

O modo “online” ainda está presente, tendo recebido notificações de missões online. Mas admito que me foquei inteiramente na história, não sentido falta de “apanhar ar” para descansar do modo single-player.

watch-dogs-2-review-1Em suma, podemos dizer que Watch Dogs 2 conta com diversos sucessos. Venceu os fantasmas do passado que o assombravam, demonstrando ser um melhor título que o seu irmão mais velho. Não se tornou num jogo sem sal, aliás, pelo contrário, a sensação de inovação está bastante presente, sendo um título mesmo que semelhante ao anterior, manteve-se fresco e inovador. A introdução de uma equipa mais jovem e irreverente na DeadSec veio também trazer outra alma ao jogo. Talvez terá sido mesmo o enredo que mais contribuiu para virar a maré a favor do numero dois. Acredito que desta vez irá agradar a mais jogadores, pois nota-se que é um titulo mais maduro; um Watch Dogs que considero como deve de ser. Um jogo que se me apetecer jogar algo, o colocarei imediatamente na consola e vou-me divertir a fazer o que me der na telha pela cidade fora.

 

Nota editorial: Foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela editora/distribuidora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 8.5

8.5

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