Análises

Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King

Versão testada: Nintendo 3DS

Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King para a PS2 foi o meu primeiro Dragon Quest, por isso foi com entusiasmo que recebi esta versão para a 3DS, mas será que o jogo é tão bom como me lembrava ou é tudo nostalgia?

A premissa é simples, para levantar a maldição que transformou o Rei de Trodain numa espécie de Yoda e a a sua filha num cavalo, embarcamos numa aventura para derrotar um feiticeiro malvado e eventualmente salvar o mundo. É simples e funciona, isto porque Journey of the Cursed King vive das suas personagen;, os nossos companheiros de equipa e as pessoas que encontramos pelo mundo fora são a grande motivação para avançar, o estilo colorido e cartoonesco esconde temas surpreendentemente “adultos” e personagens com várias camadas que nos deixam investidos na história.

Isto não quer dizer que o jogo seja sisudo, longe disso, os excelentes diálogos estão carregados de humor e são entregues por alguns dos mais memoráveis trabalhos de vozes em Inglês, sotaques Britânicos parecem trazer Monty Python a este mundo de conto de fadas desenhado, onde uma personagem saída de um Dragon Ball pode falar com um sotaque Cockney.

Infelizmente, a brilhante banda-sonora orquestrada presente nas versões ocidentais do jogo original não voltou, dando lugar à versão MIDI, que apesar de ter muita qualidade e as mesmas composições incríveis escritas por Koichi Sugiyama, não chega à majestade da versão orquestrada.

Ver um mapa aberto em 3D não tem o impacto que teve em 2004, mas raios se o mundo não continua a inspirar uma fantástica sensação de aventura à medida que seguimos as batidas da história e nos lançamos à exploração de florestas e cavernas repletas dos mais fantásticos monstros.
Graficamente notam-se bastantes zonas em que os efeitos, texturas ou geometria sofreram face à versão original e não há suporte de 3D estereoscópico, mas o jogo continua a estar lindíssimo na 3DS, especialmente graças ao seu estilo simples e brilhantes designs criados por Akira Toriyama.

Agora que as batalhas não são aleatórias, podemos ver os inimigos no mapa e evitá-los se nos apetecer, o que torna a exploração muito mais agradável, evitando aqueles momentos de frustração em que só estamos a tentar chegar a algum lado, mas somos interrompidos por um Slime. Também é possível aumentar a velocidade das batalhas, o que é especialmente bom para quem está a fazer o belo do grind, uma opção mais que bem-vinda.

O sistema de combate por turnos é o mais clássico possível, para lá de atacar, defender, usar habilidades ou magias, as personagens podem também gastar um ou mais turnos para ficarem mais fortes até chegaram ao nível “Super Saiyan” e desferir golpes fortíssimos mais tarde, um sistema de risco e recompensa simples, mas muito eficaz.
Dragon Quest VIII não é um piquenique e saber tirar proveito das personagens pode evitar horas perdidas, cada vez que se sobe de nível podemos escolher em que tipo de arma investir pontos, fazendo com que cada personagem possa seguir ramos diferentes, apesar de não haver um sistema de classes.

O jogo é especialmente bom a incentivar a utilização das várias opções ao nosso dispor, saber que feitiços protectivos ou de ataque usar, qual a melhor arma ou habilidade, quando agir ou aguardar, tudo está desenhado para tirar proveito destas escolhas por turnos e é isso que evita que os encontros em Dragon Quest VIII sejam aquele enfadonho premir de botões automático.

A prova de que nem sempre é preciso mexer muito na receita, quer se esteja a seguir a história, a recrutar monstros para a arena ou a explorar o mundo, tudo está deliciosamente bem feito. Todas as peças esculpidas com cuidado e equilibradas com mestria fazem de Dragon Quest VIII: Journey of the Cursed King um dos melhores jogos de sempre no género, ainda melhor agora na 3DS.

 

Nota editorial: Foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela editora/distribuidora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 9

9

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