Tekken 7

Versão testada: PlayStation 4 Pro

Os jogos de luta normalmente têm histórias mirabolantes e completamente nonsense, e Tekken não é excepção. Aliás, até é capaz de elevar o espalhafato a outro patamar. Ora avança-se mais de 20 anos entre títulos, ora existem vários títulos cujos eventos decorrem num espaço de apenas um ano. Já para não falar no pessoal que é atirado para a lava. E ainda assim, apesar de apenas servir como desculpa para um grupo de lutadores batalhar entre si, existe um verdadeiro interesse em ver o que vem a seguir. Além disso, a ausência de um novo Tekken já se fazia sentir.

O principal foco da história da franquia Tekken é a saga Mishima e tudo o que é relacionado com esta família disfuncional. Os eventos de Tekken 7 dão seguimento ao final de Tekken 6. Após Jim Kazama ter saído vitorioso do confronto com Azazel, a guerra entre a Mishima Zaibatsu e a G Corporation continua a fazer vítimas por todo o mundo. A história de Tekken 7 é contada na perspectiva de um reporter, que está a escrever um relatório sobre as duas entidades após a sua mulher e filha terem morrido na guerra precipitada por Jin. Com a sua ausência, Heihachi Mishima recupera o controlo da Mishima Zaibatsu e continua a sua demanda  para destruir de vez o seu filho, Kazuya Mishima.

Tekken 7 tem uma jogabilidade bastante semelhante ao seu antecessor, mantendo as lutas em duelos 1vs1. O jogo usa um sistema de quatro botões, em que cada um controla um membro diferente, e diferentes combinações podem ser ligadas para criar combos e fazer juggle. De regresso do Tekken Tag Tournament 2 está o sistema Rage. Ao atingirem 25% de vida, a personagem irá ganhar uma aura vermelha em seu redor. Isto marca a altura em que podem utilizar Rage Arts, que são basicamente super ataques, e Rage Drives, combos que tiram mais dano. Estas mecânicas oferecem uma opção táctica de último recurso, e dão a possibilidade de dar a volta à partida.

O vasto e diverso elenco de lutadores é sempre um ponto positivo em Tekken, e este título não desaponta nesse aspecto. Bem, talvez um pouco. Tekken 7 apresenta um elenco de 36 lutadores, incluindo personagens veteranas como Heihachi, Nina e Hwoarang, e estreantes como Gigas e Claudio. Cada uma das personagens tem o seu próprio estilo e, para tornar estes lutadores ainda mais únicos, falam na sua própria língua nativa.  No entanto, fica aquém da quantidade de lutadores de Tekken 6 e de Tekken Tag Tournament 2, e notam-se as ausências de personagens como Anna, Julia e Zafina.

Os  jogos Tekken sempre tiveram alguns modos diferentes, tipo o modo side scrolling Tekken Force ou o modo baseado em voleibol (?) Tekken Ball. Em Tekken 7, esses modos dão lugar à Mishima Saga. Este modo história é composto por mais de uma dezena de capítulos, cada um composto por vários segmentos. Com o avançar na campanha, iremos controlar várias personagens, e se as coisas se tornarem demasiado complicadas, podem sempre ajustar a dificuldade na hora. Mais tarde, caso se sintam corajosos, podem enfrentar a dificuldade máxima (10 estrelas). Boa sorte com isso!

Tekken 7 também traz de volta as opções de personalização. O Treasure Mode é o sítio onde podem passar bastante tempo a desbloquear novos fatos para as personagens, incluindo fatos específicos dessas personagens. Em alternativa, o dinheiro que forem acumulando a jogar normalmente também pode ser usado para adquirir os fatos e as peças que tanto desejam. Os outros modos singleplayer presentes, como o Arcade Mode e o Tutorial Mode, são excessivamente simplistas. E o pouco que experimentei o VR Mode, modo exclusivo do PSVR, jurei para nunca mais pois rapidamente criou um mau estar. Além disso, estão ausentes alguns modos como Survival e Team Battle, e não é possível fazer Versus CPU.

Como não poderia deixar de ser, também podem testar as vossas habilidades de combate contra outros jogadores através dos vários modos online. Estes modos incluem Ranked mode, player lobbies, e torneios. Até há um par de dias, o online da versão PS4 estava com problemas, não só em termos de estabilidade das partidas online como também no tempo de matchmaking. A actualização lançada ontem melhorou bastante a experiência online, e é expectável que as próximas actualizações continuem a melhorar ainda mais a vertente online.

Em termos visuais, a passagem para o Unreal Engine 4 foi bem conseguida. Se calhar ao lado de outros jogos de luta, como Guilty Gear Xrd ou Injustice 2, pode não ser graficamente tão impressionante, mas Tekken 7 é um jogo com bons detalhes gráficos onde o estilo bem característico da série sai beneficiado. Mas talvez mais importante do que os detalhes visuais, é a performance inabalável. O jogo corre constantemente a 60 FPS, nunca tendo notado qualquer quebra durante o meu tempo de jogo.

Depois dos lançamentos de Guilty Gear Xrd e Injustice 2, eis que os fãs de jogos de luta têm em Tekken 7 mais outra grande opção dentro do género. A ausência de algumas personagens clássicas e modos de jogo singleplayer é algo que custa deixar passar em branco. Ainda assim, Tekken 7 apresenta uma quantidade de conteúdo respeitável e um elenco de lutadores bastante interessante e divertido de masterizar. Apesar de não ser perfeito, Tekken 7 marca com sucesso do regresso desta icónica franquia.

Nota editorial: Foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela Bandai Namco para efeitos de análise.