Análises

Yakuza 6: The Song of Life

O que já era muito bom, tornou-se ainda melhor

Versão testada: PlayStation 4 Pro

Yakuza 6: The Song of Life é o último jogo da série Yakuza, mas não o último em termos de qualidade; muito longe disso. O meu conhecimento desta série já vem desde do Yakuza 4, que saiu no PS Plus em Fevereiro de 201,5 e a partir dai fiquei completamente viciado e atento aos próximos Yakuza que estavam para vir nessa altura, nomeadamente Yakuza 5, Yakuza 0 e o Yakuza Kiwami. Tal como nos anteriores, Yakuza 6 é um jogo de acção e aventura, que mistura combate estilo brawler com elementos RPG. E mais uma vez temos como protagonista, o 4th Chairman, ou seja, Kazuma Kiryu.

Como tem ligações com o final do Yakuza 5, vou evitar dizer qualquer tipo de spoiler, até vou mesmo evitar falar sobre o prólogo. Só digo apenas que, mais uma vez, o Kazuma Kiryu vai ter que voltar a Kamurocho para tratar de uns certos assuntos. Mas podem esperar por aquilo que esperam num jogo Yakuza: mistérios de aguçar a nossa massa cinzenta, conflitos e reviravoltas, tudo isto interpretado por personagens com um excelente voice acting, como a do Kazuma Kiryu (com a voz do Takaya Kuroda) e a do Shun Akiyama (com a voz do Kõichi Yamadera), por exemplo.

Quando regressei a Kamurocho, reparei logo que visualmente ficou um espanto e o mesmo vale para a cidade Onomichi, que também está presente no jogo. Agora não vamos ter loadings de 1 segundo, de cada vez que entramos ou saímos num restaurante por exemplo. Sempre que entramos em conflito com alguns rufias das ruas, a própria cidade “torna-se numa arena de combate” (e mesmo assim, podemos fugir com sucesso), ao contrário dos anteriores em que ficávamos limitados a um pequeno local. Sim, também podemos levar e defrontar os rufias em locais como os Poppos ou no Smile Burger. O espectáculo disto tudo é ver vidros a partir, objectos a voar e como resultado, o funcionário expulsa-nos e o sítio fica temporariamente fechado para reparações. São estes pequenos pormenores que me fazem deliciar neste Yakuza 6: The Song of Life.

Mas vocês devem estar a perguntar, o que é que realmente mudou na jogabilidade em relação ao Yakuza 0 e ao Yakuza Kiwami? Muita coisa. Os estilos Brawler e Rush foram eliminados, sendo que apenas ficaram o Beast (quando entramos em Extreme Heat Mode) e o Dragon, e mesmo assim têm as suas diferenças. No Beast já não temos aqueles movimentos lentos e no Dragon, o moveset é diferente em relação aos Yakuzas anteriores. Cada vez que ganhamos uma batalha ou comemos alguma coisa, somos recompensados com pontos experiência para 5 habilidades: Strength, Agility, Spirit, Technique e Charm, que podem ser utilizados para aumentar as stats do Kiryu (Health, Attack, Defense, Evasion e o Heat Gauge) e para comprar Battle Skills, Heat Actions e outras skills.

O que tenho realmente a dizer em relação a jogabilidade do Yakuza 6: The Song of Life, é que sinto que os movimentos e os golpes da personagem são suaves, frenéticos e cheios de força. É certo que no início estamos a levar muita porrada quando estamos a enfrentar muitos rufias, triads ou yakuzas, mas é porque estamos limitados apenas a um quickstep (existe o dobro e triplo) e pelo facto de não termos o quickstep cancel. É sempre gratificante ver os nossos inimigos a levar com um Heat Action, sendo que alguns deles são hilariantes. Um exemplo disso, é o Essence of Electromagnetic Torture, em que consiste em atiramos o inimigo contra o microondas e pedir ao funcionário para “aquecer” a cabeça do nosso inimigo. Outro exemplo, o Essence of Knock Out Punch, permite-nos ver (através de um Slow Motion de 1 segundo) o nosso inimigo a cuspir sangue sempre que lhe damos um murro no queixo dele. Em comparação com os anteriores, não temos alguns Heat Actions antigos, mas temos muitos novos.

Neste Yakuza 6: The Song of Life temos uma coisa nova chamada Clan Creator. Digamos que é uma espécie de Fighting Manager, em que temos uma hierarquia (Chairman > Captain > Lieutenant > Soldier) para organizarmos, levá-los para as missões e lutar contra outros clãs. Correcto, se quisermos ter algum soldado para o nosso clã, por vezes vamos ter que procurar nas ruas de Onomichi e derrotar essa pessoa numa luta. Todos eles têm movimentos, armas e golpes diferentes, sendo que, algumas personagens têm movimentos especiais. E sim, também podemos levar a nossa equipa para as batalhas online.

Como sempre, neste Yakuza 6 também existem os habituais Yoshida Batting Center, as Hostess Clubs, Substories e Mahjong, mas também foram adicionadas coisas novas, como caçar peixes, polvos e tubarões nas águas de Onomichi, um sítio chamado RIZAP Kamurocho para exercitar os nossos músculos e melhorar o físico da nossa personagem, e até temos de resgatar gatos perdidos, que depois vamos enviar para o Nyan Nyan Café. Além disso, também existem as Vending Machines, que ajudam a aumentar temporariamente as nossas stats e as missões ou pedidos de ajuda para resgatarmos alguma pessoa que está a ter problemas com rufias, por exemplo. E como não podia deixar de ser, os Club Segas também estão presentes neste Yakuza 6: The Song of Life, e temos jogos como o Virtual Fighter 5: Final Showdown e até clássicos como o Out Run, Super Hang-On, Puyo Puyo, Fantasy Zone e o Space Harrier. Apesar disto tudo, sinto falta dos mini-jogos como o Bowling, o Pool, os jogos de apostas e as lutas no Coliseu do Purgatório.

Contudo, são pequenos pontos negativos, quase insignificantes, que não sobrepõem ao que o Yakuza 6: The Song of Life tem para oferecer. As lutas contra os bosses são desafiantes, com uma banda sonora fenomenal e apresentam cenas de cortar a respiração. A SEGA fez um trabalho quase perfeito ao manter o estilo que tornou está série única, mas ao mesmo tempo, fazer algumas alterações para que o jogo e a série se mantenham frescos. Yakuza 6: The Song of Life não só é uma das melhores entradas da série, como também uma das melhores experiência de 2018 até agora.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 9.5

9.5

Gráficos, jogabilidade, história, banda sonora e muitos outros pequenos pormenores, juntam-se para oferecerem uma experiência quase perfeita.

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