Análises

Left Alive

Left 4 Dead.

Versão testada: Playstation 4 Pro

Sim, eu sei que quando olharem para o wallpaper do jogo, vão pensar logo na série Metal Gear. E há uma boa razão para isso. Yoji Shinkawa, que esteve presente na Kojima Productions e que trabalhou em Metal Gear, é um dos artistas do Left Alive. Shinji Hashimoto que produziu a série Front Mission, também está presente na produção deste jogo da Square Enix. Pode-se dizer que este Left Alive é uma mistura de elementos de Metal Gear, Front Mission e Armored Core.

Mikhail Alexandrovich Shuvalov, Olga Sergeyevna Kalinina e o Leonid Fedorovich Osterman são os três principais protagonistas desta aventura, e encontram-se envolvidos numa guerra em Novo Slava. Durante as cutscenes do modo história, podemos fazer várias escolhas que nos podem levar a vários fins. Apesar de não ser uma obra de arte “à lá” Hideo Kojima, no geral gostei da campanha do Left Alive.

Contudo, o jogo cria primeiras impressões pouco positivas graças aos visuais muito fracos e texturas que precisavam de ser lavadas, fazendo-me sentir por vezes que estava a jogar um jogo da PS3. Entendo que o baixo orçamento não tenha dado para mais, mas não deixa de ser um ponto negativo. Como a jogabilidade do Left Alive tem o ADN do Metal Gear Solid, na maioria dos casos temos que andar sorrateiramente e tentar passar pelas barbas dos nossos inimigos, sempre com atenção a caminhos alternativos. É caso para dizer que vamos lutar contra as probabilidades. Inicialmente é complicado devido ao fato de estarmos penados em termos armas para abater este ou aquele inimigo que está a obstruir o nosso caminho. Mas atenção que as munições são limitadas e é sensato usá-las apenas quando necessário. A nível de arsenal, estão presentes Pistolas, Submachine guns, Assault Rifles, Shotguns, Metralhadoras, Sniper Rifles, e muitas outras armas e ferramentas típicas destes jogos. Se bem que, sendo este um jogo Stealth, não se percebe bem o porquê de não haver armas com silenciadores. Em termos de controlo da mira, não tenho razões de queixa.

Para além disso, à medida que apanhamos recursos como Latas, Garrafas, Explosivos e Vodka, essas mesmas podem ser utilizadas para fabricarmos cocktails molotov, Latas Explosivas e armadilhas. É um ponto a favor sobre a jogabilidade deste Left Alive. Mas é só mesmo um ponto a favor, porque os problemas não tardam a surgir. A jogabilidade em si é limitada, não dando para deitar ou rastejar, e como se isso não bastasse, os controlos são duros e lentos, o que não ajuda quando estamos a tentar sair de uma situação de high alert. Vi muitas vezes o ecrã de Game Over à conta disso. É como se a equipa de produção tivesse ido buscar inspiração a Metal Gear, sem efectivamente alguma vez ter jogado um Metal Gear.

Sinto que a detecção dos nossos inimigos precisava de ser revista e corrigida, na medida em que por vezes foi demasiado fácil ser detectado mesmo sem luz. Por exemplo, no caso do Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, se o inimigo desconfia de algo, esse inimigo vai a esse local ver as suas suspeitas. Sim, isto também acontece no Left Alive, mas é raro. Na maioria das vezes, o que acontece aqui é que mesmo tentando passar os inimigos ao lado e com cuidado, era o suficiente para ser descoberto e cravejado de tiros. Um ou dois segundos sob essas miras, é mais do que suficiente para entrarmos em alerta máximo.

Durante as missões do modo campanha, podemos salvar civis das garras dos nossos inimigos e levá-los directamente para a segurança de um abrigo. Em alguns casos, esses civis têm um caminho predefinido até ao destino. Temos de ter cuidado quando mandamos os civis andarem durante esse mesmo caminho, porque podem dar algum “encontrão” com um inimigo e levar chumbo até à morte. O que significa que temos de “limpar” esse caminho, para que esses civis tenham caminho livre. Há, no entanto, um ponto a questionar sobre o sistema de saves. Se o utilizador salvou um civil, o jogo não faz autosave. Com isto quero dizer se o utilizador perder a vida, vai ter que voltar a fazer a mesma tarefa. Também não achei piada nenhuma de não haver autosave quando derrotamos um certo boss. O que não é nada bom, especialmente neste jogo.

Devem-se ter perguntado porque é que disse que Left Alive tinha ligações com o Armored Core e com Front Mission. Pois bem, com o passar do tempo, vamos tendo a possibilidade de controlar Wanzers, máquinas gigantes. Como seria de esperar, quando entramos no cockpit de um Wanzer, entramos em high alert imediatamente. E também sem surpresa, os Wanzers têm um poderoso arsenal à sua disposição. Porém, os controlos sofrem do mesmo problema que quando estamos fora do mesmo. A rigidez e a lentidão são motivos mais do que suficientes para sermos imensas vezes abatidos pelos inimigos, resultando em pura frustração. E sem esquecer os pequenos solavancos na framerate e do “lutar contra as probabilidades”.

Quanto à banda sonora, apesar de não ser excelente, é boa e adequa-se bem ao estilo de jogo e às situações presentes. Dito isto, o facto de ter uma banda sonora competente, uma boa história e a possibilidade de fazermos crafting, não faz o Left Alive ser um bom jogo, devido aos imensos problemas que tem a nível de jogabilidade. É caso para dizer que o Metal Gear Solid V: The Phantom Pain ainda não encontrou algum rival à sua altura.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 5.5

5.5

Gráficos medíocres, controlos maus, problemas técnicos e toda uma outra panóplia de situações negativas é mais do que suficiente para sujar um jogo que tinha potencial para muito mais.

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