Análises

Crash Team Racing: Nitro-Fueled

Liguem os vossos motores!

Versão testada: PlayStation 4 Pro

“Start your engines! A Sony Computer Entertainment Europe/ America Prodution! Fasten your seatbelts for another… Naughty Dog… creation!” Peço desculpas a todos os que estão a ler esta análise, porque não consegui resistir em adicionar um bocado de nostalgia logo ao início, assim como não consigo desgostar da voz do Clancy Brown (que foi a voz do Cortex). É logo a primeira coisa que me lembro de cada vez que vou jogar o Crash Team Racing na minha velhinha PS1.

Depois do Team Sonic Racing, eis que surge mais um jogo de corridas de karts em 2019. E sem surpresa, há quem esteja indeciso se deve comprar o Team Sonic Racing ou este jogo. Crash Team Racing: Nitro-Fueled é um remake e não uma versão remasterizada do título que saiu há mais de 19 anos para PS1, e é desenvolvido pela Beenox, produtora que desenvolveu alguns jogos do Homem-aranha na geração anterior, assim como ficou responsável pela remasterização do Call of Duty 4: Modern Warfare.

O que há dizer sobre as primeiras impressões deste o jogo? Mal comecei a correr na pista “Crash Cove”, a atirar power ups de uma maneira suja para os nossos adversários e a ouvir a música remixada, disse logo isto: “Ah, estou de volta a 1999.” A jogabilidade é suave e intuitiva, mas ao mesmo tempo, desafiante devido ao sistema de boost através do power sliding. É claro que neste Nitro-Fueled não houve só mudanças visuais e de cenários. Foram também adicionadas animações dinâmicas nas personagens e mais objectos em redor das pistas para as tornar ainda mais engraçadas e vivas. Além disso, o jogo tem como ponto positivo as pistas e arenas do não muito famoso Crash Nitro Kart. Para aqueles que jogaram este clássico título, algumas seções anti-gravidade de certas pistas tiveram que ser modificadas ou retiradas, até porque neste Nitro-Fueled usamos só veículos terrestres.

No modo aventura temos duas escolhas no início: Nitro-Fueled ou Classic. Optando por esta última opção, é um modo de aventura totalmente idêntico ao da versão de 1999. No modo Nitro-Fueled, podemos escolher a dificuldade (Easy, Medium e Hard), mudar de carro ou de personagem em qualquer altura no mapa, assim como podemos personalizar os mesmos. Ganhar troféus, relíquias, moedas CTR, gemas e derrotar bosses, são coisas que iremos fazer no modo aventura. Cada vez que ganhamos algum evento, ganhamos, para além de skins e personagens, Wumpa Coins que podem ser usados no pit Stop. Pena que os eventos offline não ofereçam tantas Wumpa Coins como os eventos online. Também não gostei do trabalho do John Dimaggio, que fez com a voz Uka Uka neste Nitro-Fueled, em comparação com a do Crash Bandicoot N. Sane Trilogy.

Para além das personagens que eram jogáveis no título original de 1999, como Crash, Coco, Cortex ou o Tiny Tiger, também estão incluídas personagens do Cras Nitro Kart, como Krunk, Small Norm, Big Norm e Nash. Até Nitrous Oxide é jogável. E podem contar com mais personagens, incluindo a Tawna e o Spyro, num futuro próximo. Cada personagem tem um estilo de condução diferente umas das outras. Por exemplo, o Crash tem stats equilibradas, enquanto que o Polar na falta de velocidade, compensa na agilidade do kart. Além disso, também podemos adquirir karts e skins para as nossas personagens e, por mais estranho que pareça, não há microtransacções.

Limit Battle, Capture the Flag, Crystal Grab, Last Kart Driving e Steal the Bacon são as opções presentes no modo Battle que podemos jogar contra a AI, assim como contra os nossos amigos localmente, ou online contra outros jogadores aleatórios. Não é tão divertido como as corridas tradicionais, mas tem o seu charme. As animações de vitória estão sem dúvida mais animadas e cómicas. Confesso que ver o Cortex, quando derrotado, a chorar e com a moral completamente arrasada no podium é de fazer rir até não poder mais.

Passando para uma componente importante e que pouco se falou desde que o jogo foi anunciado: o online. É verdade que fazer corridas ou batalhas contra outros jogadores é entusiasmante, electrizante, empolgante e emocionante, mas apesar disso, a falta de funcionalidades neste modo é evidente. Não existem leaderboards e seja no Matchmaking ou no Private Match, não existem Cups. Não existem partidas Ranked e, infelizmente, também não estão presentes os victory podiums. É algo que a Beenox deve de olhar no futuro. Dito isto, importa referir o planeamento a longo prazo de conteúdo adicional gratuito através do modo Grand Prix, que verá a adição regular de novas personagens, pistas e itens cosméticos.

Os power ups são fiéis ao jogo original, mas alguns precisam de correcções. Como por exemplo, em ocasiões raras, receber o Aku Aku ou o Uka Uka enquanto estamos em 1º ou no 2º lugar é algo que não faz sentido. Os mísseis teleguiados também têm pequenos bugs, e o mesmo vale para a mira quando estamos a ser alvejados por algum míssil. Mas apesar disto tudo, o jogo é incrivelmente excepcional. As musicas remixadas e os efeitos sonoros do jogo são muito bons. Mas se o utilizador não se sentir satisfeito, pode ir às opções alterar as músicas e os efeitos sonoros para o Legacy Music. Yup, é isso mesmo; músicas e efeitos totalmente iguais à versão de 1999. Em suma, se gostam de jogos de corridas de karts, Crash Team Racing: Nitro-Fueled é totalmente recomendado para vocês. É impossível não gostar deste jogo.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise. Jogo testado com a actualização 1.02.

Veredito

Nota Final - 8.5

8.5

Apesar das suas pequenas falhas e da falta de opções no online, Nitro-Fueled faz imenso jus ao jogo antigo da Naughty Dog, e apresenta um título recheado de conteúdo.

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