Análises

Resident Evil 3 (Remake)

BRAAAINS!!

Versão testada: PlayStation 4 Pro

Depois do sucesso que foi o remake de Resident Evil 2, eis que a Capcom, sem surpresa, lança o remake de Resident Evil 3, título lançado originalmente para PS1, PC, Dreamcast e, uns anos mais tarde, GameCube. Após ter terminado a campanha em cerca de 5 horas e 20 minutos, chega a altura de dizer de minha justiça sobre este novo survival horror da Capcom. Será que faz juz à versão original?

Estamos em finais de Setembro de 1998, um dia antes dos acontecimentos de Resident Evil 2. Jill Valentine tenta fugir de Raccon City, porque o caos está instalado. Devido às experiências secretas da Umbrella, a maioria da população tornou-se em Zombies. Mas a vida da Jill fica ainda mais complicada quando se vê perseguida por um monstro grande, feio, horripilante e armado até aos dentes, chamado Nemesis. Pelo caminho, Jill vai encontrar Carlos Oliveira, e juntos, vão tentar arranjar maneira de sobreviver aos terríveis eventos. E mais não digo para não estragar a surpresa a quem nunca jogou o original.

Resident Evil 3, tal como aconteceu com o remake de Resident Evil 2, utiliza o excelente motor de jogo RE Engine e, tal como seria de esperar, diz adeus às câmaras fixas dos primeiros Resident Evil. A câmara na terceira pessoa mantém a proximidade com o estilo apresentado no remake de Resident Evil 2, e confere também um maior realismo e imersão, sem perder a essência visual do jogo original.

Quando iniciamos a aventura, podemos escolher entre três níveis de dificuldade: Assisted, Standard e Hardcore. Quais são as diferenças? Em Assisted, os jogadores têm aim assist, recuperam uma certa quantidade de vida automaticamente, os inimigos são relativamente fracos, começam o jogo com uma assault rifle e recebem mais munições quando fazem crafting. Standard é a típica dificuldade normal. Já em Hardcore, os inimigos são mais fortes, as munições e itens são mais escassos e o crafting dá menos munições. Os novatos na série Resident Evil podem começar em Assisted ou Standard para se habituarem, mas os veteranos certamente que irão logo para Hardcore.

O que Resident Evil 3 tem de interessante face ao seu antecessor é que a cidade é um puzzle gigante. É a navegação pelas ruas e por outras secções que oferece desafio, enquanto que em Resident Evil 2 oferecia puzzles mais localizados. Ainda perdi um bocado de tempo com os mini-puzzles e à procura dos itens necessários para poder avançar no jogo.

Evitar gastar balas em zombies para usar nos bosses, especialmente na dificuldade mais avançada, é a melhor opção. Para aqueles que já conhecem a série Resident Evil, armas como pistolas, assault rifles, shotguns, rocket launchers e lança granadas estão presentes neste remake. O mesmo vale para os itens de cura, como o Green e Red herbs. E claro, não esquecer que podemos combinar certos itens, como os Greem com os Red herbs, que resulta num item de cura mais potente, ou dois Gunpowders para criar munições para a nossa pistola.

A nível de jogabilidade, é muito semelhante à do remake de Resident Evil 2, por isso, quem gostou desse título irá esboçar um enorme sorriso a jogar este remake. É muito divertido explorar Raccon City com esta jogabilidade super fluída e suave. Importa referir que Jill tem a mecânica de dodge tal como tinham no jogo original, o que faz sentido, já que ele é uma operativa com mais treino do que Leon e Claire. Porém, existe uma diferença. Agora, ao executar um dodge perfeito, a acção abranda por alguns momentos, dando assim uma oportunidade para contra-atacar.

A nível gráfico, mantém a mesma qualidade gráfica do remake de Resident Evil 2. Para quem é fã desta série ou de jogos deste género, é bastante satisfatório ver as caras pálidas e sem vida dos zombies, assim como o pormenor das suas feridas, e a forma como andam a cambalear na nossa direcção. O mesmo vale para os cães zombies e para os restantes monstros. As personagens e inimigos sofreram redesigns com o intuito de modernizar o seu visual, como é o caso de Jill, Carlos e Nemesis. No caso da Jill, houve um redesign positivo na minha opinião. Eu sei que isto é capaz de ser estranho para alguns fãs do design antigo, mas a Jill Valentine do original mais parece uma personagem dos filmes do James Bond, enquanto que na versão remake, sinto que é mesmo uma personagem da série Resident Evil.

Quanto às diferenças entre o original e o remake, uma com grande impacto é a ausência de diferentes finais e de escolhas que afectam o desenrolar da aventura. Isto acaba por ter consequência na longevidade do jogo, porque há um menor incentivo em repetir a campanha. Além disso, o modo Mercenaries também foi cortado do remake, reduzindo ainda mais o conteúdo single-player. No lugar deste modo, está o Resident Evil Resistante, um modo multiplayer 4 v 1, que coloca quatro sobreviventes contra um Mastermind. É algo na linha de Dead by Daylight. O objectivo dos sobreviventes é matar zombies para ganhar tempo extra, evitar armadilhas e passar as áreas antes do tempo limite. Por sua vez, o Mastermind tem de evitar que isso aconteça, colocando zombies e armadilhas no mapa. No geral, não achei assim tão mau e é capaz de ser mais divertido jogando com amigos.

É sem dúvida engraçado ver o Nemesis a tentar abater-nos com um Rocket Launcher, mas acho que a tensão existente no original foi reduzida. Até o Syndrome, que foi um péssimo jogo, demonstrou ter mais tensão, apesar dos seus erros técnicos serem ainda mais assustadores. Sim, as músicas deste remake são boas e enquadram-se bem nas diferentes situações, mas nada mais do que isso. A campanha curta e a ausência de algum conteúdo single-player também não abona a favor. Resident Evil 3 é um bom jogo, mas poderia ter sido muito melhor se certas coisas não tivessem sido cortadas.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise. Este artigo foi feito após a actualização 1.03.

Veredito

Nota Final - 7.5

7.5

Resident Evil 3 é bom, mas podia ser melhor se tivesse mais conteúdo e algumas das coisas que tornaram o jogo original especial.

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