Versão testada: Nintendo Switch
Disponível para: Nintendo Switch
Eu afastei-me da série Pokémon durante alguns anos, mas decidi regressar a este universo com Pokémon Sword e Pokémon Shield. Confesso que fiquei surpreendido pela experiência super familiar mesmo após vários anos sem jogar um Pokémon, algo que pode ser visto como um elogio ou como uma crítica, dependendo de como se olha para a questão. Mas eis que agora chegam Pokémon Brilliant Diamond e Pokémon Shining Pearl, os remakes dos jogos lançados em 2007 para a Nintendo DS. Algumas das coisas menos boas continuam presentes e também existe a falta de funcionalidades existentes noutros RPG’s há décadas, mas no geral, gostei mais destes remakes do que dos jogos Pokémon lançados em 2019.
Pokémon Brilliant Diamond e Pokémon Shining Pearl são remakes muito próximos dos jogos originais, apresentando assim uma estrutura Pokémon mais tradicional, inclusive no próprio estilo de câmara. São jogos onde é claro o limite onde a relva começa e termina, ou onde uma cidade começa e termina. O aspecto clássico foi bem transferido para os remakes, se bem que existem alguns resquícios do passado, nomeadamente a forma como os NPCs se movem sempre em ângulos. Os jogos permitem o movimento na diagonal da nossa personagem, mas nota-se que o mapa não foi pensado para lidar com este tipo de movimento, já que por algumas vezes fiquei preso no cenário ou entre o cenário e NPC’s. Jogar com o auto-save desligado é recomendado para dar a volta a estas situações e evitar possíveis casos de se ficar permanentemente bloqueado.
Quando se fala em estilo artístico, há sempre uma questão de subjectividade à mistura, mas admito que não sou fã do estilo artístico destes remakes. Pokémon Sword e Shield utilizaram um estilo mais próximo das séries animadas, enquanto que Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl apresentam um estilo chibi. Durante a exploração nas áreas até que não é mau e nas batalhas o estilo é semelhante ao de Pokémon Sword e Shield, mas em cenas onde a câmara faz zoom, não gostei mesmo nada de ver este estilo chibi. E a ausência de voice acting torna as cutscenes ainda piores, particularmente quando as personagens estão muito perto umas das outras sem grande movimento e se nota as cabeças gigantes. Braverly Default 2 é um bom exemplo de um jogo que utilizou bem o estilo chibi.
Além das diferenças visuais, os remakes apresentam algumas funcionalidades bem vindas de jogos anteriores com o intuito de facilitar a experiência. Adquirir Hidden Moves oferece permanente acesso a estas habilidades independentemente de quem esteja na equipa, tornando assim as tarefas de exploração mais simples. É também possível aceder às Pokémon Boxes em qualquer sítio, não sendo desta forma necessário ir a um Pokémon Center. E tal como em Pokémon Sword e Shield, a experiência obtida nas batalhas é partilhada por todas as criaturas presentes na equipa. Não sendo opção, esta é uma questão que continuará a ser debatida na comunidade. Se por um lado, a partilha de experiência facilita o desenvolvimento da equipa, por outro lado, pode retirar uma boa parte do desafio do jogo, ainda para mais quando os jogos Pokémon já tendem a não ser particularmente desafiantes. Dito isto, Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl parecem estar um pouco mais equilibrados para lidar com isto do que Pokémon Sword e Shield, mas também pode ser por os jogos originais terem alguns picos de dificuldade que acabaram por aparecer igualmente aqui.
Uma das principais novidades é a adição de Grand Underground, uma revisão do Underground original, que vai buscar alguns elementos dos jogos Pokémon mais recentes. Nos mapas normais, não se vê Pokémons a vaguear e nunca se sabe que criatura vai aparecer na relva, algo que prefiro pessoalmente, mas em Grand Undergroud os Pokémon vagueiam pelas áreas e algumas criaturas só podem ser capturadas aqui, há semelhança das Wild Areas de Pokémon Sword e Shield. É uma boa adição no geral, que tem o intuito de adicionar ainda mais longevidade ao endgame após os jogadores terem conquistado tudo o que há para conquistar. No entanto, é uma pena que a base destes remakes não tenha sido Pokémon Platinum ou, pelo menos, que algumas das suas funcionalidades não tenham sido aproveitadas, uma vez que esta foi essencialmente a versão definitiva que eliminou a necessidade de se escolher versões.
Apesar da tal familiaridade permanecer, devo dizer que gostei mais de jogar Pokémon Brilliant Diamond e Shining Pearl do que Pokémon Sword e Shield. Sinnoh é um lugar que tem o seu próprio charme e o endgame oferecido pelo Grand Underground será algo muito apreciado por quem adora completar a Pokédex ou caçar shiny pokémon. Lidei com alguns bugs durante a minha aventura e não morri de amores pelo estilo chibi, mas Pokemon Brilliant Diamond e Shining Pearl é uma boa aventura clássica Pokémon.
Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.
Veredito
Nota Final - 7.5
7.5
Estilo chibi questionável à parte, Pokémon Brilliant Diamond e Pokémon Shining Pearl é uma aventura Pokémon que irá agradar aos fãs da série.