Análises

Asterigos: Curse of the Stars

Souls-lite

Versão testada: PlayStation 5
Disponível para: PC, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X/S, Xbox One

Os Soulsborne têm influenciado muitos outros jogos e séries ao longo dos anos, como The Surge e Nioh, que pegaram nessa fundação e aplicaram novas ideias e conceitos para oferecer uma experiência familiar mas, ao mesmo tempo, nova e fresca. Asterigos: Curse of the Stars é o mais recente exemplo de jogos a entrar nesta categoria. É um Action RPG inspirado nos jogos da FromSoftware, mas num cenário completamente diferente e com as suas próprias ideias de como abordar o estilo Soulslike.

Asterigos: Curse of the Stars tem como protagonista uma jovem guerreira, chamada Hilda, que se aventura na cidade de Aphes em busca do seu pai, desaparecido há algum tempo após ter entrado na cidade com a sua Northwind Legion. Aphes foi em tempos uma cidade próspera, mas agora é amaldiçoada, ao tornar os seus habitantes em seres imortais e ao impedi-los de deixar a cidade. Isso não irá dissuadir Hilda na sua missão, mas para tal, ela tem de colaborar com Minerva, líder dos Adherents. Este grupo vive no subsolo e pretende livrar a cidade da maldição.

E aqui está a primeira diferença com os jogos da FromSoftware. Asterigos: Curse of the Stars apresenta um estilo de narrativa mais tradicional, onde existe conversa com as personagens entre missões para fazer avançar o enredo. Aliás, o jogo até vai mais longe, porque as missões principais podem ser completadas de forma diferente, fazendo com que as reações das personagens às nossas ações sejam também elas diferentes. Por exemplo, numa das primeiras missões do jogo, Hilda tem como objetivo ir a um local roubar um artigo, mas é-lhe pedida descrição e evitar confrontos diretos. Mas é possível avançar de cabeça e matar todos os inimigos para atingir o mesmo objetivo. Se Hilda optar por esta abordagem mais direta, não só Minerva e as outras personagens verão Hilda de outra maneira, como a própria Hilda reagirá de forma mais arrogante. Portanto, é necessária alguma consideração na hora de escolher as ações.

Asterigos: Curse of the Stars tem algumas mecânicas típicas dos Soulsborne, como o equivalente a bonfires, que repopulam as áreas de inimigos quando são utilizados, cenários com caminhos alternativos, segredos e atalhos, e bosses desafiantes onde é importante aprender os seus padrões de ataque. Mas também são apresentadas algumas formas novas de lidar com a típica fórmula. A satmina, por exemplo. Neste jogo, a stamina não determina se Hilda consegue atacar, mas sim se consegue desviar, bloquear e executar determinados ataques especiais. As armas são outro exemplo, uma vez que apenas existem seis e estão disponíveis logo do início, mas dá para expandir o moveset de cada uma através da skill tree. Além disso, são recebidos Attribute Points ao subir de nível, que podem ser utilizados para subir três stats, e a experiência obtida não é perdida quando se morre. Em essência, Asterigos: Curse of the Stars é um Soulsborne mais simplificado ou, se preferirem, um Souls-lite. E se mesmo assim acharem o jogo difícil, ficam a saber que existem diferentes níveis de dificuldade à escolha.

Reduzir a complexidade típica dos Soulsborne torna Asterigos: Curse of the Stars mais manejável para quem não está muito familiarizado com este estilo de RPG ou não quer escalar constantemente enormes barreiras, mas por outro lado, acaba por fazer com que o combate não seja tão dinâmico. Como disse, Hilda tem seis armas diferentes, podendo equipar duas em simultâneo e utilizá-las há vontade em combate. Uma fica associada ao ataque normal e outra ao ataque forte. E dá para desbloquear habilidades especiais na skill tree que tanto servem como ataque como suporte. Mas são seis armas e, comparativamente a outros jogos do género, faz com que exista alguma estagnação em termos do que se pode fazer durante os confrontos. Também não ajuda que as animações de Hilda sejam um pouco rígidas e falte algum impacto nos ataques.

Embora não seja um portento gráfico, Asterigos: Curse of the Stars tem uma boa apresentação inspirada na Grécia Antiga e Roma Antiga, com um estilo visual estilisado que me fez lembrar Immortals Fenyx Rising. Os visuais coloridos e cartonescos são muito agradáveis e desempenham bem o papel na hora de ajudar a contar a história. O jogo corre a 60 FPS constantes e não reparei em bugs ou problemas de performance durante as cerca de 24 horas que levei a chegar ao fim. A banda sonora e o voice acting são competentes, mas o sound mix por vezes não é o melhor. Em certas alturas a música estava demasiado alta e sobrepunha-se às falas, e noutras vezes, as vozes estavam tão altas que acabavam por ficar distorcidas. Além disso, é uma pena que o jogo não suporte HDR e não tenha uma opção para tornar o HUD dinâmico.

Asterigos: Curse of the Stars é um bom ponto de entrada no estilo Soulslike devido ao combate acessível e às opções de dificuldade. O design dos níveis nem sempre fazem um bom trabalho a dirigir o jogador para o sítio certo ou para recompensar a exploração, mas no geral, é um bom Action RPG com um estilo visual agradável e que apresenta algumas ideias interessantes.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 7.5

7.5

Asterigos: Curse of the Stars é um soulslike mais acessível, que apresenta um bom estilo artístico e algumas ideias interessantes. No entanto, o level design nem sempre é o melhor e falta alguma variedade ao combate.

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Ricardo Silvestre

É o editor da ZWAME Jogos e faz um pouco de tudo no site. Gosta em particular de jogos de corrida, jogos de luta e RPG's, mas também não diz que não a um bom jogo com loot.
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