Análises

Wo Long: Fallen Dynasty

Versão testada: PlayStation 5
Disponível para: PC, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X/S, Xbox One
Onde comprar: Comparador ZWAME, Tropical Price

Depois de dois Nioh e de Stranger Of Paradise: Final Fantasy Origin, a Team Ninja regressa com mais um action RPG estilo souls-like cheio de ação. Apesar de algumas semelhanças gráficas e de animações de combate entre este jogo e Nioh, Wo Long: Fallen Dynasty não é um mero reskin. O estúdio implementou novas ideias e mecânicas e alterou a fundação dos combates para oferecer algo único, mas igualmente desafiante. Pode-se dizer que a experiência é diferente, mas em simultâneo, familiar.

Wo Long decorre numa versão fantasiosa dos finais da dinastia Han, na China. A terra, atormentada por demónios, está mergulhada em caos e destruição e a dinastia imperial que prosperou por muitos anos está à beira de colapsar. É aqui que entra a nossa personagem. Com habilidades capazes de derrotar demónios, a nossa personagem totalmente personalizável embarca numa aventura para tentar colocar um fim ao terror.

À primeira vista, Nioh e Wo Long são mesmo muito semelhantes, mas um olhar mais atento revela que não é bem assim. Wo Long destaca-se dos anteriores trabalhos da Team Ninja por oferecer um combate mais frenético e focado em parry e counter, além de que também tem um botão de salto para uma maior mobilidade. Este jogo utiliza um sistema de postura, tipo Sekiro, e é ao quebrar a postura dos adversários, através de parry, que se dá o maior dano possível. Os inimigos mais fracos podem ser facilmente derrotados ao atacar normalmente, mas de forma geral, a principal e maior fonte de dano aos inimigos e aos bosses é mesmo através de parry e counter.

Se por um lado, isto faz com que os combates sejam mais frenéticos e espalhafatosos, por outro lado, o foco em parry e em counter acaba por trazer alguns dos defeitos vistos em Sekiro. Refiro-me à menor diversidade. Wo Long, ao contrário de Sekiro, possibilita criar diferentes builds com diferentes armas. No entanto, o foco em parry e em counter faz com que se jogue sempre de forma muito semelhante, independentemente de que build se usa. Não importa se se usa uma espada ou uma lança contra um boss, nem que habilidades se está a usar, porque é ao fazer parry e counter que se vai conseguir ultrapassar essa barreira. Isto não é muito notório contra inimigos comuns, mas nota-se em bosses. Por falar em inimigos, a variedade também não é muito grande.

Uma outra mecânica importante e que serve igualmente como fator diferenciador é o sistema de moral. De forma simplificada, podem encarar moral como sendo níveis dentro de uma missão. Há medida que se derrotam inimigos, vai-se ganhando moral. A diferença entre o nosso nível de moral e o nível de moral dos inimigos dita o quão difíceis eles vão ser. Quando morremos, o nosso nível de moral desce. E quando somos atacados por ataques especiais, assinalados a vermelho, o nosso nível de moral também desce. É aqui que entram as bandeiras. Existem várias bandeira espalhadas nas missões que servem como checkpoint e também aumentam o nosso nível de moral mínimo. Independentemente de quantas vezes morrermos, o nível de moral nunca irá descer desse valor mínimo conseguido ao colocar as bandeiras. Por essa razão, a exploração é algo muito importante neste jogo.

A dificuldade é sempre um ponto bastante falado em qualquer souls-like e aqui não é diferente. Devido ao estilo de combate e restantes mecânicas, não é muito fácil comparar com outros jogos do género neste aspeto. Acho que este é um caso mais pessoal do que o habitual. Quem se adaptar ao sistema de parry e counter, vai ter aqui uma experiência consideravelmente mais fácil que em Nioh. Não será o souls-like mais fácil até agora; esse lugar ainda pertence a Demon’s Souls, mas não será tão brutal como Nioh 2. Por outro lado, quem não se adaptar a este sistema vai ter muito que penar. Para ajudar um pouco, o jogo permite chamar NPC’s para ajudar nos níveis. Não é que sejam muito fortes, mas ajudam a desviar a atenção dos inimigos. Além disso, é possível ressuscitar esses NPC’s quando ficam sem vida, desde que o timer não chegue ao fim. Utilizar estes NPC’s tem outra vantagem. Subir o nível de amizade fará com que nos ofereçam a sua armadura e armas.

As missões não têm um layout muito complexo, tal como em Nioh, mas o botão de salto permite que os cenários tenham uma maior verticalidade e abram caminho para situações que possibilitam emboscar os inimigos ou descobrir alguns segredos, sejam bandeiras bem escondidas ou pequenos atalhos. Wo Long continua a ter um sistema de loot que pode e deve ser explorado para complementar e otimizar a build, mas mais simplificado do que visto em Nioh, o que não obriga a constantes idas aos menus nem a perder muito tempo com esta componente. Isto tanto pode ser um aspeto positivo como negativo, dependendo se gostaram ou não do foco em loot dos Nioh.

Visualmente, Wo Long não é muito diferente de Nioh 2. Aliás, diria que por vezes Nioh 2 até consegue ser graficamente mais apelativo e consistente. O jogo oferece dois modos gráficos, sendo que recomendo o modo performance sem dúvida para uma experiência mais consistente. O modo performance oferece uma frame rate praticamente bloqueada nos 60 FPS, e esta consistência é essencial num jogo rápido e que necessite de rapidez de resposta como este.

Em suma, Wo Long: Fallen Dynasty é um jogo sólido e que cimenta definitivamente a Team Ninja como uma produtora competente na criação de action RPG com um estilo souls-like. O jogo simplifica algumas das coisas vistas em Nioh e apresenta novas mecânicas e um sistema de combate frenético. A variedade de builds e de inimigos pode não ser tão boa quanto o desejado, mas em termos gerais, esta é uma boa fundação para explorar e expandir numa possível sequela. Quem gosta deste tipo de jogos tem aqui uma experiência de qualidade capaz de oferecer entre 30 a 40 horas de diversão.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 8

8

Wo Long: Fallen Dynasty pode não ter a variedade de builds e inimigos de Nioh 2, mas é um souls-like sólido e divertido.

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Ricardo Silvestre

É o editor da ZWAME Jogos e faz um pouco de tudo no site. Gosta em particular de jogos de corrida, jogos de luta e RPG's, mas também não diz que não a um bom jogo com loot.
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