Análises

Dead Island 2

Bem vindos ao paraíso(?)

Versão testada: PlayStation 5
Disponível para: PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X/S, Xbox One
Onde comprar: Comparador ZWAME, Tropical Price

Zombapocalypse na vibrante cidade de Los Angeles, numa mistura literalmente explosiva de gore, mortos-vivos, humor negro e ação frenética over-the-top é a premissa de Dead Island 2, a sequela tão longamente esperada do original Dead Island, lançado em 2011, agora desenvolvido pelo estúdio Dambuster Studios e publicado pela Deep Silver.

É certo que, passados 12 anos sobre o jogo original, a temática zombie e a luta pela sobrevivência contra hordas de mortos-vivos cheios de vontade de sugar os miolos de um qualquer herói mais ou menos preparado para tal missão, como são por exemplo os casos de jogos como Dying Light, Resident Evil, State of Decay, World War Z, entre muitos outros, significa que pode existir um certo cansaço dos jogadores na fórmula e no tema. O que traz então Dead Island 2 de diferente que o faça sobressair entre tantos outros jogos de tema idêntico?

Desde logo, Dead Island 2 é um jogo que não se quer levar muito a sério, no bom sentido, com um humor negro cáustico e muito em linha com o exagero das situações e observações politicamente incorretas, num enquadramento em locais icónicos de Los Angeles, na Califórnia, com muito gore, sangue, vísceras e zombies com uma fome incontrolável de seres humanos, espalhados por áreas como a luxuosa zona de mansões de Bel-Air, settings de cinema em Hollywood, os subúrbios de Bevery Hills ou a praia de Venice Beach, entre outros, numa palete de cores vivas e muito intensas, de sol e muita luz, que dão muito colorido em contraste com os horrores provocados pelo apocalipse zombie. Os residentes têm personalidades exageradamente extravagantes e procuram encontrar alguma réstia de sanidade que lhes permita sobreviver numa cidade em colapso.

Em Dead Island 2, depois de uma catastrófica tentativa de fuga aérea da cidade de Los Angeles, agora colocada em quarentena perante a infestação de zombies sedentes de sangue e vísceras, somos obrigados a selecionar o nosso personagem, ou “slayer” (que não pode posteriormente ser alterado) entre 6 distintos, cada um com características de vitalidade, brutalidade, durabilidade e modo fúria diferenciados, mas também com traços de personalidades diferentes e que terá a missão de sobreviver contra hordas de mortos-vivos, numa missão principal que lhe permita escapar do caos que se instalou.

Será importante referir que o jogo não tem a possibilidade de escolha de dificuldade (por exemplo; fácil, médio ou difícil), sendo que, numa fase inicial o jogo mantém-se fechado apenas em modo “single-player”. Com algum progresso individual que permite ao jogador ambientar-se com as mecânicas, poderes do nosso herói e variedade de combate e técnicas que podem ser utilizadas, o jogo abre então a possibilidade de ser jogado em co-op, à semelhança do seu antecessor. O modo co-op, permite reunir até um máximo de 3 jogadores, seja em modo público ou fechado apenas a amigos, num modo de conexão peer-to-peer e assim, possibilitar a colaboração mútua nos objetivos a atingir. No modo co-op, o loot que seja apanhado individualmente e o progresso que seja feito, acompanha cada um dos jogadores para o seu progresso individual, sendo apenas todo o dinheiro que for encontrado, dividido em partes iguais para todos. Será necessário indicar que o jogo permite cross-play, mas apenas entre plataformas do mesmo ecossistema, onde por exemplo, jogadores da PlayStation 5 podem jogar com amigos ou desconhecidos que estejam a jogar a partir da PlayStation 4, mas não entre plataformas de ecossistemas diferentes.

Em termos de características a destacar na jogabilidade, Dead Island 2 é um jogo assente em muita ação frenética, em first person view, com combates bastante variados e onde podemos adotar várias abordagens, seja em confrontos de proximidade com armas melee que permitem ser alteradas e melhoradas, ou utilização do espaço de jogo para preparação de ataques à distância, seja por uso de gasolina que permite criar armadilhas de fogo quando é ateada, uso de ácido sulfúrico, explosivos, entre tantas outras possibilidades. O personagem vai tendo também acesso a um conjunto diferenciado de skills (divididos em 4 settings de cartas de skills distintos: habilidades; sobrevivência; slayer e númen), que vão sendo desbloqueados através do progresso no jogo nas missões secundárias e durante a história principal, adicionando assim vários layers de variedade no combate. Utilizar o dodge que regenera energia, pontapés em voo que fazem corar de vergonha um qualquer praticante de kung-fu, entrar modo rage fury que nos transforma temporariamente num zombie alucinadamente letal, entre muitas e variadas possibilidades, tornam o combate muito variado e dificilmente entediante.

Além das cartas de skills, temos ainda as curveballs, que, na essência, abrem uma terceira vertente de combate à distância, com granadas de choque elétricos, cocktails molotov, bombas de atordoamento, entre outras. Podemos equipar o nosso herói com 2 curveballs distintas e a utilização das mesmas, ao contrário por exemplo de balas que se usem ou as armas que se vão desgastando com o combate e os ataques, permite a regeneração após algum tempo e assim, temos sempre acesso às opções de curveball que escolhermos para equipar o nosso personagem. Como é habitual neste tipo de jogos, em vários pontos do mapa temos acesso a workbenchs onde podemos reparar armas ou adicionar melhorias, sendo importante irmos explorando as várias zonas para encontrar material que será útil para estes upgrades. Do mesmo modo, as missões secundárias e pontos de interesse a descobrir podem dar acesso a armas com melhores características, pelo que será sempre importante explorar os vários locais e melhorar o nosso poder.

Dead Island 2 tem um mapa relativamente contido, na zona de Los Angeles, com áreas abertas em vários quarteirões icónicos (ou “districts”) da cidade. Estas zonas funcionam como sandboxes, com vários pontos de interesse por descobrir, missões secundárias diversificadas e muitos zombies de dificuldade distinta e características diferenciadas de ataque e defesa com uma vontade de nos mandar várias trincas letais, mandar-nos ácido, queimarmo-nos vivos ou eletrocutar-nos. Tudo o que nos permita morrer do modo mais penoso possível. O jogo tem zonas específicas onde estão mapas que permitem fast-travel, pelo que o seu uso não pode ser efetuado em qualquer ponto indiferenciado da área de jogo. Na prática, ao longo do jogo, nas várias áreas, o objetivo daqueles mortos-vivos é apenas um. Deliciarem-se com as entranhas do nosso herói e irão tentar ultrapassar todos os obstáculos para esse objetivo, sem receio da carnificina em que nos envolvemos.

À medida que o jogo progride, os inimigos vão também sendo cada vez mais desafiantes e inevitavelmente, sobretudo perante uns bosses muito peculiares, temos de ir melhorando as características do nosso herói e das suas armas para que este consiga ter as melhores opções possíveis para escapar daqueles zombies em fúria.

Em termos técnicos, o jogo está irrepreensível, com um framerate muito estável de 60fps. De destacar a existência de um slider de FOV (Field of View) que ajuda bastante a ampliar a visão da zona de jogo. O jogo não tem possibilidade de escolha de modos gráficos, por exemplo, qualidade ou performance, pelo que a experiência será invariavelmente idêntica na mesma plataforma. Os 60fps facultam uma fluidez na deslocação e no combate muito satisfatória e efetivamente, no seu todo, temos um jogo bastante polido no lançamento. Por outro lado, as características únicas do DualSense não são muito utilizados e apenas existe distinção muito ténue nas características das armas de fogo entre outras, mas sem grande imersão a este nível.

Em suma, Dead Island 2 é efetivamente um bom jogo de ação bastante intenso, com muito humor negro, numa vibrante cidade de Los Angeles, com muitos zombies sedentos do nosso sangue e das nossas entranhas e que tudo farão para nos mandarem umas suculentas trincas letais. Parece ser algo aterrador. Mas em Dead Island 2, tal não podia ser mais divertido.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise

Veredito

Nota Final - 8

8

Dead Island 2 é um bom jogo de zombies, com muito humor negro e gore, que os fãs do primeiro título vão certamente gostar.

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