Análises

Horizon Forbidden West: Burning Shores

Por terras escaldantes

Versão testada: PlayStation 5
Disponível para: PlayStation 5

O final de Horizon Forbidden West deixou claro que haverá um terceiro jogo, e a expansão Burning Shores, que decorre após esses eventos, tem uma maior importância do que esperaria. Aliás, diria que Burning Shores quase que funciona como um prólogo de um futuro Horizon 3, na medida em que Aloy obtém novas armas, novos aliados e nova informação que a poderão ajudar na derradeira batalha que se avizinha.

Burning Shores tem lugar nas ruínas do que foi em tempos Los Angeles, sendo agora uma zona com bastante atividade tectónica, coberta de vegetação e com alguns rios de lava. Como disse anteriormente, esta expansão decorre após os eventos do jogo final, significando que é necessário completar a campanha base para aceder a este novo conteúdo. Deixo o aviso de que se seguem alguns spoilers da campanha base de Horizon Forbidden West.

Tudo começa quando Sylens informa Aloy de uma nova ameaça e também sobre a possibilidade de existir importante informação sobre Nemesis. A chegada a Los Angeles culmina com Aloy a ser atingida por projéteis disparados por uma torre e a fazer uma aterragem forçada, onde se depara com Seyka, da tribo Quen. Parte da expedição dos Quen encalhou no norte, que é o grupo que Aloy encontra no jogo base, e a outra parte encalhou no sul. Seyka é uma guerreira muito competente, rivalizando Aloy. Além disso, Seyka também partilha de outras semelhanças com Aloy, nomeadamente o facto de a tribo não a respeitar. Existe alguma desconfiança ao início, mas ambas têm o mesmo objetivo inicial, que é desativar a torre.

A principal ameaça desta expansão é Walter Londra, o único Far Zenith sobrevivente ao ataque final visto no jogo base. Londra é um magnata com um Complexo de Deus que está disposto a tudo e a manipular todos para atingir os seus objetivos. Esta é a premissa base e não vou entrar em muitos mais detalhes para não estragar a experiência de ninguém, mas gostei da forma como este vilão foi explorado e escrito, pois gerou um comportamento e ações mais perversas que o que se viu com Hades no primeiro jogo e com os Far Zenith no segundo jogo.

A campanha em si não é muito longa, mas mesmo assim, Londra, devido às suas ações, tornou-se num vilão bastante memorável. Só fica atrás de Ted Faro, mas acho que é impossível ultrapassar alguém que destruiu o mundo… duas vezes. E depois, não satisfeito, infernizou a vida daqueles que estavam no seu bunker, tendo mais tarde assassinado uns e levado outros ao suicídio. Mas como disse, Londra é um vilão interessante, tanto em personalidade como em ações, e a batalha final culmina na maior e espalhafatosa luta de boss da série até agora. Bastante impressionante do ponto de vista visual e técnico.

Londra é um dos destaques da expansão, mas o outro é Seyka, personagem que irá acompanhar Aloy nas missões principais. Seyka, embora não seja pária como a Aloy, não está particularmente em bons termos com a sua tribo por ter roubado um Focus e por ter um comportamento desafiador. Existe, portanto, algumas semelhanças em termos de background entre estas duas personagens, o que fará com que a relação entre elas se desenvolva naturalmente e se torne importante também do ponto de vista de jogabilidade, pois ela ajuda Aloy nos combates. Seyka é uma personagem interessante e a forma como foi escrita dá a entender que poderá fazer parte da equipa da Aloy num próximo jogo Horizon.

Em termos de longevidade, a expansão não difere muito do que se viu em Frozen Wilds para Horizon Zero Dawn. A campanha dura cerca de 7 ou 8 horas, mas existe conteúdo secundário para estender essa duração para 14 ou 15 horas. E claro, com a expansão chega também novas armas e armaduras e, consequentemente, a necessidade de procurar recursos para evoluir o novo equipamento. Burning Shores inclui algumas novas máquinas, entre as quais a Waterwing e outras duas não mostradas em trailers.

Horizon Forbidden West continua a ser um dos jogos mais impressionantes a nível técnico disponíveis na atual geração de consolas, e isso vai um pouco mais além nesta expansão. A nova tecnologia das nuvens é deveras impressionante, particularmente porque se vai passar mais tempo a voar. Dá para voar mais alto e existe até uma missão onde isto é utilizado em termos mais mecânicos. Há também a batalha final, que não vou especificar, mas que tem uma grande escala e espalhafato. E por fim, nunca é demais salientar o quão fantásticos são os modelos das personagens e das suas animações, ainda para mais por ser um jogo open world com um variado leque de personagens e bastante conversa. A única coisa que me posso queixar neste departamento foi algum jank numa parte específica da luta final que resultou em três mortes. Nada de extraordinário, mas que merece referência de qualquer forma.

Burning Shores é uma excelente adição à série e um pedaço de conteúdo mais relevante do que esperava. Seyka provou ser uma personagem interessante com potencial para ser importante num próximo título e Londra tornou-se num vilão memorável pelas suas ações perversas. No geral, gostei da história, as personagens foram bem desenvolvidas e suportada por boas performances dos atores, e o ritmo de desenvolvimento decorreu sem muitas paragens. Quem gostou de Horizon Forbidden West certamente que irá gostar desta expansão e retirar mais umas quantas horas de diversão a lutar contra dinossauros robôs.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise

Veredito

Nota Final - 9

9

Burning Shores é uma excelente adição à série, cuja importância em futuros eventos não deve ser desvalorizada. Recomendado para qualquer fã da franquia que queira mais alguma ação com dinossauros robôs.

User Rating: 3.55 ( 1 votes)

Ricardo Silvestre

É o editor da ZWAME Jogos e faz um pouco de tudo no site. Gosta em particular de jogos de corrida, jogos de luta e RPG's, mas também não diz que não a um bom jogo com loot.
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