Análises

Star Wars Jedi: Survivor

Uma Força que merece ser reconhecida

Versão testada: PlayStation 5
Disponível para: PC, PlayStation 5, Xbox Series X/S
Onde comprar: Comparador ZWAME, Tropical Price

Star Wars Jedi: Survivor é a sequela direta de Jedi: Fallen Order e que permite dar continuidade à história de Cal Kestis, um dos últimos Jedi da galáxia, na luta épica contra o Império.

Passaram 5 anos após os acontecimentos que decorreram em Jedi: Fallen Order, desde que Cal Kestis conseguiu escapar à perseguição de vários Inquisidores Imperiais e de Darth Vader numa aventura de dimensão galáctica passada em vários planetas com desafios e obstáculos únicos e múltiplos inimigos extraterrestres. Cal Kestis é agora um Jedi mais maduro e evoluído, com um foco único no objetivo de derrotar o Império depois da Ordem 66 (abordada na cinematografia da franchise Star Wars e do jogo anterior) ter determinado a extinção de todos os Jedi. Junto de companheiros de longa data e de novos aliados, Cal Kestis inicia assim mais uma aventura que o irá fazer viajar novamente a vários planetas para conseguir desvendar mistérios do passado que traga as respostas e meios que lhe possibilite ter um futuro de liberdade.

Enquanto jogo exclusivamente single player, Jedi Survivor é uma aventura épica de excelentes momentos de grande impacto auditivo e visual e que expande a dimensão do jogo anterior, colmatando as falhas apontadas anteriormente, sobretudo à utilização do mapa holográfico, pouco intuitivo e do design da transversalidade entre objetivos pouco harmonioso. A Respawn Entertainment integrou muito bem todas as críticas que era apontadas a Fallen Order e melhorou as falhas que existiam, permitindo agora que Jedi: Survivor tenha um mapa holográfico bastante mais intuitvo e o design dos níveis mais equilibrado e harmonioso, com vários pontos de fast travel generosamente espalhados nos vários cenários.

A estrutura do jogo mantém-se globalmente idêntica ao jogo anterior. Os mapas, agora maiores e com mais área de exploração, continuam a conter aspetos tradicionalmente denominados de metroidvania, com zonas inicialmente inacessíveis às quais podemos regressar quando adquirimos novos poderes que possibilitem ultrapassar esses obstáculos e alcançar novas áreas. Com a evolução de Cal Kestis, o nosso herói Jedi também consegue utilizar um conjunto de novos poderes, desbloqueados à medida que vamos progredindo, sejam de utilização da Força ou através da utilização do seu sabre de luz, que agora possui algumas variações como a espada dupla; estrutura de lança; entre outras, que, dadas as características diferentes entre si, possibilitam abordagens diferenciadas contra os adversários.

A par de alguns companheiros que já conhecíamos anteriormente, tal como o pequeno robot BD-1, em Jedi: Survivor vamos ter a oportunidade de encontrar novas amizades com uma dinâmica mais envolvente, seja na ajuda que podem dar em combate seja no desenvolvimento da história. Mantém-se a utilização da nave Mantis para nos deslocarmos entre planetas e na essência, existe uma continuidade na jogabilidade e na estrutura global, como acontece habitualmente numa sequela, mas agora mais ambiciosa, grandiosa e com novos elementos que procuram evitar a sensação de mera repetição do estilo de jogo, introduzido assim novidades que marquem a diferença.

Um aspeto interessante é a possibilidade de personalizarmos o nosso herói Cal Kestis, seja no vestuário, seja no aspeto de corte de cabelo e estilos de bigode ou barba. A personalização pode ser efetuada em qualquer momento, até mesmo durante as cutscenes, o que permite uma interação engraçada nas mudanças visuais imediatas que podem ser feitas. Por outro lado, existe também a possibilidade de se personalizar o companheiro BD-1 dando-lhe estilos e combinações de cores variadas ou o sabre de luz, também nos seus vários elementos, texturas e cores. Ao contrário da personalização de Cal Kestis, a personalização do sabre ou do BD-1, apenas pode ser efetuada nas bancadas próprias que se encontram ao longo do jogo, pelo que estamos limitados a essa personalização nos locais criados para o efeito.

Também ao longo do mapa de jogo estão espalhados os Pontos de Meditação. Neste aspeto, existe um enorme salto qualitativo na utilização destes pontos para servir de fast travel no mapa, mas também alterar uma série de opções que interferem diretamente com o estilo de combate ou habilidades que podemos desbloquear. Nestes Pontos de Meditação podemos alterar as posturas, que essencialmente permitem escolher 2 variações da utilização do sabre de luz, como por exemplo, a utilização de sabre simples, sabre duplo, sabre lança, entre outras variações. Apenas podemos utilizar simultaneamente 2 posturas, pelo que são nestes pontos que escolhemos as que pretendemos utilizar entre as várias opções. Ao longo do jogo vamos desbloqueando algumas posturas, pelo que à medida que progredimos vamos tendo opções de combate mais variadas.

Ainda nos Pontos de Mediação podemos “descansar”, o que serve praticamente com uma gravação rápida do jogo. Deve-se ter em atenção que estas gravações, tal como no jogo anterior, além de reporem integralmente a nossa saúde, repõem também os inimigos, o que significa que, em certos momentos, vamos voltar a enfrentar inimigos que tínhamos eliminado anteriormente. Existe a possibilidade de se utilizar e escolher Talentos e Skills, que vão permitindo um alargar de oportunidades de combate com variedade e estilos diferenciados. Nesta escolha, vamos construindo o nosso personagem como o Jedi que gostaríamos de ser, com as características e poderes de combate com que nos sentimos mais confortáveis e identificados. Ao longo da exploração que vamos efetuado nos mapas, vamos encontrar pontos de skills que podem ser gastos nas árvores de skills e aí escolher as melhores opções que podermos adquirir para aumentar a conexão com a Força . Uma vantagem da árvore de skills é a possibilidade de, em qualquer momento, fazermos reset a todas as escolhas e refazer todas as opções, possibilitando assim que possamos efetuar mudanças às escolhas que não apreciámos tanto. Existe assim mais liberdade, escolha, e personalização de todas as varáveis de jogo, de modo que sintamos um maior envolvimento com o jogo e com o estilo de combate que mais apreciemos.

Os vários planetas de Jedi: Survivor, são bastante grandes e servem como grandes hubs e playgrounds a explorar. Nas perto de 26 horas que demorei a completar o jogo, na sua missão principal, algumas missões secundárias (denominadas como “rumores”) e muito terreno explorado à procura de vários segredos escondidos, senti que ainda ficou várias coisas por descobri, na medida em que concluí com cerca de 65% do mundo completo. Sente-se durante todo o jogo que tudo é mais grandioso e em certos momentos existe uma dramatização épica de vários acontecimentos, em contínuo, com grande emoção e que nos deixam agarrados ao comando. Para este envolvimento, contribui a excelente banda sonora e os efeitos sonoros em 3D áudio, que dão um envolvimento e uma imersão fantástica. Nos vários planetas vamos também desbloqueando atalhos, pelo que à medida que voltamos aos locais, a transversalidade vai ficando facilitada e a navegação no mapa ainda mais rápida.

O jogo tem vários níveis de dificuldade e o combate variado permite uma diversidade de abordagens nas lutas. Durante o jogo vamos encontrando bosses e mini-bosses que podem dar bastante trabalho e requer que Cal Kestis utilize todas as suas capacidades e meios de conexão com a Força para conseguir abater estes inimigos mais poderosos.

Infelizmente um aspeto que marcou o lançamento do jogo foi efetivamente o pobre desempenho gráfico. Na PlayStation 5, o jogo apresenta 2 modos gráficos à escolha, qualidade ou performance. O primeiro tem 30 FPS quase que bloqueados e o segundo, com menor resolução, tenta chegar aos 60 FPS. Mesmo no modo performance, sente-se que existe uma flutuação na taxa de framerate que estraga a experiência. Não se sente os 60 FPS fluídos e nota-se várias quebras. Apesar de tudo, no momento em que escrevo esta análise já foram lançadas atualizações que permitem melhorar a experiência, mas na minha ótica, ainda tem que existir um conjunto de correções que permitam harmonizar a experiência de jogo. É uma pena uma sequela que melhora tantos aspetos criticados no jogo anterior ficar marcada por questões técnicas de desempenho que inevitavelmente interferem na experiência final. Relativamente às características especificas do DualSense, como o haptic feedback ou os adpative triggers, achei de implementação muito ténue e pouco evidenciada.

Apesar de tudo, Star Wars Jedi: Survivor é uma sequela emocionante e grandiosa das aventuras de Cal Kestis na luta épica contra o Império que, apesar de questões técnicas de performance que requerem melhorias, consegue ser um título marcante para os fãs do tema e para quem, mesmo não sendo um incondicional apreciador da franchise Star Wars, aprecie um bom jogo de ação e aventura.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 8

8

Apesar de alguns problemas técnicos, Star Wars Jedi: Survivor é um bom jogo de ação e uma sequela que corrige muitas das críticas feitas ao seu antecessor.

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