Análises

Princess Peach: Showtime!

O espetáculo vai começar!

Versão testada: Nintendo Switch
Disponível para: Nintendo Switch
Onde comprar: Comparador ZWAME, Tropical Price

A Princesa Peach saiu do papel de donzela em apuros logo em 1988 em Super Mario Bros. 2 (versão do Ocidente), onde era uma personagem jogável. Infelizmente, rapidamente voltou para o segundo plano, e só em spin-offs como o Mario Kart, Super Mario RPG ou Super Smash Bros. é que os jogadores a podiam escolher (se ignorarmos um jogo num relógio digital) . Demorou até 2005 para ela ter o seu próprio jogo: Super Princess Peach para a Nintendo DS. É divertido, apesar do facto das habilidades da Princesa girarem à volta das suas emoções ser questionável para dizer o mínimo. As vendas não foram nada más, mas pelos vistos não foram suficientes para fazer um novo jogo da Peach até 2024. Dezanove anos depois da sua última (e primeira) aventura a solo, é altura da Princesa Peach voltar à ribalta.

Durante uma visita ao Sparkle Theater, a Peach depara-se com a feiticeira Grape, que invade o teatro e captura os seus visitantes e actores. Para os salvar, a princesa une esforços com Stella – a guardiã do teatro – e entra em várias peças, onde vai descobrir disfarces que lhe dão habilidades e a tornam na personagem principal.

Ao contrário do que se pode esperar, Princess Peach: Showtime não é só um jogo de plataformas ao estilo Super Mario, é também jogo um de ação e aventura e não só. Cada fato basicamente transforma a Peach numa personagem diferente com uma história contada em três atos (níveis): a Peach espadachim usa a sua espada para cortar tudo no caminho dela, a cowgirl anda a cavalo e usa um lasso para agarrar e atirar inimigos e objetos e a pasteleira… faz bolos.

Todas as “versões” da princesa têm um conjunto muito limitado de acções, claramente para que o jogo seja acessível aos mais novos. Nesse sentido, como há 10 transformações, percebe-se que haja alguma trepidação em dar um moveset maior a cada uma. No entanto, o Kirby já demonstrou várias vezes que é possível fazer jogos com várias transformações que têm um leque de movimentos variado, sem comprometer a acessibilidade aos menos experientes. Como trocamos frequentemente de transformação quando mudamos de nível e estes são tão cheios de energia, o jogo nunca se torna aborrecido, mas não deixa de ser pena que não haja uma variedade de movimentos um bocado maior. Com a Peach tão agradável de controlar e as suas várias habilidades tão divertidas, é difícil não ficar a querer um bocadinho mais de profundidade e diversidade mecânica.

Cada nível gira à volta de uma transformação e esta determina o estilo de jogo: por exemplo, os níveis da Peach detetive são mais lentos e avançam ao nosso passo enquanto investigamos os cenários e questionamos pessoas. Já os níveis da Peach pasteleira são basicamente uma sequência de minijogos, os da Peach ladra são mais virados para as plataformas e os da Peach espadachim para a ação. No geral, o jogo tem um ritmo rápido e extremamente dinâmico, não há muito tempo para respirar e nunca se sabe o que é que vai acontecer a seguir. The show must go on!

Chegar ao fim do jogo é muito fácil e deve levar umas 8 horas. Como é habitual, atingir os 100% implica regressar aos níveis para apanhar estrelas que falhámos e completar desafios extra que aparecem depois de vermos os créditos, o que deve dar para outras 8 horas ou mais. Claro que isto exige um maior conhecimento dos níveis e domínio das mecânicas de jogo, subindo um pouco o grau de dificuldade, mesmo que não seja muito. Os níveis são, no geral, divertidos de revisitar, mas como há estrelas que têm uma janela de oportunidade pequena para serem apanhadas, pode ser aborrecido ter de voltar aos níveis mais longos só por causa desses instantes.

A apresentação do jogo é excelente, os cenários são feitos de contraplacado e cartão e, por vezes, rodam à nossa volta quando mudamos de perspetiva, alguns inimigos estão presos por fios como fantoches, um holofote segue a Peach e uma data de outros detalhes ajudam a vender a ideia de que estamos numa peça. Todos os designs dos fatos da princesa são ótimos, assim como os vários padrões de vestido que podemos comprar e desbloquear. Alguns inimigos são um bocado genéricos, mas os bosses estão bem desenhados.

Os loadings para entrar nos níveis são um bocado grandes, há alguns problemas de performance aqui e ali e a imagem não é muito nítida no modo portátil. A Switch está a mostrar a sua idade, mas no geral, é um jogo bonito, com ótimos modelos e animações e repleto de pormenores.

Sem Tomoya Tomita, que saiu da Good Feel, a cargo da composição musical, a música não chega aos níveis de qualidade altíssimos de outros jogos do estúdio, como o Yoshi’s Wooly World. Mesmo assim, a banda-sonora está cheia de boas faixas que encaixam perfeitamente nos seus níveis, desde os temas de jazz nos níveis da Peach ladra aos épicos que podiam pertencer a um spaghetti western nos níveis da Peach cowgirl.

Princess Peach: Showtime! é um jogo divertidíssimo, um espetáculo de variedades repleto de criatividade e estilo. Perfeito para os mais novos graças à sua simplicidade e acessibilidade, não deixa de poder oferecer ótimos momentos aos mais velhos, desde que não estejam à procura de algo difícil. Há potencial para a fórmula ir mais longe, mas a Princesa Peach deu um bom espetáculo.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 7.5

7.5

Um jogo cheio de criatividade e sem momentos mortos, óptimo para os mais novos e não só. É tão bom de controlar que dá pena que não haja uma maior variedade de movimentos e situações para os aplicar, mas não deixa de ser muito divertido.

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