Versão testada: PlayStation 5
Disponível para: PC, PlayStation 5, Nintendo Switch
Onde comprar: Comparador ZWAME, Tropical Price
Os videojogos LEGO têm um longo historial e abrangem várias propriedades intelectuais conhecidas como Star Wars, Marvel, Jurassic Park, Batman e Lords of the Rings, entre outras. E agora, chega a vez da franquia Horizon, da PlayStation, ter direito ao mesmo tratamento. Embora seja um videojogo LEGO, não é feito pelo estúdio Traveller’s Tales, que habitualmente está encarregue deste tipo de títulos, mas sim pelo Studio Gobo. Existe alguma familiaridade com outros videojogos LEGO, mas também algumas diferenças muito relevantes.
Como seria de esperar, LEGO Horizon Adventures conta a história da Aloy, mas de uma forma diferente para poder acomodar um publico mais jovem. A história global percorre mais ou menos os mesmos caminhos, mas certas situações e eventos foram reescritos. Tal como em Horizon Zero Dawn, Aloy vai explorar o mundo em busca de respostas sobre as suas origens e do porquê da sua vila ter sido atacada, mas não existe o Proving e o motivo que a leva a partir é diferente daquele existente no material de origem. No geral, gostei da reinterpretação da história com um tom mais jovial e com o humor típico de um videojogo LEGO.
Mas como é que Horizon se traduz para este estilo LEGO? Na verdade, traduz-se muito bem; melhor até do que esperava. Normalmente, os videojogos LEGO são mais focado em exploração e no completar de puzzles, mas Horizon Adventures é mais linear e foca-se mais no combate. É mais Horizon do que LEGO, o que não é necessariamente mau. O combate é, por vezes, frenético e é necessário atingir os pontos fracos das máquinas para as derrotar rapidamente, tal como em Zero Dawn ou Forbidden West. O combate em si é simples, mas foram implementadas algumas mecânicas para oferecer um pouco mais de profundidade.
É possível encontrar gadgets, seja através de vendedores nas áreas ou em drops de inimigos, que ajudam nas alturas mais complicadas. Por exemplo, um desses gadgets é um carrinho de cachorros quentes que dispara misseis por tempo limitado. Bastante útil em situações onde se enfrenta múltiplos inimigos, sejam humanos, quero dizer, minifiguras ou robôs. Este tipo de gadgets mostra que a equipa de produção não teve medo de brincar com o material original para oferecer algo divertido para todos.
Além disso, disparar uma flecha através de fogo vai queimar vegetação, podendo assim levar a descobrir algum segredo, mas também serve para atacar um inimigo com esse elemento. Como disse, não há aqui nada de super complexo, mas ao mesmo tempo, o maior foco em combate acaba por distanciar-se da restante oferta. E depois existem as lutas de bosses mais espalhafatosas. A verdade é que nunca tive medo de morrer num videojogo LEGO, mas em Horizon Adventures estive sempre atento ao que se passava. Mas claro, existem diferentes níveis de dificuldade para quem quiser algo mais acessível ou mais desafiante.
Importa mencionar também outra coisa importante, nomeadamente a adição de modo cooperativo. Além do tradicional modo cooperativo local, visto noutros videojogos LEGO, está também presente um modo cooperativo online, sendo esta uma estreia. E dada a natureza de caçar máquinas, um modo cooperativo online encaixa perfeitamente aqui.
Com o completar de missões, vão-se apanhando peças douradas que desbloqueiam edifícios na vila. Um desses edifícios permite, por exemplo, escolher a skin que queremos usar. Existem várias personagens da série Horizon, mas também de outras gamas da LEGO como é o caso de LEGO City. Por razões óbvias, a franquia Horizon não tem a capacidade para oferecer o nível de fanservice que tem, por exemplo, Star Wars e apresentar centenas de minifiguras, como tal, a adição de elementos de LEGO City ou LEGO Ninjago pode parecer algo deslocado, mas que se percebe a sua inclusão.
Além da maior linearidade e do maior foco em combate, há uma outra diferença em relação aos outros videojogos LEGO e é uma diferença muito substancial. Falo dos gráficos e estilo artístico. Normalmente, os projetos da Traveller’s Tales incluem uma mistura de minifiguras e construções LEGO com cenários com elementos 3D realistas. Por sua vez, Horizon Adventures é completamente feito de peças de LEGO. Isto confere uma enorme autenticidade ao jogo, e é de elogiar como a equipa do estúdio Studio Gobo conseguiu traduzir Horizon na totalidade para o estilo LEGO, a ponto de ver alguém no futuro a tirar ideia de como recriar estes elementos nos seus MOCs.
Também gostei da forma como foram utilizados e adaptados conjuntos reais de LEGO para criar o mundo de Horizon neste jogo. Reconheci alguns modulares, nomeadamente a Esquadra da Polícia (10278), o Clube de Jazz (10312) e o Largo da Assembleia (10255), e outros conjuntos mais pequenos como, por exemplo, o Posto de Gasolina (60132) de 2016 e a Carrinha Escorregadia do Pinguim (60384). O resultado final é um jogo com um visual extremamente autêntico LEGO e super detalhado. Inclusive, espero que os próximos jogos LEGO da Traveller’s Tales adotem este estilo onde tudo é feito de peças.
Sendo fã de LEGO e tendo gostado bastante de Zero Dawn e Forbidden West, fiquei muito agradado com o meu tempo em LEGO Horizon Adventures. O Studio Gobo lidou bem com as limitações desta propriedade intelectual a nível de fanservice, e preferiu oferecer algo mais próximo do que se vê no material de origem mas adaptado a um estilo mais casual e com visuais recriados totalmente com peças LEGO. Quem gostou dos videojogos LEGO da Traveller’s Tales de certeza que também gostará deste.
Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.
Veredito
Nota Final - 8
8
LEGO Horizon Adventures é um jogo muito divertido e que conseguiu adaptar com sucesso a franquia Horizon a um videojogo LEGO. É uma experiência familiar, mas ao mesmo tempo é também uma experiência LEGO diferente.