Análises

Tales of Graces f Remastered

Um clássico trazido para as plataformas modernas.

Versão testada: PlayStation 5
Disponível para: PC, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X/S, Xbox One, Nintendo Switch
Onde comprar: Comparador ZWAME, Tropical Price

Como fã desta franquia estou habituado a lidar com um vincado nível de inconsistência. Aliás, basta olhar para os últimos anos para constatar isso mesmo. Tales of Arise foi uma boa entrada na série, mas recebeu um DLC que não suscitou o interesse de ninguém. E pouco depois, Tales of Symphonia recebeu uma remasterização com qualidade questionável. Felizmente, esta remasterização de Tales of Graces f volta a encarreirar a série no bom caminho, pois o trabalho aqui apresentado faz jus aquele que é considerado como sendo um dos melhores Tales of.

Tales of Graces f Remastered segue as pisadas do protagonista Asbel Lhant, primeiro enquanto criança e depois como jovem adulto. Após uma tragédia que o fez deixar a sua casa para treinar com o intuito de se tornar num cavaleiro, sete anos passaram até que Asbel reencontra a sua amiga de infância, Cheria, e o seu irmão, Hubert. Contudo essa relação foi quebrada por Asbel ter saído de casa sem aviso ou despedida, o que faz com que o seu regresso a casa não seja o mais amigável. Entretanto, certas coisas acontecem que trazem um grande impacto ao mundo, fazendo com que Asbel entre numa grande aventura para descobrir a verdade.

Parte da aventura é gasta ao ver Asbel a tentar recuperar a sua relação com Cheria e Hubert, e isto é muito bem representado com certos momentos de solidão e isolamento. Para isso também contribui o elenco de personagens ser bem escrito e ser consistente durante praticamente todo o jogo, com cada elemento a apresentar os seus conflitos e convicções, algo ainda mais acentuado através dos tradicionais skits. Sem dúvida que o elenco de personagens de Tales of Graces f é um dos melhores da franquia.

Tales of Graces f Remastered também brilha na jogabilidade ao oferecer uma boa e divertida experiência de RPG de ação. De forma simplificada, cada personagem tem dois tipos de ataques especiais durante os combates chamados A-Artes e B-Artes, sendo que a sua utilização varia de personagem para personagem. Estes golpes necessitam de um determinado número de Chain Capacity (CC) para poderem ser usados, e estes CC vão recarregando ao longo do tempo e através de ações gerais como desvios perfeitos. Os combates são rápidos, com uma boa profundidade e recompensam a boa estratégia do jogador. E claro, tal como noutras entradas da série, é possível alterar o comportamento da IA dos nossos companheiros de forma a que as suas prioridades se adaptem às necessidades.

O sistema de combate e progressão é complementado por um sistema de crafting chamado Dualizing. Essencialmente, combina-se dois itens para criar um melhor, sendo também possível melhorar as armas e equipamento com itens obtidos ao derrotar inimigos. Não é um sistema demasiado complexo, mas é útil em geral, principalmente em níveis de dificuldade mais altos, pois os jogadores podem fazer grind para subir de nível e ir melhorando o seu equipamento ou criar itens para vender e arrecadar algum dinheiro.

O sistema de progressão inclui também Titles obtidos pelas personagens. Estes Titles são obtidos em combates, em sidequests ou outras atividades, e contêm cinco bónus passivos que podem ser aprendidos, ao estilo do que acontece com o equipamento em Final Fantasy IX, e aumentar permanentemente as stats das personagens ou até oferecer novas Artes.

No que toca à exploração, Tales of Graces f Remastered enquadra-se na experiência clássica da série, ou seja, áreas relativamente lineares mas não demasiado a ponto de retirar a sensação de exploração e oferecem uma maior variedade de ambientes e maior número de puzzles que, por exemplo, Tales of Arise. É um estilo de exploração semelhante ao que se encontra em Tales of Vesperia.

No que toca a gráficos, algo relevante por esta ser uma versão remasterizada, felizmente não foi cometido o mesmo erro de Tales of Symphonia Remastered em que o jogo apenas corria em 1080p a 30 FPS em todas as plataformas. O trabalho colocado no aspeto técnico de Tales of Graces f Remastered foi mais além e na PS5, que foi a versão testada, corre em 4K a 60 FPS. De mencionar também que o estilo artístico algo estilizado aguentou bem o teste do tempo e fica bem numa TV grande.

De salientar que esta nova versão inclui várias melhorias gerais que visam oferecer uma experiência mais moderna e acessível para todos os jogadores. Isto inclui a adição de gravação automática e a inclusão de funções que tornam o jogo mais fácil, de forma a reduzir a necessidade de grind ou potenciais picos de dificuldade imprevistos, ou então, caso queiram, é possível fazer o oposto e tornar a aventura mais desafiante.

Embora seja fã desta franquia, Tales of Graces f era uma lacuna que tinha, e graças a esta remasterização pude finalmente ver em primeira mão o porquê de ser considerado um dos melhores jogos da série. Pessoalmente, Tales of Vesperia continua a ser o meu favorito, mas Tales of Graces f não fica muito atrás e sem dúvida que merece as constantes menções de ser um dos melhores Tales of. E esta remasterização foi bem conseguida e faz justiça à qualidade do jogo original.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 9

9

Tales of Graces f Remastered é um bom action RPG que oferece um elenco de personagens interessante e bem escrito, e um sistema de combate divertido e com uma boa dose de profundidade. O trabalho em si de remasterização foi também bem conseguido, oferecendo desta forma uma experiência mais moderna e fluída.

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