Versão testada: PlayStation 5 Pro
Disponível para: PC, PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X/S
Onde comprar: Comparador ZWAME, Tropical Price
Vinte e seis anos depois, a franquia Fatal Fury está de regresso. Foi uma longa espera, mas os fãs desta série e da SNK têm agora à sua disposição Fatal Fury: City of the Wolves. Mas será que a espera valeu a pena? Como se compara com outros jogos do género?
Começando por um dos principais pontos atrativos de um jogo de luta, o elenco. Fatal Fury: City of the Wolves conta com um leque de 22 lutadores, incluindo veteranos desta série e de King of Fighters como Mai Shiranui, Terry Bogard, Gato e B. Jenet, e também algumas caras novas como Preecha e Vox Reaper. No geral, é um elenco sólido, com uma boa mistura de caras conhecidas e estreantes e que certamente irá agradar aos jogadores. No entanto, há que mencionar o desperdício de dois lugares com a introdução de Cristiano Ronaldo e Salvatore Ganacci. Além da bagagem que podem trazer por serem pessoas reais, o próprio design e golpes são completamente desinspirados quando comparados com o restante elenco. Ao menos já se sabem quais são as próximas cinco personagens adicionais que estão a caminho e, felizmente, não existem surpresas desagradáveis.
Costuma-se dizer que “os olhos também comem” e os gráficos são geralmente outro elemento que atraem jogadores. Graficamente, Fatal Fury: City of the Wolves é semelhante a King of Fighters XV em termos de detalhe e tipo de efeitos, mas o jogo conta com um estilo cel shading mais pronunciado, apresentando assim contornos mais vincados e sombras mais pesadas. Embora não tenha a fidelidade visual de um Street Fighter 6, a verdade é que Fatal Fury: City of the Wolves é visualmente atrativo e consegue diferenciar-se de King of Fighters XV. Acho que este é daquele tipo de jogo que vai aguentar bem o teste do tempo.
Os anteriores jogos de luta da SNK tinham pouco conteúdo single player e, infelizmente, Fatal Fury: City of the Wolves não melhora assim tanto isto. Primeiro, existe o tradicional Arcade Mode onde os jogadores vão fazer oito lutas. Não há aqui nada de particularmente vistoso, mas também não difere muito da típica oferta deste tipo de modos. Depois, existe o modo Episodes of South Town que introduz alguns elementos RPG. Os jogadores poderão escolher o seu lutador e enfrentar adversários pela ordem que se queira. Há media que se avança no modo, o lutador vai evoluindo e vai desbloquear buffs e habilidades. É um modo divertido e que me fez lembrar o World Tour Mode de Street Fighter Alpha 3. No entanto, as campanhas de cada personagem são demasiado desconectadas umas das outras. Teria sido interessante ver um modo de jogo com um maior foco na narrativa e no estabelecer do background destes lutadores, especialmente para os novos jogadores.
Mas este é um jogo de luta competitivo, como tal, o modo multiplayer é extremamente importante, principalmente porque a concorrência neste género é grande. Fatal Fury: City of the Wolves suporta cross-play, o que significa que os jogadores das diferentes plataformas poderão medir forças uns contra os outros. Isto beneficiará imenso a vida do jogo a longo prazo, pois permitirá aos jogadores encontrarem adversários mais rapidamente, mesmo em alturas mais mortas. Para além disso, este modo conta com rollback netcode de forma a oferecer uma experiência mais livre de lag. E a minha experiência foi bastante positiva. Tirando um muito ocasional oponente com má ligação, não senti problemas de lag.
Fatal Fury: City of the Wolves é aquilo a que posso apelidar de clássico jogo de luta. Com isto quero dizer que o jogo é próximo dos jogos de luta mais antigos, ou seja, é bastante profundo em termos mecânicos. Sim, existe um modo Tutorial e um sistema de controlo simplificado, mas Fatal Fury: City of the Wolves é bastante denso em termos de sistemas ofensivos, como REV Arts, REV Cancel e REV Blow, e também defensivos como Guard Cancel e REV Guard. Para além disso, há o S.P.G., um estado assinalado na barra de vida e que cuja posição pode ser ajustada, que permite a utilização de determinados ataques. Isto tudo, ao mesmo tempo que se gere a REV Gauge para que não atinja os 100%. Se atingir o máximo, a personagem ficará impossibilitada de utilizar ações REV durante algum tempo. Há muita coisa para aprender e, embora não seja necessário dominar tudo para se conseguir ganhar combates, quem se dedicar a aprender estes sistemas sairá em vantagem.
Há uma forte possibilidade de o modo multiplayer de Fatal Fury: City of the Wolves ter uma longa vida mesmo não sendo o jogo de luta mais popular no mercado, porque oferece um sistema de combate profundo, cross-play para unificar todos os jogadores das diversas plataformas e também devido ao suporte a longo prazo anunciado. No entanto, a oferta single player é algo mediana, principalmente quando comparada com Street Fighter 6 ou um dos últimos Mortal Kombat. Assim, a diversão dos jogadores irá depender daquilo que esperam de um jogo luta e da sua importância neste tipo de conteúdo single player. Dito isto, e mesmo com alguns pontos menos bons, diria que o regresso da franquia Fatal Fury foi um sucesso, oferecendo um jogo de luta profundo, um elenco de lutadores variado e um modo online sólido.
Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise.
Veredito
Nota Final - 8
8
Fatal Fury: City of the Wolves é um jogo de luta sólido, com um elenco variado e um sistema de luta profundo. Peca pela oferta mediana de conteúdo single player, mas em compensação, a componente multiplayer é de qualidade. Alem disso, o jogo deverá ser suportado por bastante tempo.