Análises

Bound

Versão testada: PlayStation 4

Bound é a tentativa da Plastic Games em criar um título que misture uma história madura com o género de plataformas. E na maior parte do tempo, isso é conseguido com sucesso. A história é contada sob a forma de fábulas em vez de ser explicada em detalhe e cabe ao jogador interpretar essa informação.

A maior parte da experiência decorre num mundo imaginário. A paisagem mexe-se de forma graciosa tal como a protagonista; o mundo altera a sua geometria e cores à medida que a bailarina vai fazendo os seus passo de dança. É um mundo mais fantasioso do que real, o que faz sentido em termos narrativos. A história não é complexa mas é cativante, pois o mundo real e o mundo imaginário trabalham em conjunto de forma bem pensada para demonstrar a descoberta de uma decisão.

A bailarina é capaz de fazer algumas acções para navegar entre obstáculos, completar puzzles simples e derrotar alguns inimigos. A simplicidade é algo bastante importante na experiência geral de jogo. Não existe HUD, tutorial, loot ou vida. O jogador apenas tem acesso a um livro, sendo que cada página representa um nível, e tem a liberdade de percorrer os níveis pela ordem que bem entender. Os eventos de cada nível podem ser interpretados de formas diferentes dependendo pela ordem que forem vistos.

Bound_screen_003Bound é puramente baseado no movimento e fluidez, como tal, as mortes são poucas e ocorrem de forma espaçada. Embora existam inimigos, as mortes não são propriamente uma penalização e vão ser praticamente todas consequência de quedas, seja porque o jogador julgou mal a distância ou simplesmente porque distraiu-se. Mas apesar de o jogo não ser focado em combate, é uma pena que não exista algum tipo de desafio no final de cada capítulo.

Isto não significa que Bound seja mau em termos de mecânicas, porque de facto não é. Bound é  simplesmente um jogo de plataformas competente e não um que se destaque acima de todos os outros. A primeira playthrough pode ser completada em duas ou três horas, mas há incentivo para que sejam feitas mais, porque existem caminhos inacessíveis que mudam conforme a ordem em que os níveis são jogados. Após completado pela primeira vez, é desbloqueado o modo Speedrun, onde mostra quanto tempo demoram a passar o jogo e quanto tempo demoram em cada nível.

Bound conta uma história interessante e apresenta uns visuais impressionantes com um estilo único, mas não consegue oferecer muito mais a quem não se quer contentar apenas com uma muito curta narrativa ou com speedruns. Ainda assim, o que interessa é a jornada, e pouco tempo passado neste mundo foi interessante e diferente do habitual.

 

Nota editorial: Foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela editora/distribuidora para efeitos de análise.

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