Análises

Destiny: The Taken King

Versão testada: PS4

Destiny foi lançado em Setembro do ano passado e, apesar de ser um bom jogo, apresentava algumas falhas importantes. Desde então, as constantes atualizações foram corrigindo/melhorando alguns dos principais problemas. Mas foi o lançamento da atualização 2.0 a 8 de Setembro deste ano que marcou o inicio de um novo capítulo.

Algo bastante criticado o ano passado, foi a forma como a história foi apresentada. Não existiam muitas cutscenes ou diálogos, e a estrutura das missões passava por aguentar vagas de inimigos enquanto que o Ghost abria portas. Em Taken King, isto foi vastamente melhorado. Agora, podemos contar com cutcenes de história, e cutscenes que mostram interação entre as personagens. Cayde-6, cuja voz é dada pelo Nathan Fillion, é uma das principais personagens desta expansão e aquele que nos guia em algumas das muitas novas missões.

Falando propriamente das missões, desta vez, o jogo está organizado em forma de quests com vários passos. A história base também foi reorganizada para acomodar este sistema, mas foi a história do Taken King que mais beneficiou com isto. Tudo agora tem uma ligação, e este sistema permite que a história esteja melhor organizada e contada.

Para além disto, há quests com múltiplos passos que só estão disponíveis após completarem alguns requisitos. Isto oferece um nível de profundidade que não existia no jogo base lançado o ano passado.

A Bungie também teve em consideração as criticas feitas à estrutura das missões. Agora, as missões não são tão lineares, e algumas delas até se assemelham mais a strikes do que propriamente a missões normais. E isto é algo muito positivo. Os novos strikes também deixaram de ser apenas “matar vagas de inimigos” e passaram a ter um pouco mais de estratégia, graças à incorporação de mecânicas interessantes. Por exemplo, no strike Echo Chamber, alguém tem de carregar uma relíquia enquanto que o resto da equipa abre caminho. Já o boss do strike S.A.B.E.R-2 muda o elemento e tipo de ataque conforme a quantidade de vida que tem.

Os strikes Cerberus Vae III, Dust Palace, e Undying Mind, estes dois últimos foram exclusivos PlayStation durante um ano, sofreram algumas alterações. Estes strikes foram adaptados para suportar os novos inimigos chamados Taken, e cada um deles, apresentam variações. Por vezes, os Taken podem aparecer no inicio, outras vezes no fim do strike, e ás vezes, misturam-se com os inimigos normais presentes nos strikes.

Destiny TTK review 1Ao contrário do que inicialmente se poderia pensar, os Taken não são apenas uma mudança visual dos inimigos tradicionais de Destiny. Por exemplo, os Psion podem duplicar-se se não forem derrotados rapidamente, os Goblins conseguem colocar um shield à sua volta semelhante aos dos Titan Defender, os Knights disparam projeteis de fogo, e os Captains disparam umas esferas negras que reduzem temporariamente a defesa e a visibilidade. Enfrentar os Taken é bem diferente do que enfrentar Fallen, Hive, Cabal, e Vex.

Taken King inclui uma nova área chamada Dreadnaught. Esta área tem um tamanho equivalente ao Cosmodrome, e inclui muitos segredos e coisas para fazer. Para além dos habituais Patrols, existe um novo tipo de evento público chamado Court of Oryx. Este evento público, que até tem algumas semelhanças com o Prison of Elders, tem três níveis de dificuldade, e uma boa variedade de bosses. O evento de nível 3, aparentemente, muda semanalmente. Quanto maior for a dificuldade do evento, melhores são as recompensas.

Estes eventos são ativados pelos próprios jogadores, bastando usar runas. O jogador que usa uma runa é aquele que recebe mais coisas, mas os outros jogadores que estão a ajudar, também podem ganhar loot. Este sítio é muito bom para encontrar rare engrams e evoluir rapidamente o nível light da personagem.

Tal como no jogo base, uma das principais coisas no Taken King é a raid. A Bungie prometeu que King’s Fall seria a maior raid até agora, e de facto, foi isso que aconteceu. Existem zonas de exploração, zonas de plataformas, labirintos, e os bosses apresentam mecânicas que obrigam que as equipas tenham uma grande dose de coordenação e concentração. A complexidade das mecânicas está mais ao menos ao nível do Vault of Glass, no sentido em que existem vários factores a ter em conta para conseguir matar os bosses com sucesso.

Destiny TTK review 2Por exemplo, e de forma muito resumida, o boss final de Crota’s End era derrotado com uma espada que um Knight especial trazia. A única coisa a ter em atenção nesta luta, eram os timers da rotação do boss e do spawn do Knight, e a duração da espada.

Em King’s Fall, as coisas são bem mais complicadas. O primeiro boss, que deve ser o mais fácil de todos desta raid, tem o dobro das mecânicas. É necessário dividir a fireteam em três grupos de dois elementos, ter atenção à ordem de ativação das plataformas, ter em atenção ao timer do buff e matar inimigos para fazer reset ao tempo, e ficar alternadamente atrás dos pilares. Para além disto, é obrigatório matar o boss no máximo em quatro rondas. Aqueles que ficaram desiludidos com Crota’s End, vão ficar extremamente satisfeitos com King’s Fall.

Em termos de loot, e apesar de ter feito a nova raid algumas vezes, ainda é um pouco precipitado dizer com total certeza se o drop rate é bom ou não. Mas à primeira vista, o loot da raid parece estar equilibrado. Os bosses podem dar peças de equipamento ou armas, e se tiverem 20 Modering Shards no inventário, o boss final da raid dará loot adicional.

Mas ao contrário do que aconteceu ao longo do ano passado, atualmente, o loot não está reservado apenas para o Nightfall e para a Raid. Alguns bosses de strikes podem dar itens exclusivos como Solar Flayer Mantle, Mau’ual’s Maulers Gauntlets, e Omnigul Bond Class Armor. Para além disto, existem quests associadas a armas exóticas, armas exclusivas para cada classe, e até armas exóticas escondidas em missões como, por exemplo, a Black Spindle. Isto faz com que o foco deixe de ser apenas ir à raid, e ajuda o jogador a sair da rotina semanal.

Destiny TTK review 3Com a introdução da atualização 2.0, a Bungie alterou algumas das atividades semanais e tornou certas coisas associadas à conta em vez de à personagem, para ajudar aqueles que têm pouco tempo para dedicar a três personagens. As Legendary Marks, que substituem as Vanguard e Crucible Marks, são associadas à conta e não têm um limite semanal. Os Weekly Heroic Strikes passaram a fazer parte de uma playlist, e é possível fazer três strikes com a mesma personagem e ganhar Legendary Maks.

Contudo, esta unificação podia ter sido melhor aprofundada. Por exemplo, ainda é preciso fazer os Nightfall com cada uma das personagens, e mesmo os Weekly Heroic Strikes, só dão as recompensas totais se forem feitos com cada personagem.

Em relação ao modo competitivo, foram introduzidos dois novos modos: Rift e Mayhem. Rift é essencialmente uma variante do popular modo Capture the Flag presente noutros jogos. Aqui, os jogadores têm de apanhar uma esfera de luz e levá-la até um determinado ponto do mapa.  Mayhem é igual ao Clash mas com a diferença que o cooldown do melee, das granadas, e dos supers é muito muito curto. O resultado, é uma partida onde constantemente se vêm supers a serem utilizados. Este é um modo que se adora ou se odeia, mas proporciona momentos divertidos se não levarem o Mayhem muito a sério.

As novas subclasses também provaram ser uma grande adição ao jogo, quer seja em PVE ou PVP. Sunbreaker, a nova subclasse do Titan, permite que o Titan mantenha a sua resistência e ao mesmo tempo, consiga matar mobs à distância com o Hammer of Sol. O Warlock passou a ser uma boa fonte de DPS graças à subclasse Stormcaller. Por sua vez, com a subclasse Nightstalker, o Hunter tem finalmente a oportunidade de ter um papel de suporte, pois consegue controlar bem as zonas. No entanto, tanto o Hammer of Sol do Titan como o Stormtrance do Warlock parecem necessitar de alguns ajustes no PVP, pois duram mais tempo que outros supers e são mais complicados de matar.

Destiny TTK review 4Taken King tem muito conteúdo, tanto ou até mais do que aquele que vinha no Destiny no ano passado, mas quem não comprar esta expansão, vai perder muito mais do que inicialmente poderia pensar. Por exemplo, quem não tiver o Taken King, não poderá fazer Daily Heroic Missions, Weekly Heroic Strikes e Nightfall porque estas atividades estão associadas a nível 40. Os itens dos vendedores também estão bloqueados, não poderão trocar marcas por materiais, e até os VIP no Patrol estão bloqueados porque os alvos a abater são Taken de nível 40. Até no PVP existe limitações para quem não tiver a expansão, pois vão ficar limitados apenas a Free for All, 3 vs 3, e 6 vs 6.

Faz sentido que quem não compre a expansão, não consiga evoluir mais a partir de um determinado ponto. No entanto, aquilo que se vê aqui é que perderam acesso a conteúdo que tinham pago anteriormente. Talvez seja este o preço a pagar por haver uma unificação maior de todos os sistemas de jogo, mas é compreensível que alguns utilizadores que não querem entrar já no Taken King fiquem frustrados com estas decisões.

Pouco mais de uma semana após o seu lançamento, Taken King ainda tem muitos segredos para revelar, mas com esta expansão, a Bungie mudou as fundações de Destiny para melhor. Taken King é incrivelmente rico em conteúdo, e nota-se que a produtora teve muito cuidado em criar uma experiência com uma escala maior do que tudo aquilo que tínhamos visto até agora. O maior foco na história e organização das missões, o novo sistema de evolução, e todas as melhorias mencionadas anteriormente tornam Taken King uma excelente adição ao universo Destiny.

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