Análises

Horizon Zero Dawn: The Frozen Wilds

Versão testada: PlayStation 4 Pro

O inicio de Março trouxe-nos aquela que foi uma das maiores surpresas do ano, de seu nome Horizon Zero Dawn. Afinal de contas, quem esperaria que o estúdio Guerrilla Games, criadores de Killzone, conseguisse lançar à primeira um bom action RPG. Mas foi exactamente isso que aconteceu. E agora, Aloy regressa para mais uma aventura, e consigo, trouxe o frio… muito frio.

Sem entrar em grandes detalhes, The Frozen Wilds não é um epílogo; não tem o intuito de oferecer uma continuação da campanha original. Em vez disso, somos presenteados com uma aventura secundária fortemente influenciada pelos eventos principais que, além de explorar mais o lore do mundo, oferece um novo e interessante mistério para desvendar.

Nesta expansão vamos explorar as terras geladas do norte e conhecer melhor a tribo Banuk. Na campanha original temos algum contacto com membros desta tribo, mas nunca chegámos a perceber bem as suas tradições. Os Banuk são nómadas e hábeis caçadores, onde a sobrevivência e a passagem de testes específicos dita o estatuto de cada elemento na tribo. Isto choca de frente com os valores morais de Aloy, pois para ela, o mais importante é ajudar aqueles que precisam. Ao longo da campanha de The Frozen Wilds, é interessante ver a reacção da Aloy aos hábitos sociais e hierárquicos dos Banuk e de como isso afecta aqueles que a rodeiam.

Apesar de a expansão ser uma história adicional, nota-se que houve muito empenho na criação dos Banuk, das personagens que interagem com Aloy e com o próprio mistério que se esconde nesta área. Embora seja uma história adicional, isso não se faz sentir em nenhuma altura e chega até a completar muito bem a informação e eventos da campanha base. No geral, foram cerca de 15 horas muito agradáveis, a ponto de me terem dado vontade de começar um novo jogo de inicio.

Horizon Zero Dawn é um jogo extremamente belo, com ambientes muito bem desenhados e cheios de detalhes. The Frozen Wilds não é excepção, e as terras geladas do norte mantém a mesma qualidade. Inclusive, a expansão trouxe algumas novidades no que toca ao aspecto técnico, uma delas com resultados impressionantes. Falo do sistema de deformação da neve. Pode ser estranho referir isto, mas em termos práticos resulta muito bem e adiciona mais uma camada de detalhes a um jogo já bastante rico neste departamento. Ver as pegadas da Aloy e os rastos das máquinas na neve é um pormenor delicioso. Inclusive, até as peças que saltam das máquinas deixam uma impressão na neve.

Outras melhorias incluem uma sincronização labial mais precisa do que aquela presente no jogo base, assim como camaras mais dinâmicas durante os diálogos, graças a um processo de captura de movimentos melhorado. As próprias personagens também se mexem mais durante as conversas, tornando estas interacções mais naturais. A isto há ainda que juntar com conjunto de novas animações para Aloy, de forma a ajudar na exploração deste ambiente bastante agreste.

Com uma nova área e um novo mistério, chegam também algumas novas máquinas. O Scorcher, que é uma máquina apresentada nos trailers, é sem dúvida um grande desafio. A apresentação oficial passou a imagem de uma máquina capaz de rivalizar com o Thunderjaw. À primeira vista, isso não parece correcto, porque tem um tamanho semelhante a um Sawtooth, mas assim que se entra em combate, a coisa muda de figura. Ataque AOE, ataque de médio alcance e, como se não bastante, a habilidade de se projectar para um rápido ataque frontal a grandes distâncias tornam o Scorcher um dos inimigos mais complicados do jogo. As outras novas máquinas também não ficam atrás no desafio.

Para lidar com estas novas máquinas, vamos ter à nossa disposição novas armas, algumas de categorias presentes no jogo base, como um Sharptshoot mais poderoso, e outras mesmos novas. Que tal um lança-chamas? E porque não uma arma que dispara projecteis de gelo e consegue congelar os inimigos a curtas distâncias? Não só são armas com estilo, como são armas fortes e úteis. E claro, são muito bem vindas para aumentar ainda mais a diversidade de armas e opções de combate. Além disso, foram também adicionados mais alguns fatos para ajudar a lidar com os novos desafios. A maioria é obtida através dos vendedores com uma nova moeda, enquanto que outros são recompensas da história.

O combate manteve-se praticamente igual ao do jogo base, com a diferença que foi adicionada uma nova skill tree e que o nível máximo é agora nível 60. Contudo, as novas habilidades não são particularmente interessantes. Aumentar o tamanho do inventário em 20% e receber metade do valor de um item desmantelado são coisas úteis, é verdade, mas são coisas que poderiam ter sido adicionadas ao jogo como melhorias gerais à “quality of life”. Lançar um ataque saltando de uma montada é gratificante e estiloso, mas nada útil, especialmente contra as novas máquinas. E mesmo no geral, não me parece algo viável. Esta nova skill tree acabou por ser uma oportunidade desperdiçada para tentar algo mais profundo.

The Frozen Wilds não adiciona nada de revolucionário a Horion Zero Dawn, mas em boa verdade, também não precisava tal a qualidade do produto base. Trata-se de uma expansão de altos valores de produção, que utiliza muito bem a grande quantidade de lore existente para apresentar um novo mistério e entregar uma aventura interessante. Imperdível para qualquer fã de Horion Zero Dawn que quer explorar e descobrir mais coisas sobre este mundo pós-apocalíptico.

Nota editorial: Foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela PlayStation para efeitos de análise.

Nota Final - 9

9

The Frozen Wilds não só mantém a grande qualidade vista no jogo base, como vai mais além e melhora alguns aspectos técnicos. Esta é sem dúvida uma expansão recomendada a todos aqueles que gostaram da Aloy e que querem saber mais coisas sobre este mundo.

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