Mr. Shifty

A maneira fácil de descrever Mr Shifty é como um Hotline Miami com menos armas, mas com o poder de nos teleportarmos uns metros. Vendo a acção de cima é fácil surpreender inimigos e preparar emboscadas; atravessando paredes e balas, em poucos minutos estamos a despachar hordas de inimigos em grande estilo. Parece divertido?

Bem, até é, dar um bom murro saindo de um teleporte sabe especialmente bem, assim como trocar as voltas a um grupo de inmigos e ir eliminando um por um sem que eles possam fazer nada. Também se pode apanhar uma arma ou outra, há vassouras, canos e teclados, mas o meu preferido é o escudo que nos transforma numa mistura de Capitão América com o Nocturno dos X-Men.

De facto, o jogo tenta um look de BD de super-heróis com algumas cores vivas a contrastar com as sombras carregadas, mas para lá de ver o casaco azul do Mr. Shifty a esvoaçar de um lado para o outro, os visuais são bastante genéricos, assim como a banda sonora e escrita.

Na versão PC encontrei por três ou quatro vezes bugs que me fizeram ter que reiniciar o jogo e a versão Switch tem problemas de performance que supostamente vão ser corrigidos num patch que tem demorado a sair.

A fórmula de matar ou morrer em instantes e repetir até ganhar ou desistir funciona durante algum tempo, vão aparecendo inimigos novos com ataques diferentes e secções onde não podemos usar os poderes para apimentar as coisas, mas apesar da violência ser satisfatória, não demora muito até o jogo estagnar e fazer pouco mais que aumentar o número de inimigos que nos manda para cima.

Isto não é um problema durante muito tempo visto que em quatro horas se chega ao fim, o problema é que não há qualquer razão para voltar atrás. Por mais piada que tenha andar a “saltar” de um lado para o outro a partir vassouras nas costas de seguranças, o jogo não consegue capitalizar nisso suficientemente bem para ser um incentivo a jogar de novo.

Apesar de haver potencial para mais, Mr Shifty não vai para lá de entregar umas poucas horas de violência gratuita- mas satisfatória- saída de uma banda-desenhada. Não que isso seja totalmente mau por €14,99, mas depois de duas ou três sessões pode não haver muito mais para ver e isso sabe a pouco.

Nota editorial: foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela editora para efeitos de análise.
Versão testada: PC (Steam)