Rise of the Tomb Raider: 20 Year Celebration

Versão testada: PlayStation 4

Em Novembro do ano passado tive a oportunidade de analisar Rise of The Tomb Raider para a Xbox One. Embora tenha gostado e tenha achado que pegou na fundação criada em 2013 com o reboot e melhorou determinados aspectos como a exploração e os puzzles, também achei que repetiu os mesmos erros, principalmente uma história não tão interessante e os túmulos continuarem em segundo plano. Agora, um ano mais tarde, tenho a oportunidade de (re)jogar a mais recente aventura da Lara, mas desta vez, na PlayStation 4.

Tanto para o bem como para o mal, pouca coisa mudou entre a versão Xbox One e a versão PS4. O jogo apresenta áreas diversificadas, com muito bom aspecto e uma boa quantidade de detalhe, que permitem uma boa dose de exploração. Os túmulos são um pouco maiores e mais complexos do que os presentes em Tomb Raider 2013, mas continuam a não ter um papel e uma importância tão grande como o desejado, ainda para mais quando são apresentados como “desafios opcionais”.

A história é minimamente competente, e gira à volta de Lara finalmente aceitar o seu destino como exploradora de túmulos e de continuar o trabalho deixado pelo seu pai. Pelo caminho, Lara tem de enfrentar uma antiga organização que também procura uma determinada reliquia. A história é suficientemente interessante para incentivar o jogador a continuar, mas tal como o que aconteceu em Tomb Raider 2013, existe um fosso entre a história e a jogabilidade. Refiro-me particularmente à necessidade de a história tentar justificar as acções de Lara, nomeadamente no porquê de matar os inimigos, para logo pouco depois, a jogabilidade recompensar mortes extremamente violentas. A tentativa de tornar  Lara um exemplo a seguir é totalmente desnecessária.

Especificamente em relação à jogabilidade, também nada mudou. As situações de combate podem ser abordadas de forma stealth ou de forma mais agressiva. Mas como Lara não aguenta muito dano, stealth acaba por ser na grande maioria das vezes a melhor opção para ultrapassar os obstáculos. O arsenal disponivel inclui arcos, pistolas, caçadeiras, espingardas, e snipers, e cada uma das armas tem os seus próprios upgrades. Estes upgrades são feitos com os materiais e recursos que se apanham nos cenários, por isso, a exploração é sempre recomendável.

No entanto, um problema se mantém na versão PS4, um problema que nunca chegou a ser corrigido na Xbox One. Refiro-me ao imput lag. É notório uma lentidão na resposta ao virar a camara, e como se não bastasse, as deadzones também não estão particularmente boas, necessitando de um maior movimento do analógico para que o imput seja registado. Isto não faz com que o jogo seja injogável, mas é notório e torna a mira pouco precisa e os controlos pouco responsivos.

O port para a PS4 esteve a cargo do estúdio Nixxes, e no que toca aos gráficos, o estúdio realizou um grande trabalho. A frame rate está mais estável, mesmo em áreas anteriormente problemáticas como o Geothermal Valley, e o screen tearing foi minimizado. Ainda se notam alguns jaggies, mas a quantidade de detalhe nos cenários é um pouco mais consistente e as sombras também levaram um upgrade decente.

Para compensar a espera, a versão PS4 de Rise of the Tomb Raider já inclui todo o conteúdo adicional lançamento anteriormente para PC e Xbox One como o Endurance Mode, um modo onde Lara tem de arranjar materiais para se manter viva, e Baba Yaga: The Temple of the Witch, uma expansão para o modo singleplayer que adiciona mais desafios. Mas para além disto, esta edição também inclui novo conteúdo.

Blood Ties é uma das novidades presentes na edição 20 Year Celebration. Neste capítulo singleplayer, Lara explora a mansão Croft, onde vai confrontar o seu passado e descobrir um segredo da sua família. Este modo pode ser jogado de forma tradicional na terceira pessoa ou pode ser jogado com o PlayStation VR na primeira pessoa.

Outra das novidades é o modo chamado Lara’s Nightmares. Este modo tem um estilo e ambiente um pouco mais inspirado em survival horror, pois Lara tem de lutar contra hordas de zombies que invadiram a mansão Croft. Por fim, o Co-Op Endurance Mode. Como o nome do modo indica, dois jogadores vão poder jogar o Endurance Mode e ajudar-se mutuamente na procura de recursos e exploração do mapa.

Rise of the Tomb Raider: 20 Year Celebration é o mesmo jogo lançado o ano passado, mas com mais conteúdo. Embora isto enriqueça o valor do pacote, especialmente para os jogadores que vão jogar este título pela primeira vez, não é o suficiente para esconder os seus defeitos. A presença de imput lag é uma desilusão, mas de resto, a Nixxes está de parabéns pelo trabalho no port do jogo para a PS4. Mesmo com os seus problemas, Rise of the Tomb Raider é um bom jogo, e vai certamente agradar a quem jogou e gostou de Tomb Raider 2013.

 

Nota editorial: Foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela editora/distribuidora para efeitos de análise.