SteamWorld Heist

Versão testada: Nintendo 3DS

SteamWorld Dig apanhou-me de surpresa, foi fácil não dar muita importância ao seu lançamento e pensar “é só mais um metroidvania indie”, mas quando comecei o jogo só pousei o comando quando cheguei ao fim. Os suecos da Image & Form ganharam um fã.
Foi então com entusiasmo que recebi o anúncio de SteamWorld Heist e com espanto e desilusão que vi que Heist era um completamente diferente de Dig. De tower defense para metroidvania para estratégia, o estúdio não parece estar interessado em deixar os robôs a vapor ficarem muito tempo confortáveis num só género.

Uma capitã destemida lidera um grupo de bandidos e desajustados pelo espaço, robôs caçadores de recompensas tentam sobreviver num “faroeste espacial” e inevitavelmente metem-se no caminho de um regime opressivo. Sim, também tenho saudades de Firefly.

Heist é um jogo de estratégia por turnos misturado com cover-shooter, controlos simples tornam a entrada indolor e uma curva de dificuldade bem ajustada e vários níveis de dificuldade ajudam a passar de dar uns simples tiros a fazer ricochetes incríveis ou mandar granadas em arco *mesmo* no sítio certo.
Tudo depende da nossa pontaria uma vez que apontamos manualmente, um tiro na cabeça dá muito mais dano, mas se acertares um pouco ao lado, podes acertar num explosivo e matar um companheiro de equipa. E os robôs, de uma maneira muito humana, não têm uma mão muito estável, por isso é bom que acertes.

Com habilidades que se vão ganhando, equipamento novo (mais de 100 chapéus!), diferentes armas e várias personagens que acumulamos, há aqui muito por onde estrategizar, mas também é preciso saber executar. Fiel ao espírito de “rebeldes em desvantagem”, enfrentar os inimigos de frente não é grande ideia nas missões mais difíceis, o melhor é mesmo puxar pela imaginação para dar a volta à situação com a cabeça.

Sem milhares de linhas de diálogo ou grandes vídeos, SteamWorld Heist consegue estabelecer um enredo envolvente, é difícil não ficar apaixonado pelo mundo e personagens criadas a ter conversas de rebelião no bar decadente de uma nave velha enquanto uma banda lá ao fundo toca folk steampunk ou algo que o valha.

É difícil não ficar colado a este ferrugento western espacial e ainda mais difícil não o recomendar, é o exemplo perfeito de como tornar algo habitualmente lento e complicado num jogo enganadoramente simples e rápido. Para fãs de jogos de estratégia por turnos e não só, SteamWorld Heist é simplesmente imperdível.