Análises

Touhou Genso Rondo: Bullet Ballet

Versão testada: PlayStation 4

Touhou é uma série de jogos estilo shooter bullet hell bastante conhecida tendo já uma userbase bastante sólida, principalmente no Japão. O primeiro jogo foi lançado em 1996 e neste momento já conta com um grande leque de jogos, livros e série anime.

Touhou Genso Rondo: Bullet Ballet é composto por vários modos de jogo, incluindo modo História, Arcade, Boss Rush, VS Com, VS Human e Online.
O modo história é apenas de um jogador, em que temos ao nosso dispor os vários personagens (femininos) em que percorremos a história dos deles(as).
Arcade, também single player, é do género de um survival. Começamos com X vida e temos de derrotar o maior número de inimigos até ficarmos sem ela. Obviamente, quantos mais derrotarmos, mais fortes se tornam.
O modo Boss Rush é semelhante ao Arcade, com a diferença que temos de sobreviver aos ataques especiais. Obviamente também neste modo, quantos mais inimigos derrotarmos, mas difícil ficará.
Já os restantes modos, tal como o modo indica, temos dois offline e um online. No VS COM podemos definir a dificuldade do computador, no VS Human jogamos contra amigos e online… bem é contra jogadores de qualquer parte do globo. Obviamente para usufruir deste modo, é necessário ter uma subscrição de PS Plus activa. Além dos modos de jogo, existe um tutorial, o qual aconselho seguir.

Touhou Genso Rondo_20160830193812Os controlos são bastante intuitivos, tornando o movimento entre tantas balas facilitado. Existe sempre presente algo semelhante a aim-assist, visto que não conseguimos movimentar, apontar e disparar ao mesmo tempo.
Temos alguns tipos de ataques/balas diferentes, que poderão sofrer alterações mediante o botão (L1 ou R1) pressionado. Estes botões alteram não só o tipo de movimento do personagem, afectando também a bala disparada, o dano que recebemos e a velocidade com que carregamos o charge. Ao usar este skill especial, somos colocados no topo do mapa, disparando para baixo contra o oponente, que se deverá focar em disparar para cima e desviar das balas. Obviamente, o COM também usa este especial.
Depois também temos ataques melee, com ranges/distâncias diferentes. Esses ranges são definidos por dois circulos à nossa volta. Além disto, existe também a possibilidade de apanhar power ups que surgem quando nos desviamos dos ataques, ou acertamos no oponente. Existem obviamente mais mecânicas, pelo que, como disse antes, considero o tutorial essencial.

Contudo, Touhou é praticamente um button-mash quase que aleatório até derrotar o inimigo. A existência de 10 personagens poderia criar alguma diversidade, mas aparentemente também poderá ter criado o contrário. Ao percorrer as personagens, temos a sensação de que o estilo de umas é mais eficaz que outras, demonstrando um jogo com alguns problemas de balanceamento. Além disso, não identifiquei opção de “save”. Caso nos tenhamos de ausentar, será necessário começar de novo.

Graficamente e para facilitar a ideia de bullet hell, Genso Rondo é parecido a um shooter isométrico, mas apenas um contra um (1vs1), onde um jogador luta contra outro, seja ele humano ou o COM.
Neste caso, Touhou enche-nos o ecrã com cor. Tem um ambiente extremamente luminoso derivado do seu estilo e é verdadeiramente um inferno de balas, cheio de freneticidade e muita cor.

Touhou Genso Rondo_20160825191846Bullet Ballet foi inicialmente lançado no Japão para PC, e esta nova versão remasterizada conta com gráficos HD. Porém a consola da Sony não demonstrou qualquer problema em processar tal freneticidade, apresentado sempre batalhas bastante fluídas.
Quanto aos diálogos, são feitos ao estilo de visual novel, com uma caixa de texto e as imagens dos personagens. Algo que é bastante comum nos jogos orientais. A banda sonora também se enquadra no estilo e ambiente do jogo, mas não existe aquele factor “wow”.

Em suma, considero Touhou um verdadeiro jogo oriental, não só pelo seu estilo ou traço, mas também pelo tipo de jogo que é. Um jogo que de certa forma me recorda os jogos de arcada ou de antigamente.
Tem efectivamente alguns problemas e é um jogo limitado, pecando por falta de dinâmica. E o balanceamento creio que não deveria ter sido difícil devido ao numero limitado de personagens, mas Bullet Ballet também poderá ser uma lufada de ar fresco, no sentido de ser diferente do que conseguimos encontrar por cá. Os que gostam deste estilo seguramente irão gostar de Bullet Ballet. É um jogo sólido, porém, sinto que é um jogo que lhe falta qualquer coisa. Problemas técnicos à parte, faltou aquela sensação de divertimento característica. Faltou aquele “wow factor” tal como falta à banda sonora. Talvez seja um jogo quase que mandatário jogar com um amigo ao lado, tornando-o assim bastante mais divertido, visto ser possível ver as reacções dos amigos após dizer aquele “Embrulha!! Ganhei!”. Ou talvez mercado Ocidental ainda não esteja bem preparado para este tipo de jogo. Assim, não posso deixar de o considerar, literalmente, um jogo de nicho.

Nota editorial: Foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela editora/distribuidora para efeitos de análise.

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