Análises

TumbleSeed

Versão testada: Nintendo Switch

À primeira vista, TumbleSeed é um jogo simpático. Há muitas cores, as personagens são fofas e a única coisa que temos que fazer é equilibrar uma semente redonda numa plataforma. Parece fácil, certo? Nunca julgues uma planta pela sua semente.

Não há nenhum botão para atacar ou saltar, apenas controlamos com os analógicos as extremidades esquerda e direita de um tabuleiro onde está o TumbleSeed, para o fazer rolar de um lado para o outro enquanto o tentamos fazer chegar ao topo da montanha.

Este tipo de controlo indirecto é muito difícil e requer doses generosas de prática até que se apanhe o mínimo de jeito e se interiorize a maneira como as leis da física se aplicam à semente. Dito de outra maneira, a inércia é lixada. Conseguir equilibrar o TumbleSeed por uma data de buracos e monstros é como ser um empregado de mesa em patins com uma pilha alta de pratos a atravessar um restaurante movimentado.

Cair ou ser atacado e ficar sem corações significa voltar à estaca zero e perder todo o progresso, toca a subir um novo nível gerado aleatoriamente ao bom estilo roguelike. Claro que eventualmente desbloqueiam-se teleportes para o início de cada nível da montanha, mas fazer isso invalida a nossa pontuação.
Pelo caminho até ao topo encontram-se power-ups, sementes novas que podemos semear em pequenos canteiros para, por exemplo, criar um lança-mísseis ou chamar nuvens de chuva que enchem buracos com água para os podermos passar.
Para semear estes poderes são precisos cristais que podem ser apanhados de várias maneiras, isto junta gestão de recursos a um acto de equilibrismo que vai testar os limites da tua habilidade e acima de tudo, paciência.

Depois de escorregar e cair num buraco pela milionésima vez talvez seja melhor parar um bocado para respirar fundo, mas é difícil deixar o jogo de lado muito tempo.
Se o jogo não é demasiado frustrante é porque a física por detrás do movimento do “berlinde” está extremamente bem feita e parece natural, é muito difícil não ser péssimo ao jogo, mas quando se consegue controlar bem o TumbleSeed, o sentimento de progresso e evolução é uma recompensa que vai para lá da de ter sorte e apanhar bons power-ups.

Na versão Switch, o movimento da semente parece ainda melhor graças ao HD Rumble, senti-la  a rolar com menos ou mais velocidade de um comando para o outro, de um lado da Switch para o outro é mais que um detalhe engraçado, é uma boa ajuda para dar mais algum nível de intuição quanto ao movimento do TumbleSeed, isto para não falar do excelente feedback táctil.

A banda-sonora consegue tão bem entregar um tema minimalista relaxante como uma faixa cyberpunk inquietante, o excelente trabalho do compositor Joel Corelitz adequa-se perfeitamente a TumbleSeed e projecta uma sensação de mistério ou aventura que vai para lá do que o jogo oferece.

Por baixo dos adoráveis gráficos e da música hipnotizante, uma data de pequenos e simples elementos juntam-se brilhantemente num jogo brutalmente difícil que exige precisão e recompensa dedicação. Se achas que aguentas, TumbleSeed é imperdível.

Nota editorial: Foi-nos fornecida uma cópia deste jogo pela editora para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 8.5

8.5

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