Análises

Yo-Kai Watch

Em Yo-Kai Watch coleccionamos pequenos monstros que vivem escondidos entres as pessoas e pomo-los a lutar uns com os outros para ficarem mais fortes. Huh? Pokémon? Nunca comi.
OK, é impossível não ver as semelhanças entre Yo-Kai Watch e Pokémon, até porque a Level 5 tem conseguido tornar a marca numa máquina de fazer dinheiro no Japão, com direito a desenhos animados e merchandising. No entanto, ignorar Yo-Kai Watch como apenas mais uma tentativa de replicar o sucesso dos monstros de bolso seria um disparate tremendo.

Os Yo-Kai são baseados em vários espíritos e criaturas do folclore Japonês, visíveis apenas a algumas pessoas, eles vivem no meio de nós, influenciando a nossa maneira de sentir e pensar. Com o nosso mordomo Yo-Kai exploramos uma pequena cidade Japonesa para encontrar espíritos de todo o tipo: cigarras samurai nas árvores, ninjas a fazerem pessoas passarem despercebidas involuntariamente ou talvez até um velhote esfomeado a dar desejos incontroláveis de comida lixo a alguém.
Para poder usar um Yo-Kai em batalha, ele tem que se tornar nosso amigo, para isso temos que o derrotar e rezar que ele precise de um amigo (tal como na vida real), apesar de lhe podermos dar comida durante o combate para o tornar mais amigável, este processo continua a ser demasiado aleatório e frustrante.

Claro que ao lutar os Yo-Kai sobem de nível, ficam mais fortes e aprendem habilidades novas, mas o sistema de combate não é propriamente o de um RPG clássico.
Ao entrar numa batalha vemos uma roda no ecrã táctil com os seis monstros que temos na equipa, ao rodá-la escolhemos que três vão lutar no ecrã de cima e eles que se desenrasquem. Os Yo-Kai lutam por si próprios, nós apenas os seleccionamos e usamos itens para dar suporte, havendo às vezes a hipótese de usar ataques especiais ou curar os Yo-Kai quando ficam assombrados. Estas duas últimas acções pedem um simples e rápido “mini-jogo” no ecrã táctil onde temos, por exemplo, que traçar um caminho ou rebentar bolhas. Não é a coisa mais original, útil ou divertida do mundo, mas até ajuda a animar um bocado a batalha, como se fosse um micro Ouendan para aumentar a pressão, o problema é que há muito poucas variações e rapidamente ficamos fartos do mesmo processo inútil e repetitivo.
Se é verdade que não fazemos assim tanto quanto isso durante a batalha, entre estar com atenção a estas coisas e escolher os Yo-Kai certos enquanto tudo decorre sem pausas, os combates são bem mais energéticos do que se possa pensar, especialmente contra os bosses.

Para lá de escolher a equipa de Yo-Kai tendo em conta as suas tribos e escolher bem as suas posições, não há muito mais a nível de profundidade de costumização e decisão, mas há alguma estratégia envolvida em ter um conjunto equilibrado de Yo-Kai posicionados de acordo com as suas tribos e personalidades. Pode não haver a complexidade e variedade de Pokémon, mas no mínimo é muito satisfatório criar uma equipa bem oleada .

yo-kai battle
Como é de esperar num jogo destes, avançar na história oferece pouca dificuldade, ao ponto de ser fácil prosseguir sem perceber grande coisa para lá do básico. Isso não seria um problema se houvesse mais conteúdo alternativo que nos desafiasse a perceber bem a construção de equipas e combate, isto porque não havendo online, não se pode esperar uma comunidade competitva muito activa.
A verdade é que isto não afecta o divertimento do jogo tanto quanto isso, com uma história que dura cerca de 20 horas e material para mais umas 10 ou 15, Yo-Kai Watch não fica mais tempo que o desejado. A sua leveza e sentido de humor compele-nos a seguir em frente, a ver que outros problemas estes espíritos estão a causar pela cidade e os designs e conceitos por detrás dos Yo-Kai são tão bons que descobrir novas criaturas é motivação suficiente para seguir em frente.
jibanyan

A apresentação está impecável, pronto para fazer a ligação ao anime, o estilo é simples e facilmente identificável, mas houve atenção em tornar a cidade detalhada e vivida, assim como em animar muito bem os Yo-Kai durante as batalhas, tornando-os bastante mais ricos como personagens.
A banda-sonora, a cargo de Kenichiro Saigo é maioritariamente composta por temas leves e agradáveis que fazem o seu trabalho, tem as suas faixas de destaque e umas quantas para ficar no ouvido enquanto jogamos, mas não é nada de extraordinário ou memorável.

Apesar dos seus problemas, quanto mais jogo Yo-Kai, mais quero jogar; acessível, engraçado e convidativo, Yo-Kai Watch é uma divertidíssima pequena grande aventura que nos leva a descobrir o fantástico nos sítios mais banais.

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