Forza Horizon 2

Versão testada: Xbox One

Forza Horizon 2 já anda por aí e apresentamos a nossa opinião sobre a versão Xbox One. Relembramos que o jogo também está disponível na Xbox 360 através do trabalho realizado pelo estúdio Sumo Digital. Ambas as versões tiveram a assistência do estúdio Turn 10, os criadores da série Forza Motorsport.

Horizon 2 inicia-se com uma abertura bem ao estilo Hollywood, apresentando uma introdução musical e visual muito sugestiva do festival Horizon que decorre desta vez no Sul da Europa. Em poucos minutos tomamos controlo do carro que serve de mascote do jogo, o Lamborghini Huracán, sendo sugados para a beleza de todo o cenário envolvente que percorremos a toda a velocidade. Esta fase inicial do jogo fica de facto gravada na memória de quem o joga pela primeira vez e é provavelmente uma das melhores introduções feitas em videojogos de automóveis até agora.

Após os minutos iniciais começamos a entender melhor o conceito de todo o festim de Horizon e a participar em diversos campeonatos, que nos levam a percorrer muitos quilómetros até aos locais onde se desenrola o festival e por fim concluir o seu evento final.
A liberdade dada ao jogador é impressionante, não estamos limitados a andar apenas nas estradas, agora o mapa de jogo pode ser percorrido por quase todos os locais, sejam campos de cereais, florestas, vinhas, etc. De início esta liberdade começou por ser algo estranha mas passadas algumas horas acabou por se tonar natural atravessar os campos para “atalhar caminho”, deixando a condução mais convencional para a maioria das corridas em si.
Para explorar as centenas de estradas do enorme mapa do jogo, são colocados á nossa disposição mais de 200 carros, totalmente detalhados e que nada ficam a dever aos modelos usados em Forza 5. A oferta é variada e temos um pouco de tudo, desde carros clássicos, carros de Rally, até os mais modernos Super carros, todos eles com a possibilidade de serem personalizados com pinturas, modificações e afinações, como nos jogos normais da série Forza Motorsport.

A deslocação entre campeonatos e navegação pelo mundo de jogo pode ser feita com a opção do uso de um GPS (podendo ser opcionalmente ativado por alguns comandos de voz através do Kinect) e mais para a frente é possível desbloquear uma opção de viagem rápida. Em dezenas de campeonatos e centenas de quilómetros feitos, nunca sentimos necessidade de usar a viagem rápida, a jogabilidade é tão viciante que dá gosto conduzir normalmente pelo mundo de jogo. Durante o nosso percurso, e durante os eventos, deparamo-nos com o sistema de Drivatars, criado pela Turn10, que emula os dados recolhidos pelos jogadores Humanos e os aplica na IA controlada pela consola. Este sistema introduzido anteriormente em Forza 5 consegue atenuar a solidão de jogar contra carros controlados pelo CPU, colocando alguma imprevisibilidade no decorrer das corridas e oferecendo ao jogador a sensação que nunca corre sozinho.

A qualquer momento também podemos juntar-nos a outros jogadores e participar em eventos Online, que simulam na prática o festival Horizon mas contra jogadores reais, o que torna todo o conceito de competição ainda mais viciante. A entrada e saída no modo Online decorre sem problemas e com uma rapidez notável, com uma estrutura suportada pelo uso da enorme rede de servidores em Cloud da Microsoft.
O misto de Single Player com Multiplayer neste jogo funciona na perfeição e, para facilitar ainda mais os jogadores, ainda podemos criar clubes com centenas de membros e competir tanto dentro como fora dos mesmos. A cereja no topo do bolo? O modo Rivals, presente e mais viciante do que nunca.

Além dos campeonatos que fazem parte do festival há ainda dezenas de tarefas espalhadas pelo mundo de jogo, convidando-nos á sua exploração e em alguns casos oferecendo desafios que vão ser recordados pelos jogadores durante muito tempo.
Algumas dessas tarefas são: os desafios Bucket list, onde nos é colocado um determinado carro à disposição e temos de cumprir um objetivo associado ao mesmo, desafios de fotografia, encontro de carros antigos que depois são restaurados e oferecidos ao jogador, e ainda os famosos duelos, num pequeno cheirinho daquilo que a série Top Gear já nos habituou.

Apesar da jogabilidade menos séria de Horizon 2, o jogo acaba por transmitir uma sensação mais virada para a simulação do que para o Arcade, bastando que para isso se desliguem algumas ajudas de condução. As diferenças de condução entre os veículos estão muito bem recriadas, notando-se de imediato o tipo de tração do carro que estamos a usar e de todas as afinações que fazemos numa enorme lista de possibilidades.
Algo muito pedido pelos fãs da série Forza, que a Turn10 parece não querer ouvir, foi oferecido neste jogo: efeitos climatéricos e transição entre dia e noite. Finalmente num jogo Forza podemos controlar os carros em piso molhado, sentindo na íntegra os seus efeitos, com pouca visibilidade, de dia ou de noite, num dia de sol ou numa manhã de nevoeiro.

Apesar de um curto espaço de tempo e do trabalho que o estúdio teve para se adaptar a um novo Hardware, Forza Horizon 2 apresenta-se com uma qualidade técnica e polimento impressionantes, elevando ainda mais a fasquia da qualidade em jogos de carros nas consolas Xbox. O detalhe presente no jogo, quando avaliado como um todo, chega a envergonhar o estúdio da Turn10, ainda mais quando pensamos que Horizon 2 decorre em mundo aberto.
O jogo no seu todo é extremamente belo, correndo em Full HD e a 30fps bloqueados, tornando-se numa excelente amostra das possibilidades da nova Xbox, tanto pela componente técnica como pela robustez das funções sociais e Online.

Após muitas e divertidas horas com Horizon 2 chegamos á conclusão que apesar de ser muito bom ainda lhe faltou um bocadinho para ser perfeito. O mapa de jogo oferece-nos duas localizações principais, França e Itália mas, mesmo com um Design muito bem feito, não existe distinção entre ambos os locais, parecendo que estamos sempre no “mesmo país” mas em diferentes locais.
Pediam-se mais temáticas distintas no mundo de jogo, gostaríamos de subir uma montanha e encontrar lá neve, de chegar a uma das extremidades do mapa e notar uma arquitetura diferente daquela no lado oposto.
Algo presente nos Trailers do jogo e que foi bastante publicitado: os eventos de off road e cross country. Concluímos que este tipo de eventos acabam por penalizar erradamente o produto final, transmitindo a ideia que o jogo é mais Arcade que aquilo que realmente é.

Por entre tudo o que é bom mas com pequenos aspetos negativos, a Playground Games conseguiu superar-se a si mesma e mostrar mais uma vez a qualidade e paixão que a sua equipa detém na criação de jogos de carros. Horizon 2 é um enorme pacote de diversão, com muita variedade e divertimento Online para oferecer e por muito pouco não leva a nota máxima, mas temos a certeza que dentro do género em que se insere é neste momento a melhor opção.