Análises

Star Wars Battlefront II

Versão testada: PS4 Pro

Star Wars Battlefront II, o título talvez mais mediático dos últimos meses no mundo dos videojogos, mas não por um bom motivo. É inevitável falar de Battlefront 2 ou da EA sem mencionar a polémica que se encontram envolvidos com as microtransações e as lootboxes, mas deixemos isto mais para a frente pois Battlefront 2 está de regresso com muitas, muitas novidades e uma delas é a tão esperada campanha. Sim, leram bem, o numero dois figura uma campanha, ou neste caso, uma “campanhazinha”.

Iden Versio é a grande protagonista desta nova faceta de Battlefront, uma piloto de Tie Fighter e posteriormente Comandante do Inferno Squad, uma força especial do Imperio organizada pelo seu pai, Garrick Versio em resposta à destruição da Death Star. Admito que fiquei com os olhos a brilhar quando soube que ia meter as mãos numa campanha de Star Wars com foco no Império e fiquei empolgado, mas… (sim, tinha que haver um mas) como se costuma dizer, tudo o que é bom acaba depressa.

A campanha tem aproximadamente cinco horas, sendo que talvez apenas a primeira hora (spoiler alert) seja a parte mais interessante (leiam as entrelinhas). Aquilo que me chamava e empolgava numa campanha Star Wars, sabe a pouco, acabando por ser mais do mesmo. Com twists e turns à mistura, previsibilidades e juntar água sem retificar o sal, tornou a campanha insonsa e uma chama pouco quente. Para não estar a dizer o que acontece dentro da mesma e tirar todo o divertimento aos nossos leitores, vou-me ficar por aqui em relação aos detalhes. Não me interpretem mal, eu até gostei da campanha, aliás gostei bastante até. É algo muito diferente do que temos tido. Que é o nada, ou a não existência de campanha, e neste caso tenho que dizer, já não era sem tempo. Queremos é mais. Muito mais e com uma maior profundidade de detalhe. É notório que o grande foco é e continuará a ser o modo multijogador. Mas mesmo assim, podemos contar com muita acção, cutscenes excelentes, missões divertidas, e uma banda sonora de chorar por mais. É Star Wars, não é preciso dizer mais nada. Dou é uma nota para os curiosos sobre a campanha, cuidado com os rumores. Poderá desvendar segredos do filme, ou não.

O Multiplayer do jogo continua a ser exímio no meu ponto de vista. Guerras pelos mais vastos planetas da saga Star Wars, diferentes épocas e raças, veio adicionar mais e melhor conteúdo ao Battlefront. Continua empolgante jogar de qualquer um dos lados e pelos diferentes modos de jogo. O modo Walker assault deixou de existir como modo “único” e criaram o modo Galactic Assault, que é praticamente o mesmo, mas com alguns objectivos diferentes. Desde plantar a bomba nos diversos pontos espalhados a destruir os AT-AT ou caso estejamos na época da República versus Separatistas, destruir os Armored Tanks. Roger roger?

Além destes modos, temos o Heroes vs Villains que é team deathmatch 4vs4 onde temos que derrotar o inimigo marcado aleatoriamente e defender um dos nossos companheiros. Fazer um clash de lightsabers entre Darth Vader e Luke Skywalker é digno de se ver, e ouvir. Temos também o modo Blast, com foco em combate close quarters e o modo StarFighter Assault onde duas equipas de pilotos se defrontam e o modo semi-multiplayer, o Arcade, algo que já existia no primeiro. Aquelas missões das estrelas, lembram-se?

Nestes modos de jogo temos de escolher a classe ou o personagem (ou tipo de nave) em si. As personagens diferem, e muito, nomeadamente as suas habilidades de cartas. (O quê? Cartas?) Sim, os nossos personagens evoluem consoante o numero e nível de cartas que dispomos. E aqui entra a polémica das micro-transações e das lootboxes. Como devem ter conhecimento, este jogo foi alvo da ira dos jogadores, devido à existência das lootboxes. As lootboxes vieram, integradas num sistema de micro-transações (tal como presentes noutros títulos) para proporcionar a quem quiser investir dinheiro real, um boost. Não querendo alongar no assunto, podemos dizer que o método para evoluir a classe é abrindo estas caixas, que de forma aleatória geram equipamento, peças ou dinheiro para podermos equipar o boneco. Temos caixas para todos os gostos e feitios. Desde caixas focadas a desbloquear conteúdo para os troopers, focadas nas naves e por fim com foco nos herois. As cartas contemplam todo o tipo de utilidades, como por exemplo reduzir o tempo de cooldown das habilidades, aumentar a distancia de tiro de um determinado tipo de arma entre muitos outros. Neste momento a aquisição de cristais (moeda de jogo adquirida com dinheiro real) encontra-se desactivada até informação futura. Assim, a única forma de evoluir é com dinheiro de jogo, comprando as respectivas caixas.

A nível das personagens em si, temos os soldados, Assault, Heavy, Officer e Specialist. Diferindo o tipo de habilidades e armas usadas e depois temos os personagens que gosto de chamar, personagens power-up. Durante a batalha, somos recompensados com Battle Points. Estes pontos podem depois ser gastos no nosso próximo spawn, para usarmos por exemplo o Kylo Ren ou Han Solo. Escusado será dizer que obviamente também estes power-ups dispõem de cartas de evolução, bem como, personagens como o Darth Vader e Luke Skywalker, carecem de ser desbloqueadas antes de poderem ser usados.

Em relação a desbloquear conteúdo, os créditos obviamente também são ganhos durante as partidas. Recebemos entre 150 e 400 créditos por partida de Galatic Assault e para terem uma ideia, para abrirem uma caixa de Trooper, são precisos cerca de 4000 (quatro mil) créditos e para desbloquearem por exemplo o Darth Vader, são necessários 10000 (dez mil) créditos. Cada partida tem durações diferentes, mas devem andar em media pelos 20 minutos. Além disto, temos os bónus ao completar achievements e chalenges podendo obter também créditos ou caixas extra. Caso não o façam, obviamente vão notar uma evolução mais lenta, com contas breves, devem precisar perto de 8,5H de jogo para o Lord Vader, nestes moldes e com uma média de 400 créditos por jogo. A mim não me choca ter que desbloquear conteúdo para poder usufruir, desde que não gere problemas de balanceamento, mas não exageremos.

Noutras notas, no âmbito de melhorias, podemos dizer que a jogabilidade com os heróis e com as naves foi drasticamente melhorada, tornando mais fluída e fácil o controlo dos mesmos. Especialmente no que diz respeito às naves, está bastante mais fácil de controlar.
Em questão de qualidade de imagem, Frostbite, desenvolvido pela EA DICE, continua a trazer frutos, demonstrando mais uma vez o quão forte motor de jogo é. Star Wars Battlefront II é um grande exemplo disso. Todos os mapas estão soberbos e extremamente detalhados. Não há um único mapa que não faça jus ao motor. Na Playstation Pro, plataforma onde tem sido jogado, não tenho notado quebras de frames. Mas nisso já o primeiro era exímio nisso. Notei sim, e apenas, algum stuttering nas cutscenes do modo história, mas nada de relevante. Ainda na secção de performance, é moroso o carregamento de os mapas.

Os loadings são muito demorados, dando perfeitamente para aquelas urgências, se é que me faço entender. Além disso, durante os loadings, além do primeiro, não sabemos em qual mapa que vamos jogar a seguir. Falta a informação durante estes tempos mortos, do mapa que aí vem, e não só. Falta também uma opção para comprarmos caixas ou navegar pela colecção geral de cartas durante estes tempos. Não sei se terá sido esquecido, compreendo e talvez a questão da colecção das cartas seja, propositado, mas a identificação do mapa não vejo motivo para não constar. É uma incógnita, ao inicio até é engraçado, tentar adivinhar, pelas roupas dos bonecos qual o mapa onde vamos jogar, mas depois é só chato.

Em relação a bugs identifiquei um, que sempre que saímos (fazemos quit) de um jogo, durante o loading do menu principal, deparamo-nos com um erro de conexão.
Já em relação à banda sonora, bem, não há muito que se possa dizer. É simplesmente épica. É Star Wars. Não é nada que desconheçamos, nem que seja difícil de implementar com o jogo. Faz um casamento perfeito com o que acontece durante o jogo, seja estarmos a perder ou ganhar, o tom e o tipo de musica mudam.

Em suma, o jogo não é um mar de rosas, mas o que quero dizer é que, nem tudo é mau. Sim a campanha não é brilhante, o jogo tem as suas falhas, mas finalmente temos uma campanha e espero que seja usada como rampa de lançamento para novas e melhores opções de Single Player. E sim o modo Multiplayer pouco difere do primeiro, é mais do mesmo, mas é uma formula que resulta e continua a ser divertida. Tenho um valente numero de horas no primeiro e vejo-me a colocar novamente um valente numero de horas no numero dois da série. Porquê? Primeiro porque realmente é um jogo que diverte, e segundo porque é Star Wars, um guilty pleasure seguramente comum a muitos. Todos temos um.

Nota editorial: Jogo adquirido pelo autor do artigo/review. 

Nota Final - 7
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