Análises

The Inpatient

Ninguém escapa do sanatório

Versão testada: PlayStation VR (com a PS4 Pro)

Em 2016, a Supermassive Games surpreendeu todos ao lançar uma experiência de horror interactiva, inspirada em filmes slasher. Tal como esse género de filmes, Until Dawn era intencionalmente piroso, mas a história era verdadeiramente interessante. Mas o que é que Until Dawn tem a ver com este jogo? Bem, para os mais desatentos, The Inpatient é a prequela de Until Dawn.

The Inpatient leva-nos ao passado, 60 anos antes dos eventos de Until Dawn. A acção decorre no Sanatório Blackwood Pines, o mesmo hospital que exploramos na aventura de 2016, e nós desempenhamos o papel de um paciente que sofre de amnésia. O nosso objectivo passa por desvendar uma conspiração e escapar do hospital, há medida que monstros andam à solta a matar todos. Apesar da premissa ter potencial e de ser semelhante ao estilo visto em Until Dawn, o resultado final acaba por não ser tão cativante.

Tal como em Until Dawn, as escolhas efectuadas moldam a história e têm consequências. Estas opções aparecem durante os diálogos com outras personagens, e definem quem vive ou quem morre. Isto significa que ao repetirem novamente a história, poderão ver novas revelações, sequências e até finais diferentes. Contudo, nunca existe uma verdadeira tensão, porque as personagens são insípidas e têm falta de carisma. É o completo oposto do que vimos em Until Dawn. É verdade que o jogo tinha uma ou outra personagem com uma personalidade, digamos, insuportável (sim, Emily, estou a falar de ti), mas a verdade é que todas tinham carisma, o que fazia subir a tensão naqueles momentos de vida ou de morte. The Inpatient, infelizmente, não tem isso.

No que toca à imersão, The Inpatient faz um grande trabalho a transportar-nos para o hospital. Inclusive, o jogo tem controlos por voz. Quando são apresentadas duas opções de diálogo, basta repetir a opção desejada para o jogo desencadear a cena seguinte. Para aquilo que parece ser uma mecânica simples, é bastante eficaz a puxar-nos para dentro dos acontecimentos.

O design e o aspecto gráfico geral também favorece a imersão. Aliás, diria até que The Inpatient é capaz de ser o jogo PS VR visualmente mais impressionante, e uma vez mais, a Supermassive acertou em cheio na captura de movimentos e expressões faciais. Em termos de ambiente, não existem muitos sustos ao longo da aventura, mas quando acontecem, causam impacto. Cadáveres que aparecem e desaparecem das macas, monstros que aparecem de repente, e portas que abrem e fecham sozinhas, juntamente com vozes fantasmagóricas que ecoam pelo hospital, conseguem tornar a experiência verdadeiramente aterrorizadora. Só é pena que estas secções existam em pouca quantidade, porque fazem um excelente trabalho a criar um ambiente de terror psicológico.

A exploração das áreas pode ser feita com o PlayStation Move ou com o DualShock 4. Pessoalmente, achei a exploração com o comando mais prática e intuitiva. Talvez seja por falta de hábito, mas o uso do PlayStation Move para a movimentação nunca se tornou natural no meu tempo com o jogo. A única vantagem dos comandos Move acaba por ser o uso dos movimentos para controlar a lanterna, mas isso é algo que se faz igualmente bem com o comando tradicional. De referir que, ao contrário de outros títulos VR, nunca me senti mal disposto após uma sessão de jogo, já que camara mexe-se de forma incremental para evitar a náusea e má disposição.

Apesar de me ter divertido, The Inpatient nunca conseguiu agarrar-me como o seu antecessor. O jogo apresenta uma boa premissa e conceito, mas fica abaixo do esperado em termos narrativos e no desenvolvimento das personagens. Isto torna-se ainda mais evidente depois de ter jogado Until Dawn. The Inpatient é visualmente muito bom e oferece uma boa longevidade para um título VR, mas ao mesmo tempo, fica sempre aquela sensação de que podia ter sido muito mais.

Nota editorial: Cópia fornecida pela PlayStation Portugal para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 7

7

Apesar de ser visualmente um título VR impressionante e de ter uma boa premissa, The Inpatient fica aquém do esperado na narrativa e no desenvolvimento das personagens.

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