Análises

Onrush

Derrubar os adversários vem primeiro; correr vem depois

Versão testada: PlayStation 4 Pro

A Evolution Studios sempre teve um bom currículo no que toca a jogos de corridas na Sony, primeiro com os WRC na PS2, depois com os Motorstorm na PS3 e por fim, DriveClub na PS4. Contudo, em 2016, a Sony fez alterações aos seus estúdios internos e no processo, decidiu encerrar a Evolution Studios, marcando assim o fim da produtora. Mas este foi um bom exemplo de “fecha-se uma porta e abre-se uma janela”. Pouco tempo depois da sua saída da Sony, os ex-membros da Evolution Studios foram contratados pela empresa britânica Codemasters. Mas e então, o que é que temos aqui, perguntam vocês? Uma receita chamada Onrush, que tem como ingredientes o Motorstorm e o Burnout misturados num pacote cheio de acção.

Onrush é um jogo de corridas arcada, mas é também um jogo de combate com veículos. Por vezes, o jogador pode escolher a classe que quer usar num evento offline, sendo que todas têm características e habilidades diferentes umas das outras. Temos vários eventos com certos objectivos para fazer no Onrush, mas nenhum deles diz para ficarmos em 1ºlugar, algo que pode ser estranho para alguns, mas que é consequência de um estilo mais focado no trabalho de equipa e no combate, e não tanto na performance individual. Isto significa que temos de nos organizar para obter pontos e derrubar os adversários, de forma a levar a equipa à vitória.

Em termos de modos de jogo, no Overdrive temos que fazer 10000 pontos o mais rápido possível numa ronda (são 5 rondas no máximo) através do boost ou do Rush Ultimate, dos jumps e dos takedowns. O modo Countdown tem como objectivo geral tentarmos evitar que a contagem da nossa equipa se esgote e chegar o mais rapidamente possível aos portões (checkpoints). O modo Lockdown é uma espécie de Capture the zone. O objectivo é capturar as zonas e para isso temos que ter mais membros da nossa equipa dentro dessa zona do que a equipa adversária e aguentar 5 segundos. Por fim, no modo Switch começamos sempre com as bikes, temos de evitar Wrecks e derrubar o maior número de adversários possível. Cada vez que levamos com um Wreck, mudamos de veículo.

A primeira vez que joguei o Onrush, fez-me lembrar sem dúvida nenhuma a série Motorstorm devido aos cenários usados e em termos de jogabilidade, lembrou-me o Burnout. O que posso dizer é que apesar dos seus inconvenientes, como o facto dos Takedowns e os Wrecks serem algo inconsistentes (uma pancada forte por vezes nada faz, mas uma ligeira pode causar a destruição do carro), achei que a direcção do veículo podia ser ligeiramente mais leve. Isto nota-se particularmente nas curvas apertadas. Além disso, há que destacar a ausência de um modo multijogador local via splitscreen. Pelo lado positivo, a acção do jogo é frenética e aliciante graças aos 60 FPS super estáveis. Nunca perde a piada ver os veículos, sejam os nossos ou os do adversário, ficarem com as peças a voar de cada vez que acontece um Takedown.

Para além do que já tinha falado anteriormente, existe uma coisa chamada Rush Ultimate, que é um boost ligeiramente mais poderoso que o boost normal. E quando o veículo usa esse Rush Ultimate, para além do aumento de velocidade, dependendo do veículo, pode utilizar um movimento especial nos adversários ou nos companheiros. Um exemplo disso é o carro Enforcer, que faz com que os veículos adversários que estejam no seu rasto fiquem temporariamente cegos.

Sempre que completamos algum evento, somos recompensados com experiência, estrelas, caso tenhamos completado algum desafio nesse mesmo evento, e moedas para comprarmos itens, acessórios e roupas, entre outras coisas. E não, felizmente não existem microtransacções em Onrush. Quando subimos de nível, somos recompensados com uma Gear Crate que contém três itens, que podem ser pinturas para os nossos veículos, roupas, celebrações ou tricks para as nossas personagens, ou tombstones. Como já devem ter percebido, isto significa que podemos personalizar os nossos veículos, escolher a nossa personagem e personalizá-la, assim como escolher a nossa Tombstone e a Crashtag.

Em termos gráficos, visualmente não são perfeitos, mas isso é completamente suplantado graças à fluidez obtida com os 60 FPS. Onrush também tem uma boa banda sonora, capaz de criar um bom ambiente tanto nos menus como durante as corridas, que conta com músicas de artistas como Amon Tobin e Coldcut. Em suma, é verdade que a jogabilidade do Onrush não vai agradar a todos, especialmente daqueles que queriam um verdadeiro sucessor espiritual de Motorstorm, mas apesar das suas falhas, confesso que o jogo me conquistou com a sua originalmente e constante acção em pista.

Nota editorial: Cópia fornecida pela editora para efeitos de análise. O artigo foi escrito após a actualização 1.02.

Veredito

Nota Final - 8

8

Apesar das suas falhas, os ex-membros da Evolution Studios fizeram um bom trabalho em terem criado um produto original que está recheado de ação.

User Rating: Be the first one !
Botão Voltar ao Topo