Análises

Inspector Zé e Robot Palhaço em: o Assassino do Intercidades

Quem será o assassino?

Versão testada: PC

Depois do lançamento, em 2014, de Inspetor Zé e o Robot Palhaço em Crime no Hotel Lisboa, o estúdio português Nerd Monkeys, apresenta agora a sequela, no mesmo estilo pixel art, de uma atribulada investigação destes dois heróis, mas agora para encontrar o misterioso assassino do Intercidades entre o percurso Lisboa-Porto.

A premissa deste projecto, cuja jogabilidade mantém o estilo tradicional point and click dos anos 80 e 90 (mas que é possível ser jogado, igualmente, com comando), leva-nos a uma divertida aventura de investigação, onde vamos ter bastantes diálogos humorísticos com muitas referências culturais ao nosso país e a sátira a muitos dos estereótipos tipicamente nacionais, com o mérito de arrancar ao jogador alguns sorrisos em certos momentos e, noutras frases e observações mais acutilantes, umas boas gargalhadas.

Mesmo tendo por base um tema assente no crime, na investigação e no mistério, este é um jogo divertido. Confinado maioritariamente o espaço de jogo às 4 carruagens de um comboio onde vamos interagindo com diversos passageiros que nele viajam, Inspetor Zé e Robot Palhaço são dois personagens cuja dinâmica funciona bem e com diálogos e trocadilhos muito engraçados.

Outro aspecto muito positivo, é a música original que nos vai acompanhado ao longo da investigação. Seja um jazz suave ou, em certos momentos, um rock bem mexido, a sonoridade está adequada e dá o mote de fundo para criar o ambiente adequado ao jogo.

Em termos gráficos, o jogo tem um estilo simples, assente em pixel art, com uma resolução nativa de 252×196, que também é usada nos velhinhos ZX Spectrum e na Nintendo DS, algo a ter em conta para quem procure um jogo com gráficos mais elaborados, o que aqui não é o caso, sendo de dar, contudo o devido mérito à direcção artística escolhida pela equipa portuguesa, que será certamente motivada pelo gosto numa estética mais retro.

Em termos de jogabilidade, para avançar com a investigação, esta assenta sobretudo na interacção com os passageiros, nos diálogos que se vão mantendo com eles e na pesquisa dos objectos que podem desbloquear novos diálogos e pistas. Aqui reside um aspecto menos positivo, na minha opinião, que deverá ter sido em conta, na medida em que, com as características gráficas deste jogo, e dada a necessidade de termos que efectuar uma pesquisa muito minuciosa dos objectos, leva a que, com a quantidade de itens que necessitamos de encontrar e dada a precisão necessária e falta de detalhe, torna, ao longo do jogo, a procura dos mesmos numa tarefa um pouco fastidiosa.

Mesmo sendo esse um aspecto menos positivo, tal não invalida que, ao longo das 6 horas em que levei a concluir o jogo, o divertimento não esteja sempre presente e algum cansaço no final com o pixel hunt fique secundarizado pela qualidade incisiva dos diálogos dos nossos heróis e dos pitorescos passageiros que viajam no comboio.

Em suma, se associamos tantas vezes a saudade a um sentimento tipicamente nacional, bem português é o humor e sátira presente neste jogo, onde se procura dar resposta a um mistério “do catano”: mas quem será o assassino do Intercidades?!

Sistema utilizado: AMD RYZEN 5 1600X 3.6GHz, NVIDIA GeForce GTX 1080 TI 11GB, 16GB Ram DDR4, SSD 500GB, Windows 10
Nota editorial: Cópia fornecida pela Nerd Monkeys para efeitos de análise.

Veredito

Nota Final - 8

8

Inspector Zé e Robot Palhaço em: o Assassino do Intercidades é um jogo que apresenta uma boa dose de humor e que nos leva em busca de respostas para responder a um grande mistério.

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